Nos últimos anos, as constantes evoluções tecnológicas, organizacionais e de mercado têm provocado transformações rápidas no mundo do trabalho, não só no Brasil, mas numa perspectiva global. Fatores como globalização, envelhecimento da população, tendências sociais e até mesmo mudanças climáticas criarão oportunidades para diversas profissões. E muitas delas ainda nem existem atualmente.
Tais mudanças, consequentemente, irão impactar de forma direta o mercado de trabalho: muitas profissões deixarão de existir, mas várias outras surgirão. Em um artigo científico publicado na RAI (Revista de Administração e Inovação), o professor James Wright (1951-2018), foi diretor geral da Faculdade FIA de Administração e Negócios, afirmou que num futuro próximo haverá profissionais atuando em funções novas como gerente de eco-relações, chief innovation officers e bioinformacionistas.
“A pesquisa do professor James Wright é muito certeira ao apontar que muitas profissões deixarão de existir em breve para dar lugar a novas, mais conectadas com as necessidades sociais e do mercado de trabalho global. E essa transição é inevitável. O grande desafio agora é os profissionais se preparem e desenvolverem as competências necessárias para ocupar as novas posições e garantir o avanço e sustentabilidade na carreira”, alerta Giovana Vieira, mestra pela FIA e consultora de negócios para pequenas e médias empresas.
De acordo com um relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, 35% das competências mais demandadas hoje pelo mercado de trabalho devem mudar até 2020. “O motor propulsor dessas mudanças é o que hoje chamamos de Indústria 4.0, caracterizada pelos processos de automação nas organizações, pela inteligência artificial, machine learning, entre outros conceitos”, explica Giovana.
O cenário profissional de um futuro próximo, de acordo com Giovana, ainda não oferece muitas certezas. Mas a flexibilidade, criatividade e capacidade de adaptação serão indispensáveis. Além dos conhecimentos específicos de cada área de atuação, existem competências comuns que precisam ser desenvolvidas por todos os profissionais. A seguir Giovana Vieira listou cinco habilidades fundamentais na preparação para atuar no mercado de trabalho a partir de 2020.
Estar antenado aos avanços tecnológicos: a Indústria 4.0 é pautada pela revolução tecnológica, portanto, estar antenado com as novas tecnologias da área em que se atua e do contexto em que são aplicadas é obrigatório para os profissionais do futuro.
Pensamento crítico: é a capacidade de racionalizar os problemas e usar a lógica para identificar os vários aspectos de um problema e encontrar soluções que vão além das práticas óbvias.
Gestão de pessoas: independente de estar num cargo de gestão, a capacidade de trabalhar em equipe, motivar os companheiros e estimular o diálogo para encontrar soluções criativas e solucionar problemas já é importante, mas será indispensável num futuro muito próximo.
Inteligência emocional: trata-se da capacidade do profissional de identificar, compreender e gerenciar tanto as próprias emoções quanto as emoções dos outros, com objetivo de construir relações de trabalho mais harmoniosas e tomar decisões conscientes.
Flexibilidade cognitiva: o relatório do Fórum Econômico Mundial define essa competência como a capacidade de criar ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar ou agrupar as coisas de diferentes maneiras. Os setores de bens de consumo, serviços e tecnologia da informação estão entre os que mais devem crescer nos próximos anos e são os que mais vão exigir flexibilidade cognitiva dos profissionais.