Já é hora de aposentar os cartões?
Deixa ver se eu entendi: o assunto do momento, que nem é mais tão do momento assim, é a suposta tecnologia envolvendo pagamentos por meio de smartphones e tablets. Ao que tudo indica, estamos avançando consideravelmente nesse campo, e para ver o resultado nem é preciso procurar muito, seu colega de trabalho já deve ter enviado a você um vídeo de YouTube mostrando as mil e uma facilidades em pagar a conta do restaurante com um smartphone. Maravilhas à parte, é necessário conter a empolgação para enxergar até onde essa tendência está alterando de verdade a maneira como as pessoas consomem.
No congresso Mobile World Congress, realizado nos Estados Unidos, este ano, pesos-pesados como Google e Paypal anunciaram planos de investimentos na área. A boa notícia é que essa tecnologia já deve estar robusta e amplamente disponível quando houver uma grande demanda. A má é que muitos varejistas da terra do tio Sam afirmam que o volume de negócios realizados via dispositivos móveis mal chega a 0,1% do total de vendas. Logo, o questionamento do varejista brasileiro atual deve fazer é com relação ao timing: será que o mobile payment é algo no qual realmente vale a pena investir tempo e dinheiro e, em caso positivo, em que proporção e de que maneira.
Enfim, a ideia deste texto não era levantar uma bandeira contra os benefícios do pagamento móvel, mas sim instigar o bom uso dessa e outras tecnologias recentes. Em se tratando de e-commerce, há muito alarde e especulação quando surgem coisas novas, quando, na verdade, a preocupação principal deveria ser qual a real colaboração que essas novidades podem trazer ao seu empreendimento. É lógico que em um futuro próximo a tendência é que, praticamente, todas as negociações sejam realizadas via smartphones. Resta precisar se este futuro próximo vai ser na semana que vem ou daqui onze anos.
Categoria: Cases
A pergunta é: os consumidores realmente querem passar a pagar assim?
E mais: qual a real vantagem para os lojistas em receberem pagamentos dessa forma, neste momento?
Acho que há ainda um loooongo caminho a ser trilhado, até essas tecnologias serem de fato relevantes.