E-Commerce movimenta R$ 8,4 bilhões no 1° semestre

O comércio eletrônico brasileiro movimentou 8,4 bilhões de reais no primeiro semestre de 2011, crescimento de 24% em relação ao mesmo período de 2010 e superior aos 8,2 bilhões de reais apurados em todo ano de 2008. É o que sugere um novo estudo elaborado pela empresa de consultoria e-bit em parceria com a camara-e.net.

Dados da “24.ª edição do relatório Webshoppers” indicam que apesar do forte crescimento, o setor obteve uma leve retração em relação a 2010, resultado do aumento das vendas no período que engloba a Copa do Mundo realizada na África no ano passado. Além disso, o aumento da taxa de juros, e o cenário de instabilidade internacional, também motivaram o crescimento menor. É previsto que o comércio eletrônico movimente 18,7 bilhões de reais em 2011, ante os 20 bilhões anteriormente estimados pela consultoria e crescimento de 26% em comparação de base anual.

De acordo com Pedro Guasti, diretor geral do e-bit, os resultados obtidos no primeiro semestre são positivos ao varejo eletrônico, e parte desse sucesso são os consumidores de baixa renda, que representam 61% dos novos entrantes entre janeiro a junho de 2011. No geral, a expectativa é completar o ano com mais de 32 milhões de indivíduos realizando ao menos uma compra no Brasil, quase o dobro dos 17,6 milhões registrados no ano de 2009. “O que estamos presenciando agora é uma consolidação do setor, tendo em vista o grande número de entrantes nesse primeiro semestre, contribuindo com o faturamento do período”.

Em relação as categorias de produtos que obtiveram um melhor desempenho, novamente os eletroeletrônicos lideraram a lista, com 13% do volume total de pedidos, seguido por informática, 12% e saúde, beleza e medicamentos (11%). No entanto, a categoria de Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais caiu para a 4° colocação, com 8% das encomendas.

No que diz respeito ao volume total de vendas, foram realizados mais de 25 milhões de pedidos na primeira metade de 2011, com um tíquete médio de R$ 355,00. Para o segundo semestre, a consultoria prevê um volume superior a 29 milhões.

As compras por meio de cartões de crédito representam 80% do total, mas varia conforme a loja e categoria, diz Guasti, dando como exemplo o boleto que é utilizado entre 10 a 15% dependendo da loja. Ele afirma que as empresas devem oferecer meios digitais seguros de pagamentos, aqueles em que o dinheiro não é repassado de imediato ao lojista.

O estudo também mostra que as empresas têm dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, com 63% afirmando contratar profissionais nos últimos seis meses, sendo que 79% delas relataram que os candidatos não contemplavam a todos os requisitos necessários. Entre os que contrataram nos últimos seis meses, 64% afirmam ter recrutado através de indicação de amigos, parentes ou de alguém da empresa e 11% através de redes sociais. Até 2014, devem ser criadas mais de 34 mil vagas de emprego no setor.

A segurança foi outra novidade do relatório divulgado nesta terça-feira, que descobriu que 70% dos consumidores se sentem mais seguros em realizar compras online atualmente do que há dois anos, o que de fato é um avanço para o setor.

“Percebemos que a segurança que as lojas virtuais transmitem é algo de suma importância para que seus clientes possam finalizar o processo de compra. Com essa pesquisa em mãos, acreditamos poder orientar os varejistas virtuais em relação a esse tema e auxiliar de alguma forma a conversão em vendas”, explica Guasti.

No entanto, a utilização do internet banking ainda é uma barreira para muitos consumidores: 26% não utilizam este serviço. Dentre eles, 58% afirmam não se sentir seguro com as operações bancárias na internet. O perfil dos não utilizadores são homens, com maior graduação e renda mensal.