Startup cria ‘bolsa de crédito’ para médias e grandes empresas que buscam opções de financiamento

| 20/04/2016 - 12:21 PM | Comentários (0)

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Dan Cohen, CEO da F(x).

Empresas que buscam captação no mercado de crédito nem sempre têm facilidades para encontrar um financiador disposto a liberar o recurso, principalmente em um momento de fragilidade econômica e de concentração bancária cada vez maior. Com o objetivo de facilitar e criar uma alternativa para companhias que necessitam de financiamento, o empreendedor paulista e ex-sócio da Hedging Griffo Asset Management – hoje do Credit Suisse -, o financista Dan Cohen, criou a F(x) – lê ‘éfe de xis’.  O objetivo é aproximar empresas e financiadores, numa espécie de ‘marketplace’ para captação de recursos.

A retração da economia brasileira em 2015 impactou a liberação de recursos pelas instituições. De acordo com dados do Banco Central, a concessão de crédito para empresas, na modalidade livre, recuou 2,1% em 2015 em relação a 2014. A expectativa para 2016 é que essa retração aumente ainda mais. Segundo a consultoria Tendências, a concessão de crédito deve ter contração de 8,3%.

“No cenário atual, a capacidade das empresas de encontrar alternativas para manter a operação funcionando será crucial para sua sobrevivência”, afirma Eduardo Küpper, cofundador da F(x). “Hoje, caso a empresa deseje diversificar seu acesso ao crédito, terá que começar ou reativar um trabalho que tem seu ciclo próprio, depende de relacionamento e é custoso. Nosso objetivo na plataforma é que todo esse processo seja simplificado, pois elas [empresas] terão acesso a diversos financiadores de uma vez só”, complementa o empreendedor.

Criada no início de 2015 para servir como alternativa a esse cenário, a plataforma funciona da seguinte forma: os bancos e fundos se cadastram no site e colocam informações sobre o tipo de crédito que estão dispostos a conceder. As empresas, por sua vez, criam um perfil com informações sobre o seu negócio, as garantias que tem para dar e o tipo de crédito que procuram. A partir dai, entra em ação um algoritmo elaborado pela startup que cruza  os dados de quem concede e de quem toma crédito. Aqueles com maior semelhança entre si dão  “match”. A tecnologia se assemelha à utilizada pelo aplicativo de paquera Tinder.

Após identificar um número mínimo de matchings, a plataforma inicia um leilão de exclusividade digital, onde os financiadores interessados poderão submeter estruturas indicativas de financiamento. As melhores propostas serão selecionadas pela empresa tomadora e automaticamente passam a ter exclusividade de negociação.

Diferentemente de pregões tradicionais, em que a única variável negociada é o preço, no leilão de exclusividade proposto pela startup é possível negociar  inúmeros  indicadores de risco x retorno, tais como o pacote de garantias exigidas, o prazo do financiamento, cláusulas de vencimento antecipado entre muitos outros. Isso permite um equilíbrio muito maior entre as necessidades de ambos os lados.

A F(x) conta hoje com mais de 65 instituições cadastradas na plataforma, entre bancos de pequeno e médio porte, fundos de crédito, financeiras, FIDCs e mesmo fundos de private equity que façam dívida mezanino. Para entrar na plataforma, a empresa tomadora do crédito precisa ter receita mínima anual de R$ 30 milhões ou garantias de valor superior a R$ 4 milhões.

Para garantir que as regras do leilão sejam seguidas, a F(x) se apoia nas próprias empresas que contratam a plataforma em busca de crédito. “Mais forte do que a questão contratual é a reputação. Ninguém em sã consciência irá querer manchar a imagem com mais de sessenta perfis de crédito”, afirma Cohen. “É um conceito inovador, uma vez que as operações não são fechadas dentro da plataforma e os financiadores não pagam nada para usar”, complementa.

Outro objetivo da plataforma é servir como alternativa à concentração bancária e de crédito no Brasil, o que dificulta o acesso por empresas para rolagem de dívida. De acordo com o Índice Hergfindahl-Hirschmann, principal medida de concentração bancária no País pelo Banco Central, houve elevação nesse indicador de 2007 para 2015. Naquele ano, o índice apontava 1.045 pontos. Ao fim do ano passado, esse patamar foi para 1.573 pontos. Valores entre 1.000 e 1.800 indicam concentração moderada. Acima de 1.800 já é considerada alta.

Desde o início da sua operação, a F(x) já disponibilizou mais de R$ 100 milhões em crédito para serem liberados na plataforma. Já o valor de empréstimos fechados é de aproximadamente R$ 40 milhões. “Nossa expectativa é que o negócio triplique de tamanho até o fim do ano”, afirma Küpper. “A F(x) vem se mostrando como uma ótima fonte de originação para os financiadores”, complementa.

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Categoria: Lançamentos

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