Historicamente, várias empresas corroboram com a cultura do Dress Code, ou seja, uma maneira única de se vestir para todos os seus funcionários. Sejam com roupas sociais ou uniformes personalizados, muitos lugares impõem aos colaboradores um padrão na forma de se vestir para trabalhar.
Durante palestra realizada no Whow!, maior festival de inovação do Brasil, que começou nesta terça-feira, em São Paulo, o mediador Jacques Meir, diretor executivo do Grupo Padrão, juntamente com os convidados Felipe Chibás, professor-doutor e livre docente pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), e Ana Ghirello, fundadora da incubadora de negócios abeLLha, abordaram essa questão e como a imposição de roupas no ambiente de trabalho pode influenciar na cultura da organização e no rendimento dos funcionários.
Para Felipe Chibás, a utilização de códigos como o Dress Code ajudam a vincular certas profissões a estereótipos que nem sempre são bem vistos no mercado de trabalho. “A ideia de que homens e mulheres de terno representam o sucesso na carreira profissional é retrógrada. É uma barreira cultural que precisa ser quebrada. Infelizmente, muitas empresas ainda veem com bons olhos candidatos bem-vestidos por avaliar que são mais capacitados do que aqueles que se vestem informalmente”.
Na visão de Ana, fundadora da abeLLHa, esses estereótipos não só impedem que os funcionários sejam eles mesmos e se sintam à vontade para criar e inovar, como não ajudam na diversidade da empresa. “Como atender vários tipos de clientes se você não tem vários tipos de pessoas dentro de sua empresa? É necessário encontrar novas formas de nos relacionar com nosso público e profissionais. Diversidade vai além de gênero, sexo ou cor. Dress Code é uma fantasia, assim como permitir que o estagiário vá de bermuda e chinelo não significa inovação”.
Para romper essa bolha cultural, é necessário diversificar o estilo e a mentalidade das pessoas dentro da empresa para que ela seja mais horizontal. “Essa diversidade está totalmente ligada à inclusão. É um sistema que pode ser ensinado e aplicado”, afirmou Ana Ghirello.
Sobre o Whow! Festival de Inovação:
Data: 24, 25 e 26 de julho
Horário: das 9h às 18h30
Local: Teatro Aché – Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Paulo
Informações: http://www.whow.com.br/