Empresas de hosting miram na oferta de serviços
Faz pouco tempo que o mercado brasileiro de hosting teve seu primeiro impulso de desenvolvimento. Com a famosa bolha da internet, os fornecedores da área começaram a crescer exponencialmente, mostrando que o mercado de tecnologia ganharia uma nova composição. No início, as empresas do segmento dedicavam-se mais à venda de hospedagem pura, sem muitos serviços agregados. O máximo oferecido era gerenciamento de servidores, no caso da contratação de um equipamento dedicado.
Com as mudanças de demandas por parte do mercado, equipes de tecnologia da informação cada vez mais reduzidas nas corporações e a tendência de computação em nuvem, as companhias de hosting enxergaram uma ótima oportunidade para evoluir e oferecer serviços. Segundo o diretor de engenharia e produtos da empresa de data center DH&C, Alexandre Cadaval, o cliente está cada vez mais interessado em serviços e menos em hospedagem pura. “Hoje já há demanda para serviços de controle de qualidade, gerenciamento do ambiente, administração de banco de dados, entre outros. É uma forma de garantir um alto nível de serviço com custo reduzido em comparação às soluções domésticas”.
Para Cadaval, o próximo passo para essas empresas é entrar no segmento de consultoria, no qual o fornecedor ajuda a montar planos para banco de dados, aplicações internas e até planejamento de disponibilidade. A aposta da DH&C, a partir de 2010, é na aceleração dos investimentos em computação em nuvens, acompanhando o aumento de demanda. Nesse contexto, entra também software como serviço, incluindo aplicações de gerenciamento de recursos empresariais (ERP) e de relacionamento com o cliente (CRM).
A Locaweb, que cresceu na onda da bolha da internet, começa a dirigir o foco do desenvolvimento de produtos em modelos de software como serviço, voltados para diversos tipos de empresa. “A corporação está bastante concentrada em aumentar a participação de serviços no faturamento”, afirma o diretor comercial da Locaweb, Alexandre Glikas.
O executivo avalia que os fornecedores querem fugir das ofertas “commoditizadas” e a briga pelo cliente será sobre quem vai conseguir agregar mais valor aos serviços. Para pequenas e médias, a empresa também oferece sua nuvem pública, nos mesmos moldes do Amazon EC2: produto elástico, com acordo de nível de serviço de 99,9% e opção de gerenciamento próprio ou terceirizado. Para as companhias de maior porte, a opção é a nuvem dedicada, com projetos desenvolvidos sob demanda.
A Diveo, que nasceu para oferecer serviços de telecomunicações pela integração de diversos provedores e migrou para a área de data center, também já vislumbra um mercado de clientes ávidos por serviços gerenciados, principalmente entre as grandes empresas.
O diretor de marketing e canais da Diveo, José Peyon, aposta na expansão dos serviços de sistema operacional, banco de dados, segurança, firewall e monitoramento do ambiente. “Só não entramos na camada de aplicação. Para isso, contamos com um programa de parcerias que ajudam nosso cliente em necessidades desse segmento”, afirma.
Mais recentemente, a empresa lançou o Dynamics CRM, da Microsoft, como serviço, a partir de sua nuvem. O cronograma da Diveo prevê a expansão desse tipo de oferta, aproveitando o relacionamento com fornecedores como Oracle e SAP. “Estamos atentos às perspectivas futuras de virtualização e cloud computing e queremos estar bem preparados como um provedor para essas tecnologias”, diz Peyon.
Quando o assunto é tecnologia, a maioria das pequenas empresas brasileiras não possui um alto grau de maturidade. O UOL Host, do mesmo grupo da DH&C, levantou que das 5 milhões de empresas do Brasil, apenas 20% têm endereço na internet. A grande barreira para dar os primeiros passos é a complexidade das soluções. Poucos pequenos empresários têm tempo para se dedicar à criação de seu site.
“Trazer os micro e pequenos empresários por meio de ofertas de hospedagem de sites que compreendam um suporte mais abrangente é uma forma de chamar esse público potencial para o mundo dos serviços”, avalia o diretor do UOL Host, Vinicius Pessin. A empresa já vendeu 3 mil lojas virtuais dentro deste modelo, que inclui uma ferramenta de comércio eletrônico baseada em um ecossistema de parcerias, no qual desenvolvedores independentes gerenciam lojas e são remunerados de acordo com os lucros do UOL com os produtos desenvolvidos.
O próximo passo da companhia é o lançamento da loja de aplicativos, no final do ano. A ideia é oferecer aplicativos antes só acessíveis a grandes empresas, empacotados para o uso das pequenas e médias. Entre eles estarão sistemas de gestão empresarial como CRM e ERP, PABX virtual, banco de dados Oracle, entre outros, todos alocados na nuvem da companhia. “Com todos esses serviços, nossa meta é construir a maior nuvem brasileira”, revela.
A Locaweb também busca uma fatia do segmento por meio de sua loja virtual, com aderência a diversos portes de varejo. Assim como o UOL, a empresa oferece loja pré-configurada na nuvem e solução de pagamentos. E quer conquistar clientes por meio da entrada imediata no mundo virtual. Outros serviços são uma solução de marketi
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