Cartão pré-pago: uma nova porta de entrada ao sistema bancário
O conceito do pré-pago é amplamente conhecido pelos brasileiros. No fim de 2013, a Agência Nacional de Comunicações, Anatel, divulgou um balanço que aponta que cerca de 80% dos 271 milhões de celulares no Brasil são pré-pagos. O sistema é bem simples, você compra um chip, coloca a quantidade de dinheiro que desejar e utiliza os créditos como preferir: ligações, mensagens ou internet 3G. Essa mesma facilidade já pode ser encontrada em cartões de débito pré-pagos. Ou seja, você adquire um cartão, carrega o mesmo com a quantidade de dinheiro que desejar e gasta como preferir, em restaurantes, lanchonetes, lojas, cinemas e até mesmo pela internet.
Essa nova modalidade tem como objetivo oferecer a uma parte da população que não tem acesso a crédito seja por não possuir uma conta em banco ou mesmo por estar com o nome sujo, uma gama de serviços financeiros que o banco oferece para os seus clientes tradicionais, como, seguros, investimentos e até crédito. Um estudo realizado em 2013 pelo Instituto Data Popular constatou que 55 milhões de brasileiros não guardam suas reservas em bancos, mas mesmo assim movimentam R$ 665 bilhões ao ano.
Neste contexto, o sistema de pagamento pré-pago encontra um grande mercado a ser explorado. Calcula-se que, entre 2015 e 2017, o segmento movimente US$ 18 bilhões no Brasil. O volume seria então nove vezes maior que os atuais US$ 2 bilhões, gastos – principalmente – com viagens e no pagamento de refeições. Os dados são de um levantamento realizado pela MasterCard em parceria com a Boston Consulting Group. Mais do que isso, aliar a facilidade e segurança do dinheiro em plástico com uma mínima burocracia pode ser um importante instrumento na inclusão econômica dos brasileiros.
Criado pela empresa Green Dot, nos Estados Unidos, com o objetivo de incluir economicamente uma grande população imigrante que movimenta valores consideráveis, mas que não pode ter conta em banco em função da sua situação legal, o mercado de cartões pré-pagos nos EUA continua a crescer ano a ano. Os depósitos nesse tipo de cartão quase triplicaram de 2008 a 2012, de acordo com a Mercator Advisory Group, e é esperado um crescimento de 120% até 2015, com um movimento de cerca US$ 168 bilhões. Em outros países da Europa e Asia essa solução também vem apresentando crescimentos consideráveis.
O cartão de pré-pago é uma opção mais descompromissada de acesso ao crédito do que o cartão de crédito, por exemplo. Se a pessoa não gostar do sistema não tem que ir até uma agência bancária, ou mesmo ligar para cancelar o cartão, basta apenas se desfazer do mesmo, não tendo que se preocupar nem com uma possível última fatura. O medo de dívidas e o conceito de equilíbrio financeiro já faz parte da rotina dos brasileiros.
Uma das formas encontradas pelas empresas do segmento para atingir esse público-alvo foi inserir o produto no mercado por meio dos grandes varejistas. Assim como cartões presentes ou de compras, os pré-pagos já podem ser encontrados em grande volume nas gôndolas de supermercados, lojas de entretenimento, entre outros. Com a mesma facilidade do chip de celular, é possível comprar um cartão, recarregá-lo no mesmo estabelecimento e utilizar com apenas um cadastro simples. Sem compromisso com plano, contrato ou juros. Ou seja, a inclusão financeira, agora disponível em qualquer esquina.
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