Computação na nuvem atinge nova fase no País
Conhecido pela redução de custos para as empresas, o uso de cloud computing é visto agora com mais atenção pela inovação e pela agilidade que as empresas buscam. Flexibilizar o modelo de negócios e implementar serviços e produtos de forma mais sofisticada se tornam também os objetivos das companhias.
Um estudo global recente divulgado pela Cisco indicou a ocorrência de uma segunda onda de adoção da computação em nuvem, na qual as empresas já não buscam apenas eficiência e redução de custos, mas também um impulso à inovação, ao crescimento e à disrupção.
Chamado de “InfoBrief – Não fique para trás: como ampliar a adoção da nuvem”, o estudo foi desenvolvido pela IDC, baseando-se numa pesquisa de mercado primária realizada com executivos de 3.400 empresas em 17 países, que vem implementando com sucesso nuvens públicas, privadas e híbridas em seus ambientes de TI.
“Hoje a redução de custos é importante, mas está em segundo plano para algumas empresas”, afirma Luan Gabellini, sócio-fundador da Betalabs, empresa especializada em plataforma de gestão de e-commerce baseada na nuvem. “O cenário de mercado mais competitivo demanda inovação para a diferenciação [das empresas]”, complementa.
E é exatamente essa a noção que as empresas brasileiras estão tendo sobre a computação na nuvem hoje. Um outro estudo global realizado pela Oracle mostrou que 72% das empresas brasileiras acreditam serem mais ágeis com uso de computação na nuvem. A pesquisa identificou que com o uso de Cloud Computing, as organizações são capazes de se ajustar rapidamente a novas oportunidades de negócios ou implementar novos produtos ou serviços rapidamente.
De acordo com Claudio Santos, CEO da Santo Digital, empresa especializada em implantação de sistemas baseados na nuvem, a pauta de inovação e transformação digital vem numa crescente. “Os CEOs sabem que precisam trazer seus processos internos para o século 21 e fazer a transformação digital sob pena de terem seu modelo de negócio rompido pela concorrência”, afirma o executivo.
Demanda crescente
A empresa Betalabs informou que no primeiro semestre deste ano, houve aumento de 50% na demanda de soluções na nuvem que integrem múltiplos canais de vendas (o chamado omnichannel). “Esse aumento deixa claro que a busca por computação em nuvem está mais relacionada à flexibilização do modelo de negócio e inovação no fluxo de venda do que efetivamente a busca por custos mais baixos”, explica Gabellini.
O sócio-fundador da Betalabs complementa afirmando que os empresários estão buscando investir em softwares que permitam vender e controlar as vendas em lojas físicas e virtuais, nos aplicativos mobile, nas televendas e vendas via representantes ou parceiros. De acordo com Gabellini, isso mostra as inovações que o uso de computação em nuvem estão trazendo.
Claudio Santos, da Santo Digital, avalia que mesmo com a crise crise política e econômica, a demanda por serviços de cloud aumentou em relação ao ano passado. Mas ressalta, porém, que a taxa de fechamento de vendas diminuiu. “As empresas estão cautelosas em fazer o investimento dentro deste cenário de incertezas”, afirma Santos.
O CEO da Santo Digital afirmou que no primeiro trimestre deste ano, a empresa vendeu mais soluções de computação na nuvem do que no mesmo período do ano passado, mas que no segundo trimestre as vendas diminuíram em comparação a 2014. “No terceiro trimestre, em andamento, deveremos vender menos que no ano passado, mas observamos que voltou a aumentar a consulta por soluções na nuvem”, complementa o executivo.
Categoria: Balanços