Mesbla prepara volta como loja online destinada a mulheres
A Mesbla, famosa varejista nas décadas de 70 e 80, prepara uma volta ao mercado brasileiro, desta vez em um serviço de comércio eletrônico focado exclusivamente na comercialização de produtos para mulheres.
Uma empresa chamada TeleMercantil, formada exclusivamente para montar uma operação de e-commerce focada no universo feminino, fechou contrato com a família Mansur, detentora da marca Mesbla, para explorar o nome em um site com previsão de lançamento para testes no final de novembro.
Segundo o diretor executivo da TeleMercantil, Steve Chen, o contrato com a família Mansur permite que a marca seja utilizada por vinte anos e prevê compartilhamento do faturamento do serviço. O executivo não informou o valor do investimento feito pela TeleMercantil.
Chen explica que a operação online da Mesbla não tem relação com as dívidas acumuladas pela companhia na década de 90, quando foi comprada por Ricardo Mansur. Em 1999, tanto a Mesbla como o Mappin faliram, com credores entrando na Justiça para reaver dívidas que chegavam a 1 bilhão de reais.
“A empresa que faliu foi a Mesbla Departamentos. A Mesbla S.A. continuou sendo atualizada (no Instituto Nacional da Propriedade Industrial) todo ano desde então”, o que fez com que marcas do grupo, como Tucano, Anexo e Alternativa, além da própria Mesbla, continuassem em posse de Mansur e não envolvidas na dívida bilionária, explica Chen.
Assim como a família Mansur, empresas parceiras no lançamento da Mesbla na internet, como a eHub para logística, Esfera para administração e divisão contábil e J3P para comunicação, CRM e SAC, receberão porcentagens sobre o faturamento da operação.
O primeiro estágio da operação da Mesbla online deve começar no final de novembro, quando o site de e-commerce será aberto para cerca de 75 mil consumidoras selecionadas que poderão testá-lo.
A Mesbla usará este período como um exercício para a entrega e envio de produtos, explica o diretor de atendimento da J3P, Giuliano Pereira. “Existe uma grande preocupação, já que a força da marca Mesbla é muito grande. Não queremos errar”.
Segundo o Pereira, o grupo será selecionado entre leitoras do Bolsa de Mulher, portal gerenciado pela holding Ideiasnet voltado ao mundo feminino que fechou parceria com a TeleMercantil.
Após os testes, a TeleMercantil pretende abrir o acesso da Mesbla para o público em geral em abril de 2010. Atualmente, Pereira contabiliza cerca de 60 fornecedores que já assinaram com contrato com a companhia.
Segundo o executivo da J3P, a operação online da Mesbla pretende atingir um perfil feminino que definiu como “mulher-ponto-com”: “uma mulher atuante, mãe, executiva, que quer tempo pra ficar com filho e marido e viajar”, fugindo do estereótipo da mulher dona de casa.
A estratégia terá dois desdobramentos evidentes: a Mesbla online “não terá eletrodomésticos da ‘mulher na cozinha’, mas aparelhos para o bem estar feminino, como depiladores, celulares, tocadores de MP3 e chapinha” e contará com conteúdos complementares às informações dos produtos, com dicas sobre moda, decoração, cosméticos, perfumaria, maquiagem e cabelo.
“Como existe tanto uma lacuna de serviço para mulheres (das classes) A e B como tendência de crescimento no consumo online pelas mulheres, surgiu a ideia de transformar a Mesbla em um portal da ‘mulher-ponto-com’”, explica.
Atualmente, o site da Mesbla conta apenas com uma introdução que permite que fornecedores interessados em comercializar seus produtos se cadastrem para que sejam avisados sobre o início da operação.
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