Hackers brasileiros atacam na Black Friday americana

De acordo com a Akamai Technologies, criminosos virtuais brasileiros, junto com tailandeses, mexicanos e filipinos, teriam causado prejuízos na ordem de 15 milhões de dólares por conta de ataques na última Black Friday, se extendendo até a Cyber Monday, eventos realizados todos os anos após o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. No total, cinco varejistas tiveram suas infra-estruturas “pulverizadas” com ataques de negação de serviço (DDoS), a mesma técnica utilizada para atacar os sites do Paypal, Mastercard.com e Visa na semana passada.

Os ataques de negação de serviço, ou DDoS, ocorrem quando terroristas virtuais enviam um grande volume de tráfego (de computadores infectados) para sites que elegeram como alvo, em um esforço para superar sua infra-estrutura, consumindo recursos de seu servidor até paralisá-lo, e evitando que consumidores acessem o site. Neste ataque, o tráfego atingiu picos de até 14 gigabytes por segundo. Alguns sites que já possuíam grande audiência tiveram um incremento de até 10.000 vezes o seu tráfego diário habitual, perdendo inúmeras vendas por conta disso. Acrescenta a Akamai.

“Estes ataques foram claramente deliberados visando prejudicar as vendas destes varejistas”, disse Pedro Santos, estrategista-chefe da Akamai. “Além disso, poucas vezes vimos um ataque coordenado entre vários criminosos independentes.”

Ted Julian, principal analista de uma consultoria norte-americana, diz que este tipo de ataque contra sites de e-commerce estão se tornando cada vez mais comuns. “Os hackers estão cada vez mais se focando em comerciantes, sendo motivados por ganhos financeiros, ou objetivos políticos”, diz ele. “Os ataques são extremamente prejudiciais para os varejistas, já que a cada minuto que o site estiver fora do ar, mais deixam de vender suas mecadorias.” Finaliza.

Outros especialistas afirmam que muitas vezes é impossível identificar a origem de tais ataques, pois estes criminosos normalmente utilizam softwares de botnet, se apropriando de um grande número de computadores “zumbis” para atacarem sites. Entretanto, os autores de ataques deste tipo podem variar de foco na medida em que procuram fechar outros negócios, ou no caso de ativistas que procuram acabar com práticas específicas, como a venda de peles de animais.