Envio de Spam só acabará quando quem contrata for punido, afirma especialista

| 19/04/2013 - 10:29 AM | Comentários (1)

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Rodrigo de Almeida, Diretor Comercial da Dinamize e Diretor de E-mail Marketing da ABEMD

Para grande parte dos brasileiros, já virou rotina acessar o correio eletrônico e se deparar com dezenas, ou até mesmo, centenas de mensagens de varejistas. Tal fato não seria problema, se não fossem enviadas através de bases de empresas terceirizadas, que não possuem o menor vínculo ou consentimento dos destinatários.

Esse tipo de estratégia é, segundo Rodrigo de Almeida, Diretor Comercial da Dinamize e Diretor de E-mail Marketing da ABEMD, perversa e prejudicial às operações no ambiente digital, além de trazer resultados muito aquém do potencial da ferramenta. “Se fosse fazer uma analogia com outros segmentos, seria como pesca com explosão ou garimpo ilegal. As empresas anunciantes que adotam essa prática são os maiores spammers indiretos do País. Além de tudo, estão incentivando uma prática contrária ao regulamentado no CAPEM – Código de Autorregulamentação para a Prática do E-mail Marketing. E, o pior, geralmente o resultado dessas ações são pífios”, assegura o executivo, ao E-Commerce News.

Segundo ele, alugar bases de terceiros que não respeitam as regras do opt in, causa efeitos negativos tanto para a marca do varejista, quanto para o mercado de e-mail marketing em geral. “Para a imagem da empresa, deve existir um impacto negativo, mas reduzido, pelo fato dos e-mails serem enviados por um terceiro, sobretudo, por a maioria dos consumidores não se darem conta de que é o anunciante quem está contratando esse terceiro que faz o spam, – e, não adianta o usuário reportar que o e-mail é spam, pois isso afeta somente a empresa responsável pelo envio -. Já para o mercado de e-mail marketing brasileiro como um todo, isso prejudica nosso IPR – Inbox Placement Rate -, que é a taxa de entrega na inbox, e faz com que os filtros antispam possam ser ainda mais agressivos e restritivos para e-mails legítimos enviados no Brasil”, reforça.

Ainda que não seja uma prática bem vista pelo setor, o mercado de aluguel de bases, não só segue em ascensão, como deve permanecer crescimento, avalia o executivo, que também especifica o maior motivador deste método. “Acho que nos últimos dois anos houve um crescimento ainda mais agressivo e, o fator que estimula isso é apenas um: o modelo imposto pelos anunciantes, o de pagar o parceiro pela conversão obtida a partir dos seus envios, somado à total falta de critério dos anunciantes em escolher um dos raríssimos fornecedores que possuem, de fato, bases de aluguel opt in para terceiros. Na realidade, os anunciantes não estão nem aí se a empresa parceira é idônea ou ética em relação a opt in, qualidade e, pior, origem da base. Se disparou e vendeu, para eles está bom. Por isso, da noite para o dia, surgiram muitas empresas com bases de milhões de contatos nos últimos anos”, ressalta o especialista.

Embora esta seja a realidade do mercado atual, Almeida acredita que é possível evitar que este tipo de prática ganhe espaço no Brasil. Mas, para isso, é preciso mecanismos de combate ao spam, como as blacklists, cada vez mais eficientes, assegura. “Ainda que os filtros AntiSpam estejam filtrando a maioria desses envios de parceiros pelo modelo de remuneração adotado, o fim dessa prática só acontecerá se houver um risco real para o anunciante que contrata os serviços. Por isso, tenho uma esperança de que isso mude, e que foi reforçada com o episódio de um grande anunciante que teve sérios problemas com uma das principais blacklists do mundo no ano passado. Inclusive, chegou a ter problemas com seu próprio site/loja virtual por causa dos ‘spams indiretos’ que fazem. Torço para que essa e outras blacklists sejam cada vez eficientes em identificar os verdadeiros spammers por trás desses envios de parceiros”, espera.

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Categoria: Pesquisas

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Comentário (1)

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  1. Alberto disse:

    Se não desse certo ninguém faria… se fazem é porque ainda existe retorno.

    Se não houvesse, com certeza essa prática seria extinta.

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