Lopes divulga software para tornar e-commerce mais seguro

| 25/01/2010 - 21:53 PM

O e-commerce brasileiro deve continuar em ascensão em 2010, depois de alcançar faturamento de aproximadamente R$ 10,5 bilhões no último ano, apenas em bens de consumo. As comercializações pela internet vêm crescendo a taxas de 20% a 30% a cada ano e, mesmo para algumas marcas consolidadas no varejo tradicional, chegam a superar as vendas físicas em alguns períodos.

A popularização da informática traz uma nova massa de pessoas dispostas a entrar e gastar no mundo digital, oriundas das classes C e D. Os receios do passado, como o de colocar o número do cartão de crédito na internet ou de não receber a mercadoria adquirida, foram sendo atenuados nos últimos anos. E, com isso, os empresários do setor comemoram, enfim, o fato de os brasileiros se sentirem mais à vontade para comprar na web.
Esse cenário mais maduro abre novas oportunidades. E uma delas é a entrada de lojas digitais de médio e pequeno portes para concorrer com gigantes como Submarino, Magazine Luiza, Saraiva e Americanas.com. “Há uma descentralização da oferta e isso deve fazer com que as grandes redes percam fatias do mercado”, aposta o sócio-diretor da loja virtual Amercantil, Marcelo Albino.

Segundo ele, um movimento similar já aconteceu nos Estados Unidos, considerado uma grande potência também no comércio eletrônico. Há dez anos a Amazon era líder com 87% de participação. A posição foi mantida, mas hoje com uma fatia de 26% do total.

A Amercantil (www.amercantil.com.br) está há pouco mais de três anos no mercado digital brasileiro e em 2010 deve investir R$ 2 milhões. Com capacidade para atender a todos os estados, a loja virtual atua como um magazine, com uma oferta bastante segmentada que vai desde eletroportáteis e eletrônicos até artigos de beleza e saúde. A projeção é de um crescimento em 2010 de 35%. “Estamos investindo em logística, espaços físicos, marketing e na diversificação da nossa linha de produtos”, revela Albino.

Outro player que busca um espaço no e-commerce é a Viajanet (www.viajanet.com.br). A agência de viagens online entrou em operações em novembro com um investimento inicial de R$ 1 milhão. A alta demanda obrigou a startup (empresa iniciante) a dobrar rapidamente a infraestrutura. “As viagens estão cada vez mais na cesta básica de e-consumidor brasileiro”, comemora o sócio-fundador da agência, Bob Rossato. Para ele, a valorização do real em relação ao dólar e a entrada dos consumidores das classes C e D ajudam a puxar esse crescimento.
Ao longo dos próximos cinco anos, o plano de negócios da agência contempla recursos de US$ 2 milhões. Para isso, o ViajaNet conta com o Fundo de Investimentos Norte-Americano da Travel Investiment Technology (T.I.T.). A proposta da agência é chegar a 10 mil clientes ativos e somar oito milhões de visitantes únicos em um ano.
A expectativa da empresa é de alcançar um faturamento de R$ 12 milhões no primeiro ano de atuação. O mercado de turismo online movimentou cerca de R$ 4,5 bilhões em 2009, segundo estudo da E-Consulting. Este volume envolve tanto os negócios das agências digitais como as companhias aéreas que oferecem compra de passagens pela web.

Buscapé desenvolveu plataforma contra fraudes

De olho no aumento da participação das empresas de menor porte no comércio eletrônico no País, a Buscapé desenvolveu a ferramenta Pagamento Digital. A plataforma de gerenciamento de pagamentos online atende, principalmente, a pequenos e médios varejistas. A solução permite que os lojistas façam as suas vendas com cartão de crédito ou outros meios de pagamento e somente liberem o envio dos produtos adquiridos depois que for confirmada a transação. Isso evita a ocorrência de fraudes nas negociações online, um dos maiores problemas neste tipo de negócio.

Hoje, caso um consumidor não reconheça a compra de determinado produto, a administradora do cartão exige do lojista virtual um comprovante. Como ele geralmente não consegue apresentar este documento, já que a venda foi feita pela web, acaba tendo que devolver o valor. “O pequeno varejista costuma ficar muito exposto a fraudes e, para resolver isso, criamos uma ferramenta que faz todo o controle para ele”, relata o gerente-geral do Buscapé Financial Services, Denis Smetana Lopes. O executivo acredita que os próximos anos serão de muito crescimento para as empresas que atuam no e-commerce brasileiro. No Natal passado, a ferramenta já constatou um crescimento de até 250% no faturamento de diversos vendedores.

Setor defende aperfeiçoamento dos sistemas de pagamento

A maturidade do e-commerce brasileiro faz com que os players envolvidos nesse mercado apontem algumas necessidades de evoluções. E uma das principais é o aperfeiçoamento dos sistemas de pagamento. Nada muito diferente das demandas que já existem no varejo tradicional, essa melhora deve passar, necessariamente, pela quebra do monopólio das companhias responsáveis pela operação dos cartões de crédito, como Redecard e American Express. Quanto menos operadores, mais os lojistas acabam ficando dependentes das constantes mudanças tecnológicas que precisam acompanhar e dos valores de aluguel dos equipamentos cobrados.

Para o coordenador de projetos da empresa de pagamento online Braspag, Renann Fortes, o País precisa se aproximar do modelo americano. “Além de existir uma máquina única para todos os cartões, lá o lojista recebe o valor transacionado no dia seguinte, enquanto no Brasil leva 30 dias”, critica. Por aqui, só de aluguel, os varejistas que optarem por aceitar todos os cartões de crédito precisam pagar cerca de R$ 600,00 por mês.

Este tipo de peculiaridade causa estranhamento entre os players internacionais. A Apple, por exemplo, levou cerca de um ano e meio para entender o funcionamento do sistema de pagamentos do Brasil e começar a vender pelo seu site também por aqui. Em 2009, as empresas que utilizam a plataforma da Braspag de pagamentos eletrônicos movimentaram R$ 15 bilhões em transações, alta de 53,3% em relação a 2008. Clientes como Dell, Google, Positivo e Apple sempre que vendem algum produto passam pelo sistema da Braspag, que tem operações no Brasil, México e Colômbia. Neste semestre começa a atuar também no Chile e na Argentina.

Tags: , ,

Categoria: Artigos

Sobre E-Commerce News: Fundado no ano de 2009, o E-Commerce News é um site projetado para profissionais de todas as áreas, interessados nos mais recentes conteúdos sobre o e-commerce no Brasil e no mundo. Ver mais artigos deste autor.

Comentários Encerrados.