Carrefour aquece a briga no e-commerce
O consumo aquecido, principalmente com a proximidade do Dia da Criança e do Natal, fez com que as grandes do varejo on-line, como Carrefour, Walmart, Extra, Magazine Luiza, Casas Bahia e Ricardo Eletro, aumentassem suas opções de produtos para o final de ano. Apesar de ser a última grande varejista a estrear no comércio eletrônico brasileiro (e-commerce), o Carrefour pretende estar entre as cinco maiores operações de internet no Brasil até o ano que vem, e acaba de ampliar para 14 as categorias de produtos da loja virtual, com a entrada no segmento brinquedos. A ideia é que com as vendas natalinas a rede alcance os concorrentes, e chegue a 80 mil opções de produtos até o final de dezembro. A expectativa do Carrefour.com é que a nova categoria traga um incremento de 10% das vendas até o fim do ano.
Outra estratégia da rede para ganhar mais mercado é a parceria firmada com a Inovação Cinemas para a construção de complexos de cinema dirigidos à classe C que nos próximos sete anos deverão somar 200 salas no País, com aporte médio de R$ 200 milhões.
Especialistas acreditam que a chegada da classe C e as facilidades de crédito devem fazer o mercado sentir os efeitos do Natal antecipadamente, e o Carrefour corre para aproveitar o bom desempenho do mercado. “É possível contar com a classe C como público importante para o comércio eletrônico (e-commerce). Parte dos clientes on-line aproveitará os preços mais baixos para efetuar compras do de fim de ano”, afirmou o analista da empresa SLW, Cauê Pinheiro.
A concorrência acirrada das redes varejistas na briga pelos e-consumidores envolve a meta de alcançarem a líder B2W (Americanas e Submarino), tanto que as novas empresas ponto-com, como os sites Ponto Frio, Extra, Pão de Açúcar, Casas Bahia, Magazine Luiza e Walmart, anunciam periodicamente promoções para divulgar este canal de vendas que cresce mês a mês.
No caso do Carrefour, a inserção do novo segmento de brinquedos a princípio terá na loja virtual um sortimento de 800 produtos. Até 12 de outubro, a empresa ampliará seu mix para 1.400 itens. O Walmart, por sua vez, tem a meta de crescer “no mínimo 100 por cento” em vendas on-line neste ano, na comparação com 2009. A empresa, que não divulga dados de vendas no Brasil, conta com 50 mil itens disponíveis em sua loja virtual no País – lançada há dois anos. “Ao todo, serão lançadas cinco novas categorias no site até o Natal, elevando para mais de 100 mil o número de produtos ofertados on-line”, afirmou o diretor de e-Commerce do Walmart, Flávio Dias.
O E-Solidário, iniciativa criada pelo grupo em julho, também será mais uma ferramenta para impulsionar a vendas no Walmart. O E-Solidário oferece aos consumidores de todo o Brasil produtos desenvolvidos por pequenas comunidades e cooperativas.
Sobre o suporte necessário para atender o aumento da demanda, o executivo explicou: “Aumentamos em mais de 50% a nossa área de armazenagem atual e capacidade de recebimento e expedição nos nossos centros on-line. Nossa plataforma de sistemas já vem sendo continuamente melhorada para suportar o aumento do fluxo de clientes e de pedidos”, explicou.
Lançamentos
Na Ricardo Eletro, quanto à ampliação para atender a uma demanda que deve crescer mais de 30% este ano, de acordo com o diretor de e-Commerce do grupo, Marcelo Ribeiro, três novos segmentos estão prestes a ser lançados para dar mais opções de presentes, principalmente no Natal. “Logo estarão no ar mais três segmentos na compra on-line: esporte e lazer, ferramentas e DVDs”, afirmou o executivo.
Para o Dia da Criança, Ribeiro afirmou já ter recebido dos fornecedores todos os pedidos. “Com relação ao Natal, os pedidos já estão sendo feitos, e vamos fechá-los ainda outubro.” O suporte técnico e de tecnologia da informação também foi um quesito adotado pelo grupo.
Sem especificar o tamanho da ampliação, o executivo apenas disse que estão preparados. “Com um crescimento na casa dos 30% era preciso nos prepararmos, e o estamos fazendo: teremos novos postos de trabalho e novas soluções de tecnologia para evitar problemas na compra.”
Mercado
O comércio eletrônico fechou o 1º semestre com mais um faturamento recorde, ao chegar a R$ 6,7 bilhões, conforme dados da e-bit em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara e-net). O número é 40% maior do que o do mesmo período do ano passado, quando o setor registrou R$ 4,8 bilhões.
O diretor comercial e de Marketing da Web Consult, o especialista em negócios e soluções digitais Leonardo Bortoletto, atribui esse aumento ao sentimento de maior segurança do consumidor quanto às compras virtuais e também à entrada de varejistas como o Carrefour. “A migração de grandes empresas do ramo varejista para a internet em forma de e-commerce facilita o processo de compra, uma vez que elas já são conhecidas fora do mundo virtual”, observa.
Para o professor Claúdio Felisoni, presidente do Programa Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), os grandes nomes do varejo precisam investir mais em logística para crescer. “Na internet é muito mais fácil o consumidor mudar de idéia e comprar no concorrente por um problema de logística. É preciso investir para ter uma entrega confiável”, diz. Para ele, a preparação para o Natal também deve ser forte, já que nesse período é vendido o dobro do que nos meses anteriores.
Grande reportagem , ajuda a entender o mercado basicamente novo ,a competitividade entre grandes varejistas e concordo com um fato o carrefour demorou muito para entrar nessa briga .
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