A era do Social Commerce

| 19/10/2011 - 00:01 AM | Comentários (1)

Uma das maiores febres e tendências do mundo web nos últimos anos são as redes sociais. Inicialmente usadas para encontrar pessoas, entrar em contanto com amigos e estar conectado em uma grande rede de relacionamento, estes pontos de encontro virtuais deixaram de ser vistos apenas como “passa-tempo” e se tornaram mais uma oportunidade de se fazer negócios pela internet.

É inegável que as redes sociais vêm ocupando um espaço importante na vida das pessoas. Hoje, as informações compartilhadas na web são a maior arma para que os consumidores sintam-se cada vez mais confiantes em adquirir um produto ou optar por um serviço. Além disso, esses ambientes vêm se tornado não apenas um eficaz canal de acesso às lojas virtuais do comércio eletrônico tradicional, mas, principalmente, uma oportunidade de divulgar a marca para os e-consumidores e internautas que estão à iminência de realizar a primeira compra online.

Existem inúmeros cases que cruzam os hábitos de consumo dos usuários de internet com as redes sociais. Recentemente, a e-bit lançou o Winke (www.winke.com.br), uma rede social voltada para compras online. No site, o usuário conta o que comprou, tanto no mundo online, quanto em lojas físicas, interage com outros usuários, comenta sobre as compras de seus seguidores e dispõe de muitas informações relevantes para a decisão de compra. Além dessas funções, o usuário poderá comunicar para sua rede de amigos os produtos que deseja comprar ou ganhar de uma maneira simples e divertida.

Ainda ilustrando o exemplo do Winke, uma boa maneira de alavancar o compartilhamento de conteúdo colaborativo sobre produtos é divulgar todas as ações dos usuários também no Facebook. Com o Winke é possível fazer isso, o que torna todas as ações muito mais “sociais”.

O próprio Facebook, aliás, está dando as caras quando o assunto é comércio eletrônico. Já existem ferramentas próprias para criar verdadeiros e-commerces, com formas seguras de pagamento, mix de produtos e muito mais dentro da rede social mais famosa do mundo. A LikeStore e a eLike são dois exemplos de empresas que oferecem esse tipo de serviço. Mas será que vender produtos pelo Facebook faz sentido? Faz, sim. Dentro da rede social de Mark Zuckerberg fica mais fácil definir o público alvo. Essa mensuração pode ser feita através das pessoas que “curtem” a página da empresa, ou até mesmo pelo número de “likes” que uma determinada campanha possa receber, além do imenso poder de viralização que possuem as redes sociais.

De acordo com dados do eMarketer, levantados no primeiro trimestre de 2010, os usuários que passam mais tempo no Facebook gastam mais em compras na internet do que internautas que ficam menos tempo no site, com o tíquete médio chegando em até US$67. Outro dados de Agosto de 2010, também do eMarketer, mostram que mais de 90% dos e-consumidores lêem e utilizam a opinião de outros consumidores para tomada de decisão de compra. Nos Estados Unidos, aliás, o Social Commerce é ativo, principalmente na aquisição de ingressos de show, teatro, e, obviamente, compras coletivas. O último item aliás, tem um forte apelo social no Brasil. Já existem sites de compras coletivas, como o Clube do Desconto, que expõe suas ofertas no Facebook, com todo o processo de compra contemplado. Além disso, as Compras Coletivas tem uma característica: A medida que as pessoas vão compartilhando uma oferta nas redes sociais, mais interessados tendem a aparecer. Por isso as empresas desse setor investem tanto nas mídias sociais. Tudo que é preciso é uma boa campanha, a viralização do conteúdo faz o resto do trabalho.

Recentemente, a TicketMaster lançou, em parceria com o Facebook, um aplicativo muito interessante para Shows. Dando mais uma demonstração de como as redes sociais tem o poder de unir as pessoas e consumidores em busca de um interesse comum, o aplicativo marca o mapa de cadeiras com o nome dos seus amigos que irão ao evento, e ainda divulga nas redes sociais. Em Agosto, o aplicativo já tinha mais de 9 mil eventos registrados no banco de dados da empresa. Ou seja, hoje em dia só fica sozinho em show quem quer.

É impossível comentar sobre o Social Commerce sem abordar os Mobiles. Com um verdadeiro universo de aplicativos voltados para o consumo online, os SmartPhones e Tables possuem um papel fundamental no crescimento do comércio via redes sociais. Não seria absurdo dizer que, num futuro muito próximo, os consumidores estarão conectados no ponto de venda podendo consultar amigos, informações, receber ofertas e revisar produtos. Hoje, por exemplo, já é possível fazer comparações de preços por esses aparelhos, acessar contas bancárias para pagamento de faturas e lojas virtuais.

É fato: Uma nova onda vem atingindo a economia digital. As redes sociais já são uma realidade e sua evolução voltada para o comércio, de certa forma, percorre o caminho natural do desenvolvimento. Para as empresas que pensam (e devem pensar) em investir no Social Commerce, esse canal poderá ajudar a: promover a marca, espalhar promoções, cupons e outros conteúdos, criar relações de longo termo com clientes, além de aumentar a visibilidade em buscadores.

Como todo trabalho, o Social Commerce também apresenta desafios. Para que a empresa realmente obtenha sucesso nesse ramo, algumas questões chaves devem ser respondidas: Onde sua audiência está? O que está sendo dito sobre sua empresa? Quem está falando sobre seus assuntos? Como eles estão falando? Qual é o formato preferido de conteúdo? Que outras empresas estão participando das discussões? Ter as respostas para essas perguntas é essencial.

As cartas estão na mesa e os recursos estão sendo apresentados. Use sua criatividade e faça dos seus negócios algo social. Com certeza seus consumidores irão “curtir” isso.

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Categoria: Cases

Sobre Pedro Guasti: Presidente do Conselho de E-commerce da FecomercioSP, VP de Intelligence Market do BuscaPé e Diretor Geral da e-bit, empresa do Grupo BuscaPé.com Inc. desde julho/2007, especializada em informações para o mercado de e-commerce. Trabalha na e-bit desde sua fundação em 2000 e assumiu a direção geral da empresa em 2002. Anteriormente ocupou posições executivas nas áreas de Cash Management e Tecnologia da Informação em empresas como Unibanco e Prodesp. Graduado em Tecnologia da Computação pelo Mackenzie-SP e pós-graduado em MBA na Universidade de São Paulo em Conhecimento, Tecnologia e Inovação. Foi o representante brasileiro no programa Inter-American e-Business Fellowship 2003 patrocinado pelo Departamento de Comércio Americano e pelo eBay.com e atualmente ocupa o cargo de Conselheiro da Camara-e.net. Ver mais artigos deste autor.

Comentário (1)

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  1. Beck Novaes disse:

    Excelente artigo. Muito bom mesmo!

    Eu também acredito muito no Social Commerce. Por isso há um tempo atrás comecei o desenvolvimento de um aplicativo que tem a humilde pretensão de dar um passo neste sentido. A ideia é simples: você cadastra qualquer oferta de uma maneira super fácil com seu iPhone, consegue saber quanto já economizou e quanto já ajudou as outras pessoas a economizar. Quando tiver vários usuário (se a idéia, pegar, é claro) é possível ter até um Ranking das pessoas que mais entendem de ofertas por região.

    Se tiver interesse segue o link.
    http://www.wesaveapp.com/pt

    Por mais que a ideia seja interessante e, sem falsa modéstia, muito bem executada ainda é preciso “validar” se é o tipo de coisa que as pessoas têm interesse em fazer. Mas isso só o tempo dirá e o que importa é que o Social Commerce veio para ficar de um modo ou de outro.

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