De forma sutil, Wal-Mart cresce para liderar varejo brasileiro

| 06/11/2009 - 02:40 AM | Comentários (0)

A disputa pela liderança do setor de varejo do Brasil se acirrou nos últimos meses, com o Grupo Pão de Açúcar expandido seus negócios com a aquisição da rede de eletroeletrônicos Ponto Frio e a compra de 100% da rede de supermercados Assai. Mas o primeiro posto do setor ainda pode sofrer alterações. Silenciosamente e sem aquisições recentes, a americana Wal-Mart escala em busca de seu lugar de destaque, de acordo com consultores.

No ano passado, o Wal-Mart abriu 36 lojas de todas suas bandeiras, chegando, neste ano, a 359 pontos de venda. A perspectiva da rede é abrir mais 90 lojas até o final deste ano.

“De forma bastante sutil, o Wal-Mart é o que mais cresce organicamente (abertura de lojas próprias, sem aquisição) entre os grandes, tendo investido de forma significativa para tal. Em alguns poucos anos, caso o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Carrefour não adquiram nenhuma outra loja, o Wal-Mart deverá estabelecer-se como número um do varejo brasileiro”, afirma Eugênio Foganholo, consultor de varejo e diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial.

Para Alexandre Horta, sócio-diretor da GS&MD, a rede americana de varejo conta com uma administração voltada ao planejamento de crescimento orgânico, sem contar com o papel do dono na decisão, como no caso do Pão de Açúcar, que tem a presença de Abílio Diniz na presidência do conselho de administração do grupo. Dessa forma, o Wal-Mart traça seu futuro com o objetivo da melhor forma de crescer.

Apesar disso, Horta alerta que o Wal-Mart tem um desafio pela frente, que é a integração de suas operações em São Paulo, no Nordeste e no Sul do País, que, segundo ele, “ainda têm um pouco de vida própria”, com características e culturas únicas.

Segundo o consultor, apesar de cada região obrigar a empresa a se adaptar aos costumes locais, é necessário que as operações sejam integradas, como distribuição, administração.

Desde 1995 no mercado varejista brasileiro, o Wal-Mart está presente hoje com lojas em 18 Estados (regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal), com as bandeiras Wal-Mart Supercenter, Hiper Bompreço, BIG, Sam’s Club, Maxxi Atacado, Todo Dia, Bompreço, Nacional e Mercadorama.

A terceira empresa do tripé que comanda o varejo nacional é o Carrefour, que diante das ações do Pão de Açúcar e ameaça do Wal-Mart tem se mantido em silêncio. Seu último grande movimento foi em 2007, quando adquiriu a rede de supermercados Atacadão, por R$ 2,2 bilhões. A resposta do Pão de Açúcar veio no mesmo ano, com a joint-venture com a Assai – que neste ano se tornou em aquisição de 100% das operações.

Para Foganholo, é hora de o Carrefour agir. “Mais que buscar a liderança, há que consolidar-se, fazer frente às oportunidades de expansão e tornar a operação ainda mais lucrativa”, diz ele.

Mas Horta acredita que a rede tem dificuldades nas operações no Brasil, o que dificultaria um crescimento. “O Carrefour sofre com uma herança de um modelo de atuação muito descentralizado. Culturalmente ainda tem muita dificuldade de operar”.

Próximos passos
A questão agora é quais serão os próximos passos das redes de varejo em busca da liderança do mercado. Para Alexandre Horta, a tendência é que as rivais sigam o Pão de Açúcar na expansão de participação nos eletroeletrônicos. “Na hora que algum grande faz um movimento desses, uma série de empresas sai correndo atrás para não perder espaço nesse mercado”.

Foganholo, por sua vez, não acredita que isso vá acontecer, pois, para ele, o Pão de Açúcar apenas aproveitou uma oportunidade que havia para a aquisição do Ponto Frio. O consultor de varejo crê em maior atenção a setores como postos de combustível e farmácias.

“Não creio que outras grandes redes partam para isso. O que eventualmente poderá ocorrer, seja com o GPA, seja com outras grandes redes, é a intensificação de setores em que já atuam, como é o caso de postos de combustível e farmácias. Nestes setores sim poderá haver novidades”, afirma Eugênio Foganholo.

E-commerce
Horta destaca o e-commerce como outra tendência de expansão das redes. Para ele, os varejistas convencionais perceberam que existe esse mercado. “Todos eles (redes varejistas) perceberam em um dado momento que não dava mais para deixar de lado as operações no mercado virtual”, diz ele.

Após um primeiro momento de crescimento da demanda no comércio online, as redes devem começar a planejar a integração desse setor com as compras em lojas. Segundo Horta, o consumidor muitas vezes faz pesquisa pela internet e realiza a compra nas lojas.

fonte: invertia

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Categoria: Artigos

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