Compra de roupa pela internet cresce e marcas investem

| 15/02/2010 - 18:26 PM | Comentários (12)

O hábito de comprar roupas pela internet ainda é pouco comum no Brasil, mas a evolução do e-commerce e o aumento de marcas especializadas em vestuário e acessórios que apostam neste canal está mudando este cenário. Enquanto empresas como Marisa mostram-se experientes no varejo de moda pela internet, outras se aventuram e começam a lançar suas lojas virtuais ou apostam numa reformulação de seu e-commerce. É o caso de marcas como Marisa, Renner, C&A, Cantão, Redley, Osklen e Checklist.

O segmento de moda e acessórios registrou um crescimento de 108% na variação de pedidos na comparação de outubro de 2009 com o mesmo período do ano anterior. Já o faturamento do varejo de moda no e-commerce obteve alta de 115%, aponta a e-bit. Os números indicam que este mercado ainda tem muito a evoluir no Brasil, especialmente se comparado ao modelo americano.

Nos Estados Unidos, o costume de comprar por catálogos levou o consumidor a aderir mais rapidamente a compra de roupas pela internet. Por aqui, o contexto é diferente. Um dos principais desafios para as marcas é convencer o cliente a abrir mão da experiência de compra no ponto-de-venda, tendo contato direto com os produtos e vendedores, em prol do conforto e da praticidade oferecidos pela internet.

Compra de roupa pela internet cresceTamanhos precisam de padronização

Outro obstáculo para a indústria de moda brasileira refere-se à questão da falta de um padrão nos tamanhos. “A grande maioria das empresas não tem padronização. Mas a indústria está se movimentando para mudar isso, visando o mercado internacional. E, uma vez que obtém-se produtos padronizados, o comércio eletrônico vem de carona”, explica Pedro Guasti, diretor geral da e-bit, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) está definindo novas normas de medidas. A ação em parceria com a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) começou com a padronização de meias. Desde de julho de 2009 foi colocado em consulta pública o projeto de norma infantil e, nos próximos meses, serão analisados tanto o vestuário masculino quanto o feminino.

No entanto, isto não deve ser encarado como uma barreira para as marcas que desejam vender seus produtos virtualmente. “O Brasil deve uniformizar os tamanhos. Mas a partir do momento que o consumidor tem preferência por uma determinada marca que tem loja física, ele passa a conhecer a sua modelagem e tem mais facilidade para comprar os produtos também pela internet”, acredita Alessandra Marins, consultora e sócia do Instituto Rio Moda, em entrevista ao site.

Mais importante do que a uniformização das medidas é a experiência que se oferece no e-commerce. Atualmente, a tecnologia contribui para aprimorar a compra na internet. Lá fora já é possível, inclusive, ver as peças em uma espécie da avatar que retrata o consumidor, facilitando a escolha. No Brasil, o e-commerce de moda caminha a passos mais lentos, mas tem recebido investimentos maiores nos últimos meses.

Marisa: 10 anos de e-commerce
Ainda sem loja virtual, a Renner planeja entrar no e-commerce nos próximos meses. A estratégia da marca é fundamentada em muita pesquisa e relacionamento com o consumidor. Já a C&A realiza a pré-venda das peças C&A Collection, coleções em parcerias com estilistas brasileiros, como Amir Slama, Reinaldo Lourenço e Isabela Capetto. As marcas têm um concorrente de peso: a Marisa, que completa 10 anos de e-commerce e é uma das pioneiras nesta área. Para acompanhar a evolução do mercado eletrônico, a empresa lançará ainda neste semestre a sua nova loja virtual.

Mensalmente, o canal recebe 1,2 milhão de visitantes e é responsável por 0,7% do faturamento da marca, que conta hoje com 226 lojas físicas e um lucro líquido de R$ 1,4 bilhão em 2009. Entre os atrativos da loja virtual estão as vantagens oferecidas ao cliente Cartão Marisa. “Sabemos que muitos clientes virtuais são clientes Marisa porque boa parte compra com o cartão da loja, que oferece benefícios como promoções, frete grátis, brindes e descontos”, diz Thiago Barros Pereira, Gerente de e-commerce da marca, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Outro diferencial é a integração entre o e-commerce e as lojas físicas. O cliente que compra pela internet pode trocar a mercadoria em qualquer uma das unidades presentes em todos os estados brasileiros. Além disso, toda vez que uma loja é inaugurada no país, o site oferece descontos para os consumidores. Nos pontos-de-venda da marca, os clientes também encontram materiais de divulgação, assim como algumas roupas têm etiquetas que comunicam a loja virtual.
Compra de roupa pela internet cresce

Cantão e Redley oferecem conveniência
Desde o final de 2009 na internet, o Cantão e a Redley também preocupam-se com a política de troca. As empresas não só permitem que o cliente troque as peças nas unidades físicas, como – a partir de uma parceria firmada com os Correios – coletam os produtos na casa do consumidor e efetuam a troca gratuitamente.

Para oferecer uma experiência de compra agradável e conquistar a confiança dos clientes virtuais, as marcas ainda contam com um guia de medidas para todas as peças e dicas sobre outros produtos para compor o look, além da descrição técnica das peças.

Uma vantagem do e-commerce para as empresas é o tíquete médio elevado em relação ao varejo tradicional. Tanto a Marisa quanto o Cantão e a Redley observam uma alta no valor das compras efetuadas em seu canal eletrônico. “No e-commerce, o internauta tem mais tempo para ver as vitrines virtuais e os detalhes das roupas. A loja virtual também oferece mais variedade do que a física, por uma questão de estoque”, aponta Yan Gracindo, Diretor de Novos Negócios do Cantão e da Redley, durante entrevista ao site.

Compra de roupa pela internet cresceJovens são a maioria

Outra justificativa para o aumento do tíquete médio é o fato de que os consumidores costumam comprar várias peças de uma vez só para pagarem apenas um frete ou, até mesmo, ficarem isentos do valor, como acontece na Marisa. “Nas compras acima de R$ 150,00 a entrega é gratuita para o sul e o sudeste. O frete hoje barra as vendas, por isso o cliente prefere juntar todos os itens numa compra só”, conta o Gerente de e-commerce da empresa.

Pereira explica ainda que a loja virtual da Marisa, apesar de ser focada na classe C, assim como as lojas tradicionais, também recebe consumidores com mais poder aquisitivo, interessados nas ofertas. De forma geral, a procura por itens em oferta ou com preços mais baixos é um consenso na internet.

O perfil destes consumidores é, em sua maioria, composto por mulheres jovens, especialmente adolescentes, em busca do chamado fast fashion. Ou seja, a moda rápida, que segue tendências, mas não demanda um grande investimento. “Os consumidores já têm vontade de comprar moda pela internet, especialmente a geração mais nova, que acessa sites internacionais e monitora o que as marcas estão lançando. Procuram produtos mais baratos, se não der certo, vendem para a amiga”, compara a consultora Alessandra Marins.

A procura dos jovens pela moda na internet leva empresas especializadas neste público a investirem no mercado. Ainda este semestre, a carioca Checklist colocará sua loja virtual no ar, depois de muitos pedidos das consumidoras. Já a Osklen reformula o seu e-commerce nos próximos dois meses. Para os que ainda planejam entrar no mercado virtual, Alessandra dá a dica. “É importante que o site tenha personalidade, transmita o lifestyle, a mesma história e o posicionamento da marca para que o consumidor conheça, identifique-se e deseje”.

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing

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Categoria: Cases

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Comentário (12)

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  1. karol disse:

    Ótima matéria, gostei muito..

  2. lucia disse:

    concordo, hoje é tudo tão simples, vc parcela sem nem perguntar ao vendedor e recebe tudo em casa, muito bom. Além disso, as lojas tem q oferecer um atendimento exclusivo, aproveito e indico a todos o site http://www.disexta.com.br . Adoro eles, quando penso em uma bolsa, lá é o primeiro lugar.

  3. VICTOR disse:

    Estou experimentando essa proposta de vender roupas pela internet. Um desafio e tanto onde as regras basicas do e-commerce não se aplicam tão facilmente a esse segmento. Seria interessante um artigo que mostrasse os desafios e possíveis soluções para vender esse tipo de artigo que ainda exige que o visitante queira provar antes de efetivar a compra. http://www.modabalada.com.br

  4. Carlos disse:

    Sinceramente não vejo mais nenhuma barreira para comprar roupas pela internet. Outro fator muito impprtante, é que as regras do jogo serão alteradas completamente, na medida em que o varejo físico, terá que usar outra abordagem para competir com o varejo virtual.

  5. Compra de roupa pela internet cresce e marcas investem no e-commerce | Território Homem disse:

    […] Texto Editado. Confira a matéria na íntegra. […]

  6. Andréia disse:

    Na verdade , sempre teremos a loja física , mas a loja virtual vem atender cada vez mais um público que está cada vez mais sem tempo de sair ás compras.Então a maioria está preferindo fazer isso na comodidade do lar e ainda parcelar em X vezes no cartão , do que enfrentar horas de engarrafamento no transito ou coisa pior….
    Sempre compro roupas no site http://www.megashopbrasil.com.br

  7. Maria Fernanda Lacerda pereira disse:

    Ótimo artigo. O segmento, apesar de todas as suas dificuldades, de fato está em alta. Uma grande empresa do setor é a Posthaus, de moda feminina e pautada nas marcas básicas e conhecidas.
    Comentei o assunto em http://www.webcontexto.com.br/tecnologia/posthaus-e-a-realidade-aumentada/

    Abraços

  8. Erika disse:

    É interessante o aumento de vendas de roupas na internet ,uma loja virtual muito chamosa de roupas femininas ,principalmente vestidos é a :

    http://www.elo7.com.br/charmemulher

  9. Roberto disse:

    Otima matéria, acreditamos neste canal de vendas e estamos tendo muito sucesso. A facilidade, o conforto e a segurança são para nos os principais fatores de sucesso.

  10. nelson disse:

    Oi,

    Estou comprando minhas roupas de marcas em Portugal na loja http://www.marca10.com , nunca tive problemas com eles, a mercadoria esta despachada bem mais rápido que quando estou comprando nas lojas de outlet nacionais…..

    precisamos de viver com seu tempo e aproveitar do mercado mundial.

  11. Elton disse:

    Olá ótimo artigo, outro exemplo de sucesso de e-commerce é a Hering, ótimos produtos e excelente atendimento. Compro sempre por lá http://www.heringwebsore.com.br abrsçoss

  12. lígia disse:

    essas roupas que voces fazem e muito feia

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