CLASSE C É O MOTOR DO MOMENTO
Estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas revela que, nos últimos cinco anos, nenhuma outra classe social cresceu tanto no Brasil quanto a classe C quando o tema é capacidade de consumo. Até porque, o último biênio apresentou os índices mais relevantes de décadas, seja na aquisição da casa própria, na obtenção de crédito ou no trabalho com carteira assinada. Além disso, é importante constatar sua capacidade de ascensão, já que o índice de mobilidade entre classes encontra-se nas alturas desde meados de 2008.
A pergunta que tem movido diversas estratégias no mercado varejista é quanto esta capacidade poderá assegurar a manutenção dos índices atuais de consumo. Particularmente, acredito que ela será capaz de manter a perspectiva de um crescimento de 25% para esse ano no comércio eletrônico, ante os 30% registrados no ano passado, traçadas anteriormente.
Entretanto, não restam dúvidas de que é necessário estabelecer um plano eficaz para atingir este público. E foi pensando justamente em aprofundar este conhecimento que a e-bit, em parceria com o Instituto Análise, concluiu recentemente o primeiro estudo detalhado acerca dos hábitos específicos deste segmento de mercado, que revela não só o perfil de consumo, mas também quais os produtos que mais os estimulam a consumir.
A base de entrevistas supera as mil pessoas e levou como pré-requisito não ter uma renda familiar superior a R$ 1 mil. A fim de gerar um entendimento dentro do nicho de mercado que mais cresce no varejo, o levantamento focalizou a compra de eletrodomésticos.
É interessante perceber que quando se traça o perfil desse consumidor, a maioria (40%) coloca-se dentro da categoria “tomadores de crédito”, que é composto por pessoas acima dos 40 anos e que consideram o crediário a única maneira de se adquirir bens de consumo. Em contrapartida, os “antenados”, que possuem maior propensão a comprar via Internet, participam em menor proporção (22%), apesar de serem mais jovens.
Aqui se abre a oportunidade: com a penetração crescente dos meios de pagamento digital na classe C, a chance de garantir mais vendas online é grande, já que nenhum outro setor varejista consegue garantir tantas facilidades quanto às redes de varejo digital, principalmente quando os jovens, que já utilizam a internet para acesso a redes sociais e pesquisas, entrarem no mercado de trabalho.
Entra aqui a necessidade de se relevar os aspectos de segurança presentes na Internet. Atualmente, as lojas possuem sistemas de certificação que garantem diversos aspectos e auditorias externas asseguram o nível credibilidade do comércio digital. Campanhas podem facilmente ampliar a base de interessados em utilizar o canal. Vejamos: enquanto 31% dos “antenados” pretendem adquirir produtos pela Internet, 23% dos “tomadores de crédito” afirmam ter interesse em buscar a alternativa de compra online. Os “controlados”, outro segmento de consumidor, têm ainda mais restrições, onde somente 18% pretendem usar a Internet.
A pesquisa revela ainda que o preço é o maior driver de escolha de um produto. Sendo isso um retrato da realidade, fica evidente a capacidade de persuasão do varejo digital, o que abre possibilidades para que 2009 seja tão promissor quanto os períodos passados. O motor está ligado.
Por Pedro Guasti – e-bit
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