Países emergentes terão 1,2 bilhão de internautas até 2015

| 02/09/2010 - 03:29 AM | Comentários (0)

Em 2009, Brasil, Rússia, Índia, China e Indonésia tinham, juntos, 610 milhões de internautas, mas esse número deve praticamente dobrar até 2015, chegando a 1,2 bilhão, conforme estudo divulgado nesta quarta-feira, 1º de setembro, pelo Boston Consulting Group (BCG).

“A internet já provoca um impacto fundamental nos padrões de consumo, e esses padrões que estamos observado são significativamente diferentes daqueles dos Estados Unidos e do Japão”, afirma um dos autores do relatório – chamado de “O próximo bilhão da Internet” –, David Michael. Segundo ele, “as empresas que se baseiam somente nos meios tradicionais para alcançar os consumidores nos mercados emergentes precisam entender o impacto que a mídia digital terá”.

Para agregar os cinco países, o BCG ampliou a já usual sigla BRIC para BRICI – ou seja, incluiu a Indonésia. O relatório sustenta que como se tratam de algumas das nações mais populosas do planeta, pode parecer surpreendente a rapidez com que cresce o acesso à internet no conjunto dessas nações. Mas defende que a maior surpresa está em como as atividades online estão afetando as sociedades.

O estudo aponta que os hábitos nos BRICI são notadamente diferentes daqueles de países desenvolvidos. “Mensagens instantâneas são muito mais populares, assim como as músicas e os jogos online”, diz o relatório, que também mostra que as redes sociais são muito utilizadas no Brasil e na Indonésia do que nos demais China, Rússia e Índia. “E enquanto uma grande porcentagem de consumidores digitais usam e-mail na Índia, na China eles usam mais mensagens instantâneas”.

Outra consideração é de que a quantidade de computadores ainda é relativamente pequena nesses países – cerca de 400 milhões – o que resulta na observação de que os usuários dos BRICI devem se valer mais dos telefones móveis do que nos PCs. “A penetração de computadores ainda é baixa, enquanto os telefones móveis são mais baratos e ferramentas mais convenientes tanto para comunicação como para a busca de entretenimento”, diz o relatório. “Nos BRICI já existem cerca de 1,8 bilhão de assinantes de SIM Cards, mais de quatro vezes a soma dos EUA e do Japão”, completa o estudo.

Também foi constatado que os internautas dos cinco países são geralmente jovens – mais de 60% têm menos de 35 anos – o que significa que os hábitos dos consumidores ainda estão sendo formados e que os padrões de comportamento terão grandes implicações no futuro das atividades online. “À medida em que a renda crescer e forem desenvolvidas necessidades online mais complexas, as empresas encontrarão oportunidades colossais de monetizar serviços e produtos, desde que consigam acompanhar o ritmo das mudanças nos mercados digitais desses países.”

O relatório analisa, ainda, as tendências individuais dos cinco países. Em geral, apesar das similaridades, os mercados digitais do Brasil e da Rússia estão mais avançados do que na Índia ou na Indonésia, enquanto a China está muito além do conjunto – “a internet e a telefonia móvel está profundamente enraizada na vida de centenas de milhões de chineses”.

Brasil
De acordo com o estudo, um aspecto crítico sobre o Brasil é o alto custo da banda larga no país, em média de US$ 27 por mês (aproximadamente R$ 50), e disponível principalmente nos bairros ricos ou de classe média. O relatório indica que o Brasil conta com 12 milhões de conexões em banda larga, mas ainda possui 9 milhões de acessos discados. E apenas um terço daqueles que têm computador contam com acesso à rede.

Além disso, os responsáveis pelo estudo acreditam que esse custo não dá sinais de estar em queda – a tendência parece ser das operadoras aumentarem as velocidades mantendo o preço atual. Por outro lado, a melhoria das conexões enfrenta dificuldades nas atuais infraestruturas das principais operadoras do país.

Nas projeções do BCG, a média de horas online por dia deve passar de 0,9 para 2,1 em 2015. “Os brasileiros usam a internet para uma ampla gama de atividades. Serviços de busca, e-mail e redes sociais são os mais populares – 69% dos internautas do país são ativos em sites de redes sociais. Os serviços de mensagens instantâneas são também comuns à maioria dos usuários. Além disso, cerca de metade dos internautas usam a rede para consumo de músicas, vídeos, notícias e jogos”.

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Categoria: Notícias, Pesquisas

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