Reuters lança serviço de vídeo
A Thomson Reuters lançou nesta terça-feira seu serviço de vídeo de notícias financeiras, parte de um plano de 1 bilhão de dólares para atualizar sua operação de dados e informações financeiras no momento em que as empresas de mídia buscam novos meios de atrair clientes.
O serviço Reuters Insider entrega notícias, entrevistas, dados financeiros e outras informações sob a forma de vídeos via Internet.
Cerca de 85 por cento de todo o conteúdo virá de parceiros, incluindo nomes como JPMorgan, Deutsche Bank e UBS, enquanto os jornalistas da Reuters fornecerão o restante.
O Insider não estará disponível para o público em geral e não vai funcionar o dia todo, diferente do modelo de negócios suportados por publicidade como os canais de notícias CNBC, Fox Business Network e Bloomberg TV, ainda que o Insider inclua programação da CNBC.
A Thomson Reuters planeja integrar o serviço aos seus terminais financeiros, cerca de 500 mil em todo o mundo. A Reuters disponibilizará alguma programação ao público online, mas a maioria do conteúdo será restrita aos assinantes que pagam pelos terminais de dados e notícias financeiras, disse o editor-chefe da Reuters, David Schlesinger.
A ideia é dar aos espectadores informações profundas em vídeos de curta duração, de três a cinco minutos, de uma gama de assuntos que os principais canais de televisão nem sempre exploram, e fazer isso de um modo que seja reconhecido pelas gerações mais novas que cresceram no mundo com Internet.
O Insider (http://etv.thomsonreuters.com) permite aos usuários buscar palavras específicas no áudio dos vídeos, de modo que o espectador não precisa assistir a todo o conteúdo para obter as informações que tem interesse.
“A geração que está chegando às mesas de operação está agora usando informação multimídia em sua vida”, disse Schlesinger. “Estamos oferecendo uma oportunidade multimídia nas vidas profissionais como as pessoas têm em suas vidas pessoais.”
O Insider também vai complementar a cobertura tradicional jornalística da Reuters usada por profissionais do mercado financeiro para tomada de decisão.
“A apresentação em vídeo é eficaz para os negócios? Sim, sabemos disso por CNBC e Bloomberg”, disse Jeff Jarvis, que escreve no blog de mídia e tecnologia BuzzMachine. Jarvis chamou o Insider de um “YouTube para os ricos”.
“Isso é diferente (…) significa que pode ser mais profundo e mais especializado e, portanto, tem mais valor”, acrescentou.
Um desafio para o novo serviço será atrair profissionais do mercado financeiro, que já reclamam da falta de tempo.
“Eu não sei quando eu vou assistir a isso”, disse o analista de mídia Alex DeGroote, da corretora londrina Panmure Gordon, e cliente da Reuters. “Mas algumas vezes é legal você ter isso disponível. Se eu tiver esse serviço no meu desktop, talvez passe a fazer parte do meu fluxo de trabalho”, acrescentou.
O Insider, que conta com cerca de 130 funcionários, está sendo preparado desde outubro de 2008, e está em teste desde junho de 2009.
A Thomson Reuters se recusou a informar quanto gastou no desenvolvimento do Insider ou qual é o orçamento do produto.
O colunista do New York Times David Carr publicou artigo na segunda-feira afirmando que a Thomson Reuters está fazendo “uma grande aposta no Insider, de cerca de 100 milhões de dólares”.
Uma porta-voz da empresa não quis comentar a informação.
Muitas empresas de mídia estão explorando novos meios para manter seu jornalismo e informações relevantes, interessantes e valorizadas. Sites de notícias como os do The Washington Post e do The New York Times estão apostando em vídeos na esperança de ganhar novos ares.
A Thomson Reuters está investindo cerca de 1 bilhão de dólares nesses esforços. A estratégia reduziu a margem de lucro por quatro trimestres consecutivos, especialmente durante a crise financeira que fez muitos clientes do mercado financeiro cortarem custos.
“Temos sido consistentes em dizer que estamos comprometidos com expansão de margem, mas não antes de investirmos em produtos e plataformas que simplificarão nossos negócios, gerarão eficiência sustentável e motivarão crescimento de receita e de participação”, afirmou Devin Wenig, presidente-executivo da divisão Markets da companhia.
Categoria: Lançamentos, Notícias