Empresário cria startup para licenciamento de músicas

José Celso Guida, fundador do CulturaXChange.

“Quero que a música seja mais disseminada e possa pagar seus criadores e administradores”. É com essa frase que José Celso Guida, respeitado nome da indústria fonográfica brasileira, define sua mais nova empreitada no ramo: A plataforma de negócios para licenciamento de músicas CulturaXchange, com acesso direto aos detentores dos Direitos Autorais.

O licenciamento de músicas para publicidade, programas de TV, cinema e documentários ainda é um processo burocrático no Brasil. Muitas vezes, leva-se até três meses para uma negociação ser concretizada. A proposta da CulturaXchange é descomplicar o processo com agilidade (em média 7 a 15 dias), segurança, e de forma simples, através de formulários disponíveis no próprio site.

“Baixar música na internet é fácil, mas licenciar para filmes e comerciais é difícil. Trouxemos profissionais da indústria fonográfica e grandes agências, unindo know how e tecnologia, o que resultou em uma plataforma muito fácil de usar, que ‘desburocratiza’ todo esse processo”, explica José Celso, sócio diretor.

Detentores dos Direitos Autorais como artistas, compositores, escritórios de advocacia, editoras e gravadoras já são parceiros da plataforma, bem como a ABMI (Ass. Brasileira de Música Independente). São mais de 12 mil músicas no acervo, entre nacionais e internacionais. Importantes nomes no cenário musical brasileiro como Tim Maia, Martinho da Vila, Jorge Ben, Rita Lee, Zeca Baleiro, estão no banco de obras e fonogramas da empresa.

“A maioria dos portais encontrados no Brasil e exterior são bancos de dados com filtros que facilitam a procura de conteúdo, porém, em sua maior parte, os negócios são intermediados pelo portal ou profissionais que atuam como ‘music supervisors’. Na CulturaXchange há diversos mecanismos de busca por autor, intérprete, gênero, etc, que podem levar o interessado a se surpreender com obras desconhecidas”, ressalta José Celso.

Sobre a demanda por música brasileira para fins comerciais, José Celso é otimista: “Em termos de utilização de música em comerciais, acreditamos que o mercado brasileiro tem muito para crescer, amadurecer e se profissionalizar. Mesmo levando em consideração as diferenças do modelo de legislação autoral adotado pelo Brasil em relação aos Estados Unidos e outros países”, afirma.

A receita da CulturaXchange será o comissionamento com percentual em cima do gerenciamento do processo de negociação entre as partes. “Fazemos tudo, desde encontrar as músicas procuradas pelo usuário, mesmo que não estejam ainda cadastradas em nosso banco de dados, formalizar o acordo negociado e controlar as etapas do contrato, até auxiliar as partes a cumprirem com as obrigações negociadas”, explica José Celso.

Com três meses de atuação, a plataforma já realizou mais de 40 licenciamentos e está em expansão. Um aplicativo já está sendo desenvolvido para complementar o serviço. “Também estamos trabalhando na tradução das funcionalidades da plataforma para inglês e espanhol. Esperamos em muito breve poder oferecer as facilidades da ferramenta para que nossos colegas latinos se aproximem da música brasileira, como também todo o mercado internacional possa ter acesso ao vasto e maravilhoso conteúdo musical produzido por grandes e pequenos produtores brasileiros”, finaliza.