Como montar uma operação em Marketplaces?
As operações de vendas já conquistaram seu espaço na internet, e, com o aumento da demanda e concorrência no comércio eletrônico, aumentam também novas modalidades de atuação. Dentre elas estão os Marketplaces – sites que reúnem ofertas de produtos e serviços de diversos vendedores. São plataformas que funcionam como um shopping no ambiente físico, em que é possível comparar produtos, preços e lojas com muita agilidade.
Para os varejistas que estão iniciando no e-commerce, optar pelos Marketplaces, ao invés de investir em site próprio, pode ser a melhor opção, haja vista que seus produtos estarão inseridos em um ambiente com um número maior de visitação, o que, consequentemente, possibilitará ampliar visibilidade para os negócios de forma mais rápida. Além disso, estes “mercadões da web” também podem ser utilizados por aqueles que já possuem uma loja, pois aumentarão sua receita ao venderem para novos compradores.
Mas, montar uma operação em Marketplaces exige pesquisa, preparação e muito planejamento, ressalta Leandro Leite, Diretor de Marketplace do MercadoLivre. De acordo com o executivo, o primeiro ponto a ser ponderado é o benefício que o Marketplace poderá trazer para a venda, se comparado às vantagens de outros canais como lojas próprias e telemarketing, por exemplo. “O Marketplace deve ser o local onde a demanda e a oferta se encontram. Local em que o varejista será fornecedor de parte da oferta e, para isso, é preciso avaliar os benefícios deste negócio enquanto espaço para consolidação de demandas, pois ele traz a grande visibilidade de produtos como uma das principais vantagens”, evidencia.
Outro aspecto importante, segundo ele, é a tecnologia aplicada para sustentar o Marketplace. “A integração tecnológica não pode ser uma barreira e tem que caminhar em sintonia com a audiência da plataforma para atender adequadamente a demanda. A principal preocupação, neste caso, é que essa tecnologia garanta a segurança dos negócios movimentados no Marketplace, trazendo benefícios, tanto para o vendedor, quanto para o consumidor. Isso inclui garantia de movimentação e integração de meios de pagamento, sistema antifraude, registro de pedidos etc…”, explica.
Para os que estão iniciando no e-commerce através do Marketplace é importante escolher um modelo que não apenas gere tráfego para a loja, mas que também ofereça soluções de auxílio aos lojistas como por exemplo, know-how, treinamento e campanhas assertivas, orienta Alessandro Gil, Diretor de Marketing da Rakuten Brasil. “Não adianta o Marketplace investir para atrair o tráfego se a loja não está preparada para atender o consumidor on-line. Já no caso de o varejista possuir uma operação virtual, ele não terá nenhuma preocupação a mais do que ele já tem em sua loja virtual, mas, para ambos os casos, é importante ter atenção ao estoque, produtos com boas fotos e bem descritos, bom atendimento, entrega rápida, etc…”, esclarece.
Os lojistas devem ter em mente que os Marketplaces funcionam como uma vitrine virtual, o que proporciona um volume maior de demanda, bem acima do que acontece nas operações feitas nas lojas individuais. E, além disso, oferecem aos consumidores um número maior de opções de produtos, o que favorece a comparação de preços e categorias, proporcionando melhor experiência aos clientes. “A plataforma de compra e venda propicia maior geração de audiência para o vendedor, resultado de um maior fluxo, mais visibilidade e consequentemente, mais visitação. É como se fosse um shopping center virtual, em que o usuário entra para procurar um determinado produto e acaba aproveitando para analisar outras ofertas de interesse em um mesmo ambiente”, ilustra o executivo do Mercado Livre.
Por ser um espaço onde lojas de todos os tipos expõem seus produtos, sendo muitos deles, até idênticos, é fundamental, por parte dos lojistas agregar valor aos produtos. Nas plataformas dos Marketplaces ter um diferencial competitivo é fator imprescindível a todos os lojistas e vendedores, reforça Alessandro Gil, da Rakuten Brasil. “Aos olhos de muitos consumidores, o preço se torna secundário a partir do momento em que a lojas trabalham seus diferenciais, trazendo longas descrições de produtos, com fotos ou vídeos, fidelizando o consumidor com uma entrega rápida e um bom atendimento. As pessoas cada vez mais querem saber de quem estão comprando, não é à toa que os sites cada vez mais apostam em resenhas e avaliações, por isso, é fundamental se diferenciar. Um dos focos do Marketplace é comunicar ao consumidor de que ele está comprando em um ambiente seguro, com lojas preparadas e diferenciadas”, assegura.
Além de investir em estratégias para manter o posicionamento nos Marketplaces, também é fundamental que haja uma boa relação entre vendedores, Marketplaces e compradores. Deacordo com Alessandro Gil, o segredo para o negócio ser bom para todas as partes envolvidas está em trabalhar em sintonia. “O Marketplace criará campanhas, demandará de produtos atrativos para essas campanhas e atrairá o trafégo para o site. O lojista tem que estar bem preparado para receber esse público. Esse comprometimento vai desde cuidados básicos como descrição, detalhes, fotos, como outros que, no fim das contas, também são básicos, mas, sem a devida atenção se tornam um grande problema, como produtos sem estoque, banners desatualizados, por exemplo. Imagine um shopping center onde milhares de pessoas passam por dia. Você não vai querer que essas pessoas visitem a sua loja com produtos faltando, sem promoções, desatualizada? É muito importante que o lojista tenha no Marketplace, o mesmo foco que tem em outros canais de vendas”, detalha e recomenda.
Para otimizar esse tipo de relação, Leandro Leite, complementa sugerindo que se estabeleça uma relação física e on-line, sendo o vendedor a relação física, responsável pelo produto anunciado, pela operação completa desde a definição do preço, logística/forma de entrega até a chegada do produto na casa do consumidor. O Marketplace sendo a relação on-line, responsável por toda parte eletrônica da operação, desde a qualidade da imagem do anúncio, processamento do pagamento, além de dar credibilidade da plataforma e escalabilidade ao negócio para que o vendedor não tenha que se preocupar com tecnologia no Marketplace, e gerar demanda. “O consumidor, por sua vez, ao comprar um produto em Marketplace adquire um serviço da parte on-line e um produto da parte física. Seguir os termos e condições de uso de cada plataforma é essencial para a conclusão da operação de compra assim como consultar ou atribuir uma avaliação ao vendedor. Esses fatores podem ser determinantes para uma experiência de compra positiva. O consumidor deve contribuir com essa qualificação de acordo com sua experiência de compra, certificando esse vendedor para que outros clientes também possam aproveitar essa referência”, acrescenta e finaliza.
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