Internet acirra competição entre redes varejistas

| 18/02/2010 - 18:05 PM | Comentários (0)

Depois de faturar R$ 10,6 bilhões no ano passado, o segmento de comércio eletrônico estima repetir os 30% de crescimento em 2010 tendo como impulso o uso da internet pela classe C, o aprimoramento dos lojistas e a entrada de concorrentes de peso, como Carrefour e Lojas Renner. Este cenário acentuará a briga das empresas no quesito preço baixo.

“Apesar de as margens de lucro na internet serem baixas, categorias importantes, como bens duráveis, terão preços mais agressivos”, diz o coordenador do Provar (Programa de Administração do Varejo), Nuno Fouto.

O uso de comparadores de valor como Buscapé e Bondfaro também fortalecem este movimento, pois as comparações entre os preços e as formas de pagamento são imediatas, com apenas um clique do consumidor.

Fouto destaca ainda que, enquanto muitas vezes ocorre inflação no varejo físico, muitas categorias no e-commerce apresentam deflação no balanço mensal. Além disso, as pessoas enxergam o segmento como barato e seguro para comprar.

De acordo com o diretor de marketing e produtos da consultoria e-bit, Alexandre Umberti, o e-commerce veio para ficar e ganha cada vez mais espaço dentro do consumo privado. “Temos 70 milhões de internautas, sendo que apenas 17 milhões comparam pela web”, analisa.

PERSPECTIVA - Para Umberti, as empresas que estão chegando vão diminuir ainda mais a concentração no setor, algo que ocorre há dois anos.

O Carrefour vem preparando sua chegada ao ambiente virtual há algum tempo, principalmente ao contratar executivos de suas futuras concorrentes. A rede já comercializa pacotes turísticos pela internet há quase dois anos.

A Lojas Renner, uma das líderes no varejo têxtil e maior vendedora de perfumes importados do País, arquiteta um portal para comercializar relógios e perfumes. O presidente da rede, José Galló, declarou que a loja virtual poderá entrar no ar neste ano. A estratégia será concorrer diretamente com a Sack”s, que vende cerca 2.000 frascos nesta categoria diariamente.

Dados da consultoria e-bit mostram que no primeiro trimestre de 2008, a participação da B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), maior empresa do setor na internet, era de 42,77%, um ano depois esta fatia caiu para 36,22%.

Entre as dez maiores companhias, onde encontram-se MagazineLuiza.com, Saraiva e Nova Pontocom – resultado da associação das lojas Extra.com.br, PontoFrio.com e CasasBahia.com.br, – a participação de mercado no mesmo período caiu de 76,97% para 73,32%.

O coordenador do Provar considera que apesar de a pontocom resultante da associação do Grupo Pão de Açúcar com a Casas Bahia representar ameaça à B2W, os fornecedores não concederão tantos privilégios à companhia. “As empresas médias também precisam se manter no mercado. É interesse da indústria.”

BALANÇO - A Casas Bahia, que completou um ano neste mercado, divulgou que a loja virtual representou 1,5% do faturamento da companhia em 2009, que foi de R$ 13 bilhões. O valor corresponde a R$ 195 milhões.

Em nota, o diretor de marketing, Raphael Klein, avalia o resultado como “excepcional”, pois o investimento em mídia on-line não foi grande e as principais ações foram para as datas comerciais.

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