Vista-se online

| 03/11/2009 - 11:44 AM | Comentários (0)

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Em tempos de crise definem-se prioridades. Para muitos, comprar artigos de marca deixa de ser uma possibilidade. Ou se aguardam os saldos, ou se vai aos outlets… ou à Internet. O fenómeno do e-commerce, comércio electrónico, está a florescer, agora também no mercado dos produtos de luxo: Louis Vuitton, Chanel, Dior, D&G, Cerruti, Cavalli, entre muitas outras marcas tornam-se acessíveis em sites que vendem peças exclusivas com descontos significativos.

Roupa, sapatos, acessórios, produtos de electrónica e artigos para o lar fazem parte de uma vasta lista do que se pode comprar, por exemplo, no www.clubefashion.pt , o maior site de e-commerce em Portugal. A ideia surgiu em 2006 pela mão de dois sócios, Miguel Diniz e Gonçalo Silva. Moschino, Seiko, Timberland, D&G, Guess, Reef, Levi’s, Cerruti, Cavalli, Trussardi, Nespresso, Versace são algumas das mais de 250 marcas vendidas com descontos pouco habituais, mesmo em épocas de saldo.

Discrição e exclusividade são palavras de ordem em todos os sites deste género. Para pertencer ao Clube Fashion é necessário um convite (feito por um membro já existente ou pelos responsáveis do clube). Os membros – já ultrapassam os 300 mil – recebem alertas no o e-mail sobre as promoções, e nenhuma marca é vendida por mais de uma semana. O ex-internacional Ricardo Sá Pinto, membro do Clube Fashion, diz-nos ter sido convidado por um amigo. “Não sou nem fashion-victim nem dado a excentricidades. Mas gosto de bons produtos e a preços acessíveis. Através do ClubeFashion já comprei T-shirts, sapatos e relógios. E compensa, porque os produtos são vendidos com desconto sobre o preço praticado na loja”.

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Negócio em alta Um incentivo, sobretudo para as empresas de luxo, é o fato de os produtos não aparecerem em resultados do motor de busca na Internet. Outra vantagem é as marcas poderem escoar o material de forma discreta, sem recorrer a grandes descontos nas suas lojas, prejudicando a imagem que tanto procuram preservar.

O Clube Fashion não cobra custos de transporte em Portugal, aceita devoluções – fato muito raro a nível do e-commerce e um dos seus maiores obstáculos – e tem até um showroom em Lisboa onde, caso o desejem, os clientes recolhem os seus produtos.

O negócio parece estar em alta mesmo em época de crise. Gonçalo Silva revela-nos que este ano as vendas da empresa cresceram 400 por cento face ao ano anterior, chegando também, desde Setembro, a Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Segundo a revista inglesa “The Economist”, o negócio dos e-tailers – vendedores online – de artigos de luxo não pára de crescer. O www.gilt.com , um dos maiores sites de e-commerce de luxo dos EUA, com mais de 1.4 milhões de membros nesse país, espera atingir lucros superiores aos 275 milhões de euros no próximo ano. E porque no mercado competitivo a inovação tem de estar sempre presente, o http://www.ruelala.com , www.ruelala.com, outro site do género, recorre às promoções cronometradas para aguçar as vendas. Cada promoção tem um tempo-limite apontado num relógio de forma decrescente. A técnica parece resultar já que os responsáveis do site esperam, este ano, atingir quase os 90 milhões de euros em lucro.

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Outro site, o francês http://www.venteprivee.com , tem 8 milhões de membros, o maior número a nível europeu. Aqui, até se podem comprar iates e apartamentos de luxo e vende 28 milhões de artigos anualmente. Só para elas, existe o http://net-a-porter.com , com roupa e acessórios de designers de luxo. Apesar de não fazer descontos nem ser necessário um convite para poder aceder ao sítio, como os restantes, o Net-a-Porter é muito popular. Mensalmente, quase 2 milhões de mulheres consultam este site com formato de revista de moda. Para se manter a par dos restantes concorrentes, a Net-a-Porter lançou este ano a OutNet.com, uma espécie de outlet onde se vendem artigos do site principal mas com descontos até 70 por cento.

Um relatório da Comunidade Europeia coloca Portugal entre os países da UE mais bem posicionados a nível de comércio electrónico. Apesar da atividade estar em expansão, dados da Associação do Comércio Electrónico em Portugal (ACEP) demonstram a sua predominância a nível do meio empresarial mais do que na relação de venda empresa/consumidor. A insegurança das transacções electrónicas, nomeadamente em relação aos pagamentos com o cartão de crédito e consequente fraude nos dados cedidos, é ainda apontada como um dos maiores receios dos consumidores da Internet. Um inquérito disponibilizado no sítio da ACEP revela que “o fator mais importante para a confiança nas lojas online reside na existência de um número de assistência telefónica português.”

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Categoria: Notícias

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