Sua empresa está aproveitando o Twitter?
O Twitter, que em breve estreará sua versão em português, é mesmo a bola da vez. E nem torça o nariz achando que é coisa de adolescente pois o assunto é mais que adulto, fazendo parte intensamente da vida corporativa, inclusive. Tanto que acaba de ganhar uma pesquisa com selo de uma das empresas de recrutamente e capacitação mais renomadas quando o assunto é empregabilidade, a Deloitte.
A unidade Brasil queria saber na verdade como anda as novas formas de interação entre as empresas e seus públicos. Para isso elaborou o estudo Mídias sociais nas empresas, um olhar inédito até então mais empírico que real quando se trata de Twitter. A pesquisa foi realizada em 302 empresas de segmentos diversos e portes econômicos que atuam no Brasil.
Para se ter uma ideia da importância da iniciativa, quase 70% dos entrevistados afirmaram utilizar as redes sociais. São Paulo, claro, apresentou a principal concentração de respondentes (63%), seguido pelo Rio de Janeiro (7%) e Minas Gerais (6%). Ao contrário do que muitos esperavam, as companhias multinacionais representam 16% das participantes, e o restante, 84%, são de origem nacional. As ações de marketing e divulgação de produtos e serviços são as atividades mais realizadas, com 83%. O gerente responsável pela prática de consultoria em mídias sociais, Fabio Cipriani, conta que as mídias sociais representam hoje um canal de comunicação que atinge milhares de pessoas a um baixo custo e que por isso são muito mais vistas pelas empresas como mídia propriamente dita, do que como plataforma de relacionamento.
O estudo aponta ainda que é dada pouca importância à captura de oportunidades (46%), ao suporte aos clientes (43%) e ao desenvolvimento de inovação por meio de inteligência coletiva (17%). Ele enumera como “deficientes” áreas como captura de pedidos, suporte ao cliente e integração de equipes.
Paradoxo – A pesquisa da Deloitte traz um dado interessante que serve para o “umbigo” de qualquer empresa que se autoreflita. Mostrou que em 73% das instituições entrevistadas as ações ligadas a esta ferramenta estão sob o comando do departamento de marketing e que os departamentos de comunicação são os menos envolvidos com mídias sociais, 5% e 6%, respectivamente.
Talvez isso se deva, na visão dele, por conta da falta de empenho, ainda, das lideranças de cada empresa. Como não tem partido dos líderes esse aporte às redes sociais, demais departamentos importantes acabam não valorizando a nova mídia. Apenas 26% dos respondentes afirmaram que há mais de um departamento envolvido com mídias sociais em suas empresas.
E o que ainda se alega para não estar na rede? Basicamente, a falta de tempo e mais mobilização das pessoas. Dois obstáculos apontados pelas empresas na execução de suas estratégias em mídias sociais, respectivamente 49% e 38%. “A falta de tempo assinalada por grande parte das empresas requer uma avaliação sobre a necessidade de se ter um profissional, uma equipe dedicada ou terceirizar o serviço para cuidar das iniciativas em mídias sociais”, afirma Cipriani. O que já acontece, por exemplo, em algumas poucas áreas. Um exemplo são equipes de campanhas políticas, na qual já aparecem profissionais de comunicação que cuidam basicamente das redes sociais.
Os dois setores que mais utilizam as mídias sociais são os de serviços (38,1%) e de varejo, bens de consumo & transporte (20%). O setor de manufatura, que o mercado enxerga ter baixa aderência às mídias sociais, surpreende aparecer em quarto lugar no ranking de empresas que já utilizam ou monitoram as mídias sociais (11%).
A pesquisa destacou ainda que as redes sociais (Orkut, Facebook, redes sociais internas etc) são as ferramentas mais utilizadas pelas empresas, com 81%. Os microblogs (Twitter, Yammer etc) aparecem em seguida com 79%, e devido ao ritmo de crescimento que vem ganhando no Brasil, deverá ultrapassar as demais redes sociais muito em breve.