A Copa América volta ao Brasil após 30 anos. A partir de 14 de junho, dez seleções sul-americanas e duas convidadas vão disputar o torneio de futebol mais importante do continente, que termina no dia 7 de julho.
E essa importância pode ser medida também pela movimentação de visitantes estrangeiros e torcedores atraídos pela competição. A Amadeus analisou os números de sua ferramenta de BIG DATA para destinos, o Destination Insight, e identificou um aumento significativo do fluxo de reservas com origem no continente sul-americano para o Brasil, e principalmente para as cinco cidades-sede da competição.
No geral, todos os países que participam da competição registraram aumento de reservas neste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, mas os campeões são os bolivianos, que compraram 497% mais passagens. Em seguida vêm os peruanos, com 285%, e os chilenos, com 141%. Na lanterna do grupo, os países que registraram o menor crescimento em reservas para o Brasil no período da Copa América foram Paraguai (8%) e Venezuela (7%).
Veja o ranking completo:
País participante da Copa América | Ranking em No de visitantes para o Brasil | Crescimento em emissões para o Brasil (2018-2019) |
Argentina | 1 | 64% |
Chile | 3 | 141% |
Uruguai | 5 | 115% |
Peru | 10 | 285% |
Colômbia | 12 | 126% |
Bolívia | 17 | 497% |
Japão | 19 | 73% |
Paraguai | 26 | 8% |
Equador | 29 | 108% |
Venezuela | 47 | 7% |
Catar | 66 | 75% |
Os dados também revelam as cidades mais beneficiadas por receber partidas. São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 615% na chegada de viajantes do Chile, muito acima da média nacional de 141%. O Chile estreia contra o Japão, no estádio do Morumbi, em 17 de junho. Outro exemplo: a Colômbia jogará duas vezes em Salvador na primeira fase, contra Argentina e Paraguai. Apesar de ter registrado um aumento de “apenas” 126% nas reservas para o Brasil, as compras com origem no país e destino na capital baiana subiram 1.883% em 2019 contra 2018.
Já os argentinos, principais compradores de viagens para o Brasil entre os países participantes, preferiram visitar o Rio de Janeiro (121% de aumento) do que as cidades-sede de suas partidas: Salvador (57%), Belo Horizonte (9%) e Porto Alegre (-2,8%).
“Esses números dão bem a dimensão de como é importante mesclar inteligência de dados com uma estratégia de marketing digital voltada para atrair esses turistas. Destino algum conseguirá crescer apenas tendo um evento interessante, pois a concorrência é forte interna e externamente. O investimento na promoção correta – peças publicitárias, seleção do público-alvo, canais de divulgação, tecnologias adequadas, período de divulgação – é o que ditará o sucesso ou fracasso daquela cidade na atração de turistas”, disse Paulo Rezende, diretor comercial da Amadeus para a América do Sul.
Na tabela abaixo, estão em negrito os destinos mais favorecidos pelo impulso gerado pela Copa América e estão registrando crescimento maior do que a média nacional no número de visitantes dos países participantes. Estão destacados apenas os que superaram a média nacional e possuem partidas naquela cidade.
País | Média Brasil | São Paulo | Rio | Belo Horizonte | Salvador | Porto Alegre |
Argentina | 64% | 34% | 121% | 9% | 57% | -2,8% |
Uruguai | 115% | 138% | 362% | 16% | 1.70% | 47% |
Chile | 141% | 615% | 153% | 23% | 54% | 46% |
Colômbia | 126% | 405% | 64% | 0% | 1.883% | -30% |
Paraguai | 8% | -7,80% | 18% | -27% | -42% | -25% |
Peru | 285% | 631% | 351% | 12% | 140% | -36% |
Japão | 73% | 72% | -21% | 39% | 250% | -49% |
Bolívia | 497% | 475% | 945% | 49% | – | 0% |
Equador | 108% | 164% | 40% | 28% | 300% | 43% |
Catar | 75% | -50% | 1.400% | 19% | – | -41% |
Venezuela | 7% | 333% | 200% | -15% | 0% | 0% |
O Rio de Janeiro conseguiu superar a média de crescimento nacional de seis países que jogarão na cidade na primeira fase: Uruguai, Chile, Paraguai, Peru, Bolívia e Catar. São Paulo teve três êxitos, com Chile, Colômbia e Peru. Salvador ficou com dois (Colômbia e Equador). Já Belo Horizonte e Porto Alegre não conseguiram superar a média nacional das nações que jogarão na cidade, neste último caso talvez porque seja mais acessível por via terrestre para torcedores de Uruguai e Argentina, que jogarão na capital gaúcha.
“Mesmo as cidades que conseguiram atrair proporcionalmente mais turistas do que a média de crescimento nacional têm trabalho a fazer, devido ao déficit de viajantes que ainda temos em relação ao potencial do país. Os números servem de incentivo ao trabalho dos destinos voltado à inteligência: se é possível crescer por causa de partidas de futebol, também é por praias, florestas e outras atrações turísticas, a qualquer momento”, completou Paulo Rezende.