Comércio eletrônico cresce no “Long Tail”
Soluções fáceis e plug and play alavancam as vendas dos pequenos empreendedores, cuja participação no mercado cresceu 19% em relação ao mesmo período do ano passado.
Não existem muitos números sobre comércio eletrônico no Brasil, se compararmos com os dados disponíveis nos EUA, mas o pouco que temos mostra que pequenas empresas aumentaram em 19% sua participação no mercado, enquanto as 100 maiores perderam 1,7%. A conclusão é do relatório da e-bit, o Webshoppers.
Aqui em terras tupininquins as top 10 são mais de 75% do total de vendas online, enquanto nos EUA são apenas 40%. Só a B2W (Americanas, Submarino, Shoptime) representa 36%, e lá nos EUA a Amazon tem 14,5%. Até no e-commerce a desigualdade brasileira é maior.
A tendência é óbvia: os pequenos vão ganhar espaço e roubar mercado até então quase exclusivo dos grandes. Mas quais as verdadeiras razões para esse fenômeno? Como os profissionais de Internet participam dessa onda? Quais oportunidades de negócio podem surgir a partir dessa tendência?
Fonte: e-bit Informação e CVM Comissão de Valores Mobiliários
*Venda de bens de consumo (B2C) exceto veículos e serviços (ingressos, turismo, passagens aéreas e leilão virtual)
O estudo diz que as causas são:
- Maior conscientização dos consumidores com relação à segurança, pois estão comprando em lojas menores e aprendendo a confiar em outras marcas menos expressivas. É uma boa hipótese, mas para medir isso e ter certeza, precisamos fazer pesquisas de opinião com os e-consumidores, o que não foi feito. Se compram em lojas menores, é porque estão confiando em algo que antes não confiavam. Seria o meio de pagamento?
- O conteúdo disponível sobre os produtos melhorou. Mas o estudo não explica como isso influenciou os compradores a irem para lojas menores. Não há provas nem evidências de que essa é a razão.
- Ferramentas de pagamento diminuem a barreira de entrada de novas lojas virtuais. Essa é uma informação concreta, que podemos ver, medir e comprovar.
A razão que explica a tendência
Uma explicação para o crescimento da fatia detida pelas lojas pequenas é o uso de sistemas de pagamento online seguros, que permitem que o pequeno comerciante comece a vender seus produtos com pouquíssimo esforço e sem ter que gastar com implementações diferenciadas para cada meio de pagamento ou infra-estrutura de segurança.
Empresas de pagamentos online, como a brasileira PagSeguro, têm entre seus clientes lojas virutais, ONGs e igrejas que recebem doações, além de vendedores sem CNPJ que aceitam pagamentos por sistema eletrônico, o que é uma evidência razoável para o crescimento do e-commerce no long tail.
Entre os trunfos para que os sistemas de pagamento online se espalhem com tanta eficiência estão a integração simplificada com uma grande quantidade de plataformas de comércio eletrônico. Segundo o próprio PagSeguro, há hoje implementações em mais de 500 plataformas e soluções de loja. Além disso, há a disponibilização de módulos prontos para diversas linguagens de programações e CMSs, publicados juntamente com vídeos e tutoriais.
Outro tipo de integração muito interessante, utilizado por milhares e de vendedores, são os botões de pagamento e doação, possíveis de serem inseridos nos sites com simples copy & paste de um código HTML, que pode ser usado em blogs, sites institucionais, sejam eles estáticos ou dinâmicos.
A integração de meios de pagamento ficou tão copy & paste que é fácil encontrar vendedores inusitados, como funilarias parcelando consertos no cartão de crédito, estacionamentos vendendo pernoite pré-pago em aeroportos, artesãos vendendo trabalhos manuais para todo Brasil, revendedoras de cosméticos faturando seus pedidos por e-mail, professores dando cursos online pagos com cartão de crédito, bandas vendendo músicas por download… Enfim, pense em alguma necessidade, copy & paste e pronto. Virou e-commerce.
Vantagens para todos envolvidos no e-commerce
Grandes varejistas como Casas Bahia, Livraria Cultura, Casa & Vídeo e tantos outros usam sistemas online como forma de oferecer meios de pagamento seguros (transferência bancária e saldo disponível no sistema) mesmo para aqueles consumidores que têm medo de digitar o número de cartão de crédito na web, ou preferem a conveniência de comprar apenas com login e senha.
Médios e pequenos varejistas usam para oferecer venda à prazo, e recebimento à vista, sem ter que pagar pela antecipação. É uma saída interessante para substituir as altas taxas de juros dos bancos. Também valorizam o fato de ter todos meios de pagamento em um só extrato, uma só integração, dispensando diversos contratos e conciliações.
Os médios e pequenos que vendem itens de alto valor apreciam ainda mais a solução de pagamento online, pois terceirizam não só a análise dos pagamentos, mas também todo o risco de fraudes. Todas as vendas são filtradas e analisadas, e o risco fica todo com o provedor do serviço de pagamento, eliminando o risco de fraude e eliminando a possibilidade de estornos para o lojista. É importante contar com uma empresa de grande porte e credibilidade na hora de escolher a solução, pois os recebíveis do lojista estarão nas mãos dessa empresa.
As lojas virtuais que querem se diferenciar utilizam esse tipo de serviço para mostrar que o poder da negociação, o controle do dinheiro, está nas mãos do comprador, que tem o pedido entregue ou o dinheiro devolvido pelo serviço de pagamentos.
Desenvolvedores e integradores de lojas virtuais são primordiais no processo de crescimento do e-commerce como um todo e principalmente quando falamos de pequenos e médios comerciantes que estão entrando na internet. Além de poder oferecer uma solução reconhecidamente segura e padrão para todos os seus clientes, o desenvolvedor ainda tem a possibilidade de receber comissões sobre todas as vendas realizadas nas lojas virtuais desenvolvidas ou integradas por ele. Há casos de desenvolvedores faturando mais de R$10 mil mensais em seu programa de afiliados. Fica aí a dica, se você é desenvolvedor e deseja entrar no ramo de comércio eletrônico, adicione o botão de pagamento e comece a faturar!
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