Avanço físico e virtual

| 16/11/2009 - 01:09 AM | Comentários (0)

A Lojas Americanas colhe os dividendos da expansão de suas lojas e do acerto no lançamento da B2W, a gigante brasileira do comércio eletrônico

Mesmo num mercado dinâmico como o do varejo, a Lojas Americanas trabalha numa rotação acima da média. Nos últimos anos, a inquieta empresa do Rio de Janeiro, administrada pelo grupo GP Investimentos, realizou uma série de aquisições que encorparam os negócios. Entre outros lances concretizados num período recente, a Americanas comprou a rede de locadoras de vídeo Blockbuster e esteve à frente da criação da B2W, gigante de comércio eletrônico que reuniu as operações da Americanas.com e da Submarino. Em 2006, a receita da companhia já havia crescido cerca de 20%. Seguir quase no mesmo ritmo de expansão depois de um ano tão bom é difícil para qualquer companhia. A Americanas saiu-se bem diante desse desafio. Em 2007, ela faturou 2,4 bilhões de dólares, um incremento de 16,4% em relação à receita do ano anterior. Sua rentabilidade, de 25,9%, também se manteve entre as mais altas do setor. Esses resultados a elevaram novamente à condição de melhor empresa de varejo de 2007 (é o quarto título consecutivo da Americanas).

Um dos fatores que contribuíram para o crescimento da empresa no ano passado foi a expansão de sua rede de lojas. A aquisição da Blockbuster permitiu que a Americanas incorporasse 127 pontosde- venda. Outros 50 foram inaugurados pela empresa. Com isso, ela somou ao final de 2007 um total de 413 lojas, espalhadas por 19 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. O crescimento físico da rede Americanas deve prosseguir em 2008 num ritmo um pouco mais lento. A previsão é incorporar mais de 50 novos endereços até dezembro. Entre os estados em que a empresa ainda não está presente, há projetos de abertura de pontos-de-venda em Rondônia, Tocantins, Piauí e Amazonas. Na Região Nordeste, onde até quatro anos atrás só as capitais geravam interesse, hoje há lojas em cidades como Juazeiro, Itabuna e Feira de Santana. “Apesar de ocorrer num ritmo forte, a expansão do número de lojas segue um plano criterioso”, afirma Osmair Luminatti, diretor de vendas da Americanas. “Não adianta nada abrir uma nova loja se o faturamento das operações antigas não é satisfatório.”

O bom desempenho na rede de lojas físicas se repetiu no universo do comércio eletrônico. Em 2007, o mercado acompanhou com especial interesse o início das atividades da B2W, empresa criada pela fusão entre a Americanas.com e a Submarino. Concretizado no final de 2006, o negócio deu origem a uma gigante com faturamento anual de 2 bilhões de reais e domínio de mais de 50% do varejo eletrônico do país. A Lojas Americanas, assumiu o controle da B2W, com 53% de participação no capital. O acordo foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em novembro de 2007. Na teoria, o negócio representou um golaço, criando sinergias entre a Americanas. com e a Submarino de 800 milhões de reais e um trator de comércio online capaz de competir nessa área com nomes como o Wal-Mart. Na prática, porém, havia uma dose razoável de risco no sucesso da operação, que reuniu equipes de executivos distintas, o que inevitavelmente incluiu ajustes no tamanho do quadro de funcionários e a dança de cadeiras dos executivos no topo da hierarquia.

Uma parte dos números de desempenho de 2007 refletiu os custos da fusão, como foi o caso do lucro de 62 milhões de dólares, cifra 56% menor do que a registrada em 2006. Segundo a empresa, a queda ocorreu em razão do impacto da distribuição de dividendos e da redução de capital oriundas da união. O faturamento da empresa, porém, cresceu significativamente. Ela registrou em 2007 vendas de 2,3 bilhões de dólares, o que representou um crescimento de 40% sobre as receitas somadas da Americanas. com e da Submarino no mesmo período do ano anterior.

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Categoria: Cases

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