Faltam profissionais para o e-commerce, o que fazer?
O mercado de trabalho está em queda. Os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registram a queda dos postos de trabalho, reflexo da crise econômica no país. Na contramão dessa retenção do emprego brasileiro está o e-commerce, que não apenas segue contratando, mas ainda registra vagas em aberto e déficit de profissionais capacitados.
Isso acontece porque as vagas do comércio eletrônico pertencem a segmentos relativamente jovens e que exigem novas competências em intervalos muito curtos. O mercado profissionalizante não consegue acompanhar o ritmo para o preparo e a capacitação desses colaboradores. Assim o déficit que já existe para a mão de obra do e-commerce, não apenas se mantêm, mas aumenta e com o crescimento do setor, se amplia.
O que fazer?
Como currículos com experiência tanto em varejo quanto em tecnologia – áreas essenciais ao profissional do comércio eletrônico – não são comuns nem no gerencial nem no operacional, é feita a contratação para capacitação de modo interno. Segundo a Pesquisa Profissional de E-commerce 2014, parceria entre E-bit e Universidade Buscapé Company, 61% dos profissionais aprenderam a trabalhar com comércio eletrônico na própria empresa. E essa tendência de profissionalização deve se manter.
Segundo Adriano Haroldo Hoepfner, gerente de Recursos Humanos Magamobi, a capacitação interna ganha ainda mais força quando a opção do setor torna-se a geração Y: “é uma geração que tem valores e necessidades de capacitação diferenciadas. As ações desenvolvidas devem atender ao constante estado de mudanças e evoluções dos Y’s, gerando assim atração e retenção dos talentos”. Há ainda a questão das competências, que voltadas ao e-commerce focam na experiência do cliente, na gestão de marketing de buscas e de mídias sociais, na produção textual e imagética para online e em uma visão abrangente dos processos do negócio e-commerce.
O processo seletivo também deve ser diferenciado, formas criativas são essenciais para recrutar talentos. Abuse de jogos corporativos, integrações e vídeos apresentando as equipes, o funcionamento dos setores. Valem até interações nas mídias sociais. “Ser diferente para envolver e engajar”, afirma Hoepfner, e completa “seguindo esses moldes, a Magamobi atingiu resultados positivos tanto nas contratações como com as capacitações”. Eles optaram por colaboradores Y, que hoje são 95% da equipe, e a direção está satisfeita, o primeiro semestre de 2015 fechou com o índice médio de turnover em 3,46% e de absenteísmo em apenas 1,11%.
Mas como manter esse capital intelectual na empresa?
“O primeiro passo é valorizar e respeitar o colaborador”, Hoepfner é taxativo, “assim, quando a empresa estabelece Políticas de Benefícios, Participação de Resultado, Cargos & Salários, Gestão de Competências, estas tendem a ter uma longa duração sem que haja alguma alteração no formato. O mesmo ocorre quando há o mapeamento do Clima da Organização e é realizada a gestão do clima, praticamente não há alterações significativas ao longo do tempo”. Os mesmos conceitos de Gestão de RH aplicam-se às empresas de comércio eletrônico, mas com uma diferença essencial, a velocidade de mudança.
Com seu DNA jovem (cinco anos de existência), a Magamobi permeia a tecnologia de ponta, com ambiente participativo, dinâmico e inovador. O time de colaboradores é composto por profissionais com características essenciais ao negócio e familiarizados à realidade conectada. Hoepfner explica que “o fato de crescerem em um mundo digital, fez dessa geração indivíduos integrados ao meio, conhecedores das tecnologias móveis, da comunicação full-time e possuidores de perfis inovadores e criativos. Em contrapartida, buscam valorização, motivação, plano de carreira e constante propostas de desafios”.
Assim, a empresa estimula o envolvimento individual e o trabalho de equipe, e proporciona um ambiente criativo de livre participação, respeitando os espaços e a diversidade de gênero e de estilos. Entre os benefícios extra legislação estão vale cultura e combustível, ginástica laboral, seguro de vida e remuneração com premiação por metas e comissão. O bem estar também é pensado, assim como a integração, por isso há liberdades como o uso de pantufas e fones de ouvido, e são organizados cafés, viagens e festas temáticas para unir o grupo. Com vistas ao crescimento da empresa no cenário globalizado, a qualificação também é extra empresa e há subsídio ao estudo. Todos são instigados a aprender um segundo idioma, com 80% do valor do curso pago pela empresa, e há incentivo de 100% para cursos profissionalizantes e de pós-graduação.
São esses diferenciais que permitem a manutenção da equipe Y na Magamobi, com políticas de RH baseadas em valorização e engajamento, mas sem supor que conhecimento e currículo técnico tornam desnecessários outros atributos profissionais.
Hoepfner garante que funciona: “É assim que a meta da Magamobi para 2020 será cumprida. Queremos alcançar uma receita bruta superior à 1 bilhão e para isso a equipe deve estar alinhada à nossa visão e missão e trabalhando com foco nos nossos valores. Ainda temos um longo caminho a percorrer com as políticas implementadas como Cargos & Salários, Participação de Resultados, Programa de Desenvolvimento Individual, aprimorar o clima de comunicação, mas faremos isso do jeito Magamobi e não da forma habitual”.
Categoria: Pesquisas