E-commerce não fará com que as lojas desapareçam
Os canais diretos de compras no varejo, caracterizados pelos pontos de venda físicos, não correm o risco de sumir com o crescimento do movimento de compras por meio da Internet. Esta é a crença de alguns executivos ligados ao setor ou ao apontamento de dados estatísticos que mostram a influência dos internautas nos negócios deste setor.
“No Brasil, os canais tradicionais de vendas, como as lojas e call centers, estão emergindo para o e-commerce”, observa Carlos Fernandes, vice-presidente de e-commerce do Wal-Mart. Contudo, Fernandes diz que os canais servem de suporte uns aos outros para a visibilidade dos negócios. Ele explica que será cada vez mais crescente a oferta de produtos em sites como uma extensão das vendas feitas nas lojas. “Porém os colaboradores precisam ser orientados para saberem lidar com um cliente que viu especificações de determinado produto pela Internet”, afirma o executivo.
Julio Zaguini, diretor de negócios para o varejo do Google Brasil, lembra que no País, há hoje R$ 62 milhões de internautas, e de R$ 24 bilhões movimentados pelo e-commerce. “As lojas não vão morrer. Mas mercado vai passar por crescimento diferente”, acredita Zaguini.
Já a diretora geral de negócios da Perdigão, Cláudia Pagnano, agrega à discussão a importância da Web 2.0. “As redes sociais ganham envergadura para varejo se comunicar e se relacionar com o consumidor”, explica a executiva, que atribui a esse meio uma forma importante de se ter mais informações sobre o que pensa e o que quer o consumidor.
A superintendente de marketing da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Sandra Turchi, declarou que a criação de um webfórum pela associação, com o objetivo de que as empresas discutissem entre si assuntos que considerassem relevantes, teve uma boa aceitação, com adesão de muitos varejistas. “São cerca de 250 empresas cadastradas neste ano”, explica a executiva.
O consenso entre estes executivos pode ser resumido na frase proferida por Fernandes, do Wal-Mart. “O neoconsumidor já existe. Falta o varejo se preparar para atendê-lo”, declara Fernandes.
Por Elena Oliveira
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