Contraste da economia gera dupla oportunidade para o Brasil no m-payments
O mercado de mobile payment é um dos que mais crescem no mundo, mas por razões diferentes em cada país. Tanto em nações com alto índice de população bancarizada quanto em países onde prevalece o comércio não-correntista, os desafios são muitos e geram demanda de plataformas, equipamentos e serviços financeiros do qual o Brasil é expoente, devido ao grande mercado consumidor conectado às tecnologias móveis.
A SuperPay participou de evento setorial em e-commerce realizado em Miami, sendo a única nacional a marcar presença, o que favoreceu o fechamento de parcerias com duas das maiores empresas deste segmento, presentes em vários países: a canadense Hibrid PayTech e a ianque Charge Anywere. Os acordos estabelecem o início das operações conjuntas no Brasil para o primeiro trimestre de 2012.
As grandes conclusões do evento deram conta de que nos Estados Unidos, Canadá e Europa – mercados desenvolvidos e com fácil acesso à rede bancária, cartões de crédito e débito, além de ampla rede de ATMs – o desafio é criar novidades tecnológicas e de atendimento para os clientes já acostumados com e-Payments.
Já nos países em desenvolvimento, as empresas do setor investem em mobile payment porque grande parte da população não é bancarizada – leia-se: não possui conta corrente, cartão de crédito e débito e opera com incipiente rede de ATMs – mas utiliza efetivamente o celular como papel moeda. Ou seja, a população não se acostumou com cartões e passou direto para o pagamento via celular.
Não há dúvidas de que o Brasil vive um momento promissor na economia com fortes investimentos em tecnologia da informação, comunicação e infraestrutura, aliado à posição destacada em termos de crescimento e investimentos na área de e-payments, tanto para e-commerce como m-commerce. Mas pelo reflexo da má distribuição de renda do país, o mercado brasileiro apresenta diferentes realidades: de um lado, temos uma população bancarizada e acostumada a usar a internet para pagar contas ou fazer movimentações financeiras, seja pelo computador pessoal, tablets, ou mesmo pelo aparelho celular, m-Banking. Por outro lado, há uma grande parcela da população que sequer tem acesso aos serviços bancários.
Os dois grupos, apesar de distintos, são promissores para o mercado de m-payment. A população correntista está sempre em busca de novidades, “e-experiências” e aberta a recebê-las. Já o grupo dos não bancarizados, por não ter acesso aos diversos meios de pagamentos existentes, poderá realizar compras, pagar contas e transferir dinheiro via celular, equipamento pessoal com crescimento exponencial no Brasil e América Latina.
Naturalmente ainda existem barreiras políticas e culturais para serem ultrapassadas, mas diante do quadro abaixo, que representa um estudo sobre a penetração de telefonia e internet versus percentual da população não bancarizada no Brasil e América Latina, é quase impossível não desejar obter uma fatia deste mercado.
O fato é que a tecnologia necessária já está disponível e o mercado consumidor é farto nas duas pontas. Agora está lançado o desafio: resta saber quais serão as empresas que conseguirão aliar criatividade à eficiência. Essas terão condições de sair na frente com soluções para este fantástico mercado de Mobilidade, tanto no Brasil como na Amércia Latina. O Prêmio para os vencedores será generoso.
Régis Freitas é CEO do Gateway de Pagamento SuperPay
Categoria: Cases