Primeiras lições de e-business para empreendedores
Todos os dias, cada vez mais pessoas e empresas estão eletronicamente conectadas. Esse vínculo digital a baixo custo entre consumidores e fornecedores é um avanço tecnológico tão significativo quanto a invenção da máquina a vapor e a geração de energia elétrica.
A maneira de competir no mundo dos negócios está mudando, assim como o relacionamento entre as empresas e os clientes, a velocidade do atendimento ao cliente e a natureza dos processos empresariais.
Poucos conceitos revolucionaram os negócios tão profundamente quanto o e-business. A proposta desse artigo é oferecer uma orientação a empresários, consultores e administradores interessados em utilizar a internet e as tecnologias web em sua empresa, de modo a melhorar o desempenho organizacional e criar uma vantagem competitiva. É dirigido a todos que desejam modelar o futuro competitivo de suas empresas.
E-business e e-commerce são a mesma coisa?
Num primeiro momento, entenderemos do que se trata o termo e-business e qual a sua diferença para o e-commerce.
Comecemos pela história do e-commerce. Na sua primeira fase, o termo dizia respeito à presença na internet. Todas as empresas, grandes ou pequenas, deveriam ter um site na web. As empresas não tinham certeza porque faziam isso, mas sabiam que precisavam estar online. A segunda fase tratou das transações, comprar e vender no meio digital. Tratava-se simplesmente de realizar na internet transações que teriam sido feitas através de formulários de pedido em papel.
Atualmente, estamos na terceira fase do e-commerce. Chamamos essa fase de e-business porque inclui todas as aplicações e os processos que permitem a uma empresa realizar negócios na internet. É uma estratégia que redefine a antiga maneira de se fazer negócio e, com o auxílio da tecnologia web, maximiza o valor do cliente e consequentemente a lucratividade da empresa.
O e-business é uma fusão complexa dos processos da empresa, suas aplicações empresariais e sua estrutura organizacional, de modo a criar um modelo de negócio de alto desempenho.
Para facilitar o aprendizado utilizarei o exemplo dado por Carlos F. Franco, em seu livro “E-Business Internet, Tecnologia e Sistemas de Informação na Administração de Empresas”. Considere a compra de um bilhete aéreo pela internet, não há exemplo melhor no momento de turbulência que passa nosso serviço aéreo.
Tente agora imaginar o que deve estar “atrás” da tela do computador. Deve existir uma ligação com um sistema de cobrança bancária ou cartão de crédito. Deve também ter uma ligação com o sistema de fornecimento de alimentos, para atender ao caso daquele cliente que tenha solicitado algum tipo de alimentação especial para consumir a bordo. Ainda deverá existir uma ligação com os sistemas de gerenciamento de tráfego aéreo, para informar eventuais atrasos, e assim por diante.
Note que para que a parte visível da empresa seja vista, o e-commerce, é necessário que uma parte muito maior, mais completa, com um complexo sistema de integração envolvendo fornecedores (serviço de alimentação), prestadores de serviço (cartão de créditos ou bancos) e outros agentes (sistema de tráfego aéreo, meteorologia, etc.) esteja estruturada de maneira eficiente, isso é e-business.
O e-commerce é somente a ponta do iceberg, já o e-business é o iceberg inteiro.
Se você está lendo este artigo, provavelmente você é um dos responsáveis por conduzir sua empresa pelas águas agitadas do e-business. Sendo assim, apresentarei de forma sucinta as principais lições a serem aprendidas em nível estratégico. Vale citar novamente que o objetivo desse artigo é contemplar questões de nível estratégico, questões técnicas não são tratadas nesse artigo.
Os líderes de mercado de hoje serão as empresas que buscam novas maneiras de agradar os clientes, e não aquelas que travam as batalhas de hoje com as táticas e ferramentas de ontem. Ainda mais importante do que a tecnologia utilizada, os projetos de e-business de sucesso dependem de como os gerentes utilizam a tecnologia para fornecer serviços mais rapidamente, com menor preço e melhor qualidade que os concorrentes.
Então vamos às lições a serem apreendidas.
Foco no cliente
Das muitas regras do mundo dos negócios, nenhuma é mais vital do que centrar-se no cliente. Para realizar isso, as empresas mais inovadoras estão usando a internet para construir relações interativas com clientes, revendedores, funcionários e fornecedores.
Crie valor continuamente
As estrelas ascendentes de hoje podem apagar-se rapidamente caso movam-se muito lentamente, não se antecipem aos movimentos dos concorrentes ou percam oportunidades de negócio.
Transforme os processos empresariais para o formato digital
Uma premissa fundamental para um projeto e-business é que todas as informações devem estar disponíveis na forma digital, ou seja, em meio eletrônico. Pois na forma digital, a informação torna-se viva. Ela pode ser analisada criativamente, localizada rapidamente, atualizada facilmente e compartilhada amplamente.
Crie uma arquitetura de aplicação integrada
Os principais objetivos de uma arquitetura de aplicação integrada são melhorar a satisfação do cliente e reduzir o custo operacional. A integração do processo permite que as empresas ganhem eficiência operacional, melhorem o fluxo de informações entre os vários departamentos e construam padrões dentro dos processos de negócio. As aplicações integradas são a espinha dorsal da empresa moderna.
Essas foram apenas algumas lições para demonstrar o desafio significativo que é desenvolver um projeto de negócio eletrônico, e-business. A tecnologia que envolve o e-business deve estar sempre inserida em um projeto de negócio global, pois um investimento só em tecnologia não vai gerar valor diferenciado e a empresa não obterá o retorno esperado.
É preciso entender que o e-business envolve uma mudança estrutural. Será que sua empresa está preparada para tratar dessa mudança estrutural ? Ainda mais hoje que todas as empresas estão trabalhando no limite, tentando manter a viabilidade e a lucratividade diante das incertezas e das mudanças.
No entanto, os executivos não podem mais ficar apenas ocupados com os problemas e reagindo a eles. O tempo é escasso, e os recursos são ainda mais escassos. Aqueles executivos que vêem o futuro e a chegada das mudanças tecnológicas mas ignoram suas magnitudes estão correndo risco. O e-business trouxe um desafio mais significativo aos negócios que a própria computação.
Ainda que o computador tenha aumentado à velocidade dos negócios, ele não mudou o fundamento dos negócios, mas o e-business sim. Considerar o e-business não é meramente uma opção, é questão de sobrevivência.
Mas a iniciativa de criar um projeto de e-business é só o primeiro passo. A parte mais difícil vem a seguir: a execução do projeto. Nos dias de hoje, quase todas as empresas têm grandes visões estratégicas, mas relativamente poucas as executam, e menos ainda executam bem. A diferenciação entre você e seus concorrentes não reside apenas na excelência de planejamento, mas também na excelência de execução de seu plano.
Sendo assim, se você busca o lugar ao sol que o e-business pode lhe proporcionar é preciso estar preparado para superar os obstáculos organizacionais, culturais e filosóficos que se levantam no meio do caminho.
Caso o assunto tenha lhe despertado o interesse eu cito os livros que fundamentaram esse artigo.
Primeiramente cito o livro “Administrando para o Futuro: os Anos 90 e a Virada do Século” de Peter Drucker, o qual nos leva à compreensão das mudanças que nos esperam e seu significado para a economia, as pessoas, os mercados, a gerência e a organização.
Na seqüência indico o livro “E-Business Internet, Tecnologia e Sistemas de Informação na Administração de Empresas” do autor Carlos F. Franco Jr., o qual apresenta os conceitos do e-business, seus principais fundamento e áreas correlacionadas. O livro também estuda cada uma das partes que formam um sistema e-business.
Por fim, apresento o livro “E-business: estratégias para alcançar o sucesso no mundo digital” de Ravi Kalakota e Márcia Robinson. Esta obra apresenta uma estrutura de aplicação inovadora, que conduz à migração de um modelo tradicional de se fazer negócio ao modelo do e-business.
Por Carlos Humberto L. Costa
Categoria: Tutoriais