A saída é fechar o conteúdo?

No dia 8 de setembro, a Zero Hora, mais influente jornal diário do sul do Brasil e um dos mais importantes do país iniciou seu modelo de conteúdo pago. A versão impressa era oferecida num modelo de acesso virtual há algum tempo e, a partir de agora, estará disponível apenas para assinantes.

A intensa digitalização que estamos presenciando nos últimos, resultante da revolução informacional, culminou com um cenário de convergência que está reorganizando os modos de produção e consumo na sociedade. Se antes, para os jornais impressos, liberar o conteúdo no meio digital significava aumentar sua abrangência e conquistar novos leitores frente ao crescimento do espaço online para consumo de notícias, hoje, alguns seguem outra linha, para muitos e para o próprio espírito da cultura digital, completamente contrária.

Se o jornalismo entrou na web reproduzindo um modelo offline, atualmente, parece enxergar no conteúdo fechado uma forma de garantir sua continuidade. Mas será que esse conteúdo pago é sinônimo de jornalismo de qualidade e comprometido ou uma tentativa de lucrar e reproduzir modelos?

Será mesmo que o futuro dos sites, principalmente do jornalismo é cobrar pelo conteúdo? Vale lembrar que questões como essa são importantes serem discutidas, principalmente nesse recente cenário de discussão de neutralidade da rede.

No dia 8, Arthur Sulzberger Jr., presidente do conselho e publisher do jornal The New York Times, admitiu que um dia o jornal só existirá virtualmente e que, sim, haverá um modelo pago para as notícias. Se o modelo de economia previsto por Chris Anderson em seu livro “Free – The Future of a Radical Price” nos adianta que o futuro é grátis e que pagaremos por serviços, o serviço precisará ter muita qualidade e compromisso para que os leitores e  consumidores estejam realmente dispostos a pagar por algum produto e conteúdo, entre tantas opções free existentes.

Artigo escrito por Eliane Fronza –  jornalista formada pela PUCRS – Agência Gancho