Produção de Tablets no Brasil – Tecnologia, Mercado e Futuro
O consumidor brasileiro de tecnologia é ávido por novidades, adora adquirir novos produtos assim que são lançados, na melhor definição do termo early adopter. Esse comportamento permanece mesmo que a compra tenha de ser feita no exterior devido à demora no lançamento desses produtos no mercado nacional. E quando estes produtos são lançados no Brasil, mesmo com preços mais elevados que no exterior, o consumidor brasileiro não deixa de adquirir o item que tanto deseja. Porém, ao menos no segmento de tablets, esse quadro de preços elevados já está mudando.
Desde o último dia 13 de Outubro, passou a vigorar a lei 12.507/2011 que incluiu os tablets no Programa de Inclusão Digital do governo federal. A lei prevê que tablets fabricados no Brasil possuam redução de IPI, PIS/COFINS (tributos federais) e ICMS (tributo estadual) e dessa forma, espera-se que os preços dos tablets nacionais fiquem cerca de 30% abaixo dos importados para o consumidor final. Esta é uma grande notícia para toda a sociedade brasileira e não apenas para os consumidores. Além de menores preços e maior oferta de produtos no mercado, podemos esperar um aumento na oferta de vagas de trabalho nas empresas fabricantes destes equipamentos.
Estima-se que 300 mil tablets serão vendidos no Brasil em 2011, enquanto em 2010 foram comercializadas 100 mil unidades (Fonte: IDC – International Data Corporation). A estimativa para este ano desconsidera os incentivos previstos na nova lei, visto que é necessário considerar a capacidade e o tempo de produção dos dispositivos nacionais. Dessa forma, podemos esperar um aumento ainda maior no número de aparelhos comercializados a partir de 2012.
Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil já conta com 5 empresas produzindo tablets, baseados nas plataformas Android (Google) e iOS (Apple), em território nacional. Outras 25 empresas, nacionais e internacionais, já iniciaram as tratativas junto ao governo para que possam usufruir da isenção de impostos (Fonte: IDGNow!). Para ter direito às reduções fiscais, os fabricantes precisam se enquadrar ao Processo Produtivo Básico (PPB), que estipula os percentuais de cada componente que devem ser produzidos no Brasil, com percentuais crescentes até 2014.
Com o eminente crescimento da fabricação de tablets no país, e o conseqüente aumento das vendas, crescerá também a necessidade de uma cadeia ampla de fornecedores de componentes e matérias-primas, contribuindo assim com a geração de empregos e qualificação da mão de obra no país. Além disso, espera-se que as operadoras de telefonia móvel aumentem os investimentos em suas redes de dados, para que dessa forma, os usuários dos tablets possam usufruir de internet móvel com maior cobertura e velocidade em seus dispositivos.
O cenário está montando e os players desse mercado já estão tomando suas ações. As possibilidades que se apresentam para nosso país são muito interessantes, pois trazem investimentos de fora e incentivam a evolução tecnológica das empresas nacionais. Se esse desafio for tratado com a seriedade que merece, toda a sociedade, indústria e mercado nacionais podem sair ganhando. Enquanto isso nós, early adopters tupiniquins, estamos ansiosos aguardando as possibilidades que estão se apresentando!
Alonso Licks, gerente de produtos da Comunika
Categoria: Cases