Nova estratégia do Facebook abre novamente debate sobre privacidade
O anúncio de uma rede ainda mais interligada a partir do Facebook, feito ontem durante a F8, conferência anual para desenvolvedores, já começa agitar os internautas. A maior preocupação volta a ser com a privacidade. E por motivo muito simples. Embora sites como o Wall Street JOurnal já apresentem em suas páginas o botão “Like”, não está claro para o usuário que outros tipos de uso estão em curso a partir dos rastros que deixa ao compartilhar seus gostos com os amigos.
O potencial para as novas tecnologias anunciadas pelo Facebook é grande. E não à toa chamou a atenção de parceiros de peso, como Microsoft, Pandora e o próprio Wall Street Journal.
Acontece que para usar o Docs.com, Microsoft e Facebook pedem livre acesso a dados que nem sempre gostaríamos de fornecer. E o botão “Like” do Wall Street Journal não aparece em nenhuma área de configuração para que o usuário possa deixar clara quem tem o direito de saber se gostei ou não de determinado artigo e por que motivo.
A impressão de todos, críticos e entusiastas dos novos recursos, é a de que o Facebook passou ter melhores condições de montar um imenso e valioso banco de dados, em tempo real, sobre e-consumidores. Mas voltou a negligenciar o quesito educação de seus usuários sobre as implicações de privacidade. Isso é algo que o Facebook pode e deve fazer para garantir que atua de fato como “a cola da Internet”, como chegou a dizer Mark Zuckerberg.
Várias perguntas estão no ar: por quanto tempo o Facebook armazenará as informações coletadas? 24 horas? Estarão disponíveis para livre uso dos sistemas de CRM dos parceiros do Facebook? Por quanto tempo?
Onde o usuário poderá ler e concordar com os termos de uso das informações que passará a disponibilizar para os milhares de aplicativos, antes de usá-los?
Como e em que grau o nosso perfil no Facebook influenciará o resto da nossa experiência na Web, como já acontece hoje com as buscas no Google?
A Internet vai se tornar muito mais uma experiência mais personalizada para todos nós? O quanto isso é bom ou ruim?
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