Loucas por compras online

| 27/02/2010 - 13:15 PM | Comentários (1)

Para quem gosta de compras virtuais, a rede social Justbought.it é uma alegria. Mas não por ser mais um site de vendas de produtos. Ele é, na verdade, uma rede social onde você compartilha algo que acabou de comprar com os outros usuários.

A ideia é que o gosto em comum por determinado produto acabe gerando afinidade entre as pessoas cadastradas na rede social. Além de ver a foto do item recém-adquirido por alguém de algum canto do mundo, como um sapato estonteante ou um objeto de décor vintage, você também pode comentar e ficar sabendo o endereço do achado – é como se todos respondessem na internet aquela perguntinha clássica que sempre fazemos: “onde foi que você comprou isto?”

Mulheres que gostam de comprar encontram na rede, além da oportunidade de achar endereços descolados, uma tentação à parte. A facilidade de encontrar um produto e despachá-lo para casa, sem ter que tirar o dinheiro fisicamente da carteira, são fatores que favorecem as mulheres a perderem o controle do cartão de crédito. Sites bacanas pipocam pela rede todos os dias – Enjoei (e to vendendo), uma espécie de brechó online, Mercado Livre, onde você encontra de tudo, Sack’s, com perfumes e produtos de beleza, Estante Virtual, para quem é mais intelectual, entre muitos outros – todos eles aumentam as chances das compras compulsivas.

Janete Pereira, 28 anos, diz que quando briga com o namorado, ou tem um dia pesado no trabalho, relaxa fazendo compras online. E quando a compra chega em casa, mais uma alegria: a sensação é de que você ganhou um presente, ainda que ele esteja na conta do seu cartão de crédito. Camila Prado, 32 anos, confessa que tem que se segurar para não cair na tentação de comprar compulsivamente quando está diante do computador. Ela diz que já gastou tanto em lojas virtuais que teve que pedir empréstimo para pagar as dívidas.

Segundo Gerson Rolim, diretor executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, 17,2 milhões de brasileiros fizeram, pelo menos, uma compra pela internet no ano passado. “A facilidade para se achar um produto, a pesquisa instantânea, preços menores que das lojas físicas e o parcelamento em até 12 vezes impulsionam o volume de vendas”, explica.

Quando o consumo vira transtorno

Mas quando o gosto por compras – online ou tradicional – vira compulsão? “Os sinais mais evidentes do transtorno aparecem quando se gasta mais do que se pode e existe uma urgência descabida pelos supérfluos. A pessoa nunca se dá por satisfeita. Ela quer aliviar as tensões, angústias ou vazios afetivos ou emocionais”, diz a psicoterapeuta Beatriz Cardella, autora do livro “Laços e Nós: Amor e Intimidade nas Relações Humanas” (Editora Summus).

Para auxiliar pessoas com este impulso pelas compras, o mais indicado é procurar ajuda. “Para identificar a oneomania, o transtorno que caracteriza a compulsão pelo consumo, é preciso um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico”, observa a psicóloga Susi Andrade, do Programa de Reabilitação e Orientação Ativa do Hospital São Cristóvão.

A oneomania atinge mais as mulheres do que os homens. Segundo o neuropsicólogo Daniel Fuentes, coordenador de Ensino e Pesquisa do Ambulatório do Jogo Patológico e Outros Transtornos do Impulso (AMJO), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a proporção é de quatro mulheres para cada homem com o distúrbio. “As razões para isso vão desde questões culturais, como a ideia de que a mulher compra mais do que o homem, até o fato deste quadro estar muito associado a distúrbios do humor, como depressão e transtorno bipolar, que é mais frequente em mulheres também”, explica.

O neuropsicólogo compara a compulsão por compras ao excesso de álcool. “O alcoolismo é mais frequente em homens, por uma questão também cultural: existe uma tolerância maior para os homens beberem do que as mulheres”, completa.

Alguns fatores que, segundo os especialistas, podem indicar a compulsão por compras

Se a pessoa gasta muito mais do que havia planejado

Se ela compra coisas que não usa ou usa muito pouco. Nestes casos, o ato da compra é mais importante do que o produto

Se ela tem sentido a necessidade de esconder ou disfarçar o hábito de comprar, que ela mesma reconhece que não é algo saudável

Se ela tem comprometido o dinheiro de outras coisas em função do gasto com compras. É aquela pessoa que fala que não tem uma dívida de compras, mas atrasa as mensalidades do condomínio, por exemplo

Se a pessoa passa a comprometer outras oportunidades da vida, como um curso ou uma viagem, por falta de dinheiro por ter comprado demais

Se ela compra para aliviar sentimentos negativos. Uma mulher que, depois de uma discussão ou uma chateação, fala que vai sair para comprar um algo para ela mesma

Um sinal mais grave: se ela tem dívidas que chegam a cinco vezes a renda mensal dela

Dificuldade de resistir a uma promoção. Ela não quer aquele produto, mas está numa super promoção, então ela não resiste e compra

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Categoria: Cases

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