Intenção de compra no e-commerce atinge o menor nível desde 2007
Pesquisa do Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), aponta que o nível de intenção de compra no comércio eletrônico caiu 7,4% no segundo trimestre de 2012 ante o primeiro, para 76,5 por cento, – o menor nível registrado desde 2007 -. A queda foi ainda maior, se medida ano a ano, com 8,5%.
De acordo com Nuno Martins Dias Fouto, diretor de estudos e pesquisa do Provar, a baixa está relacionada ao nível de renda do consumidor. “Enquanto boa parte dos que compram via Internet têm renda acima de 3.901 reais, no varejo físico a maior parte das vendas vem de quem ganha entre 3,1 e 8 salários mínimos. O consumidor de renda mais baixa foi mais beneficiado pelos incentivos e, portanto, contribuiu para estabilidade do varejo físico”, conta.
No geral, o índice de confiança do comércio aponta que o número de consumidores paulistanos com a intenção de compra no primeiro trimestre registrou alta de 2,4 pontos percentuais sobre os três primeiros meses do ano, para 59,2 por cento, enquanto, na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o índice se manteve estável.
Na opinião de Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Provar, o consumo no Brasil tem apresentado desempenho médio nos últimos trimestres, indo de encontro com as boas perspectivas oriundas das medidas de incentivo implantadas pelo governo. No entanto, o aumento da inflação afetou negativamente o desempenho do varejo. “Na comparação anual, a estabilidade do índice aponta que os consumidores estão muito cuidadosos em relação à decisão de compra por conta da inflação, mesmo com estímulo ao crédito. Porém, as medidas de estímulo estão tendo pouco retorno porque não acompanham a real capacidade de expansão do consumo, e, não há nada pior para o consumo do que a inflação”, enfatiza.
Além da inflação, a inadimplência é outro fator limitante para o crescimento do consumo, considera Felisoni. De acordo com a pesquisa, a perspectiva é que a inadimplência siga sem perspectiva de queda e que fique em 7,87 por cento em junho.
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