Pesquisa revela profissionalização dos vendedores do Mercado Livre
Desde o lançamento do MercadoLivre.com, em agosto de 1999, muita coisa mudou no comércio eletrônico e as transações em lojas virtuais aumentaram consideravelmente. Para constatar as mudanças e entender melhor quem são os vendedores do site, a empresa encomendou uma pesquisa à consultoria Nielsen sobre as vendas feitas por meio de sua base. Foram entrevistados 1.639 usuários regulares do Brasil, Argentina, México e Venezuela, que venderam produtos em pelo menos quatro meses no último semestre.
O levantamento apontou uma tendência à profissionalização das vendas feitas por meio da plataforma. Inicialmente, era comum pessoas físicas fazerem transações ocasionais de produtos usados que tinham em casa e não usavam mais, no esquema de leilão online. Hoje, há pessoas jurídicas vendendo grandes quantidades de produtos novos com preço fixo, como acontece nas lojas. “Essa mudança ocorreu entre 2000 e 2002. Vimos que havia pequenos e médios negócios que queriam vender com preço fixo, porque não podiam esperar 14 dias para fechar o preço de um leilão”, afirma Helisson Lemos, diretor geral do Mercado Livre no Brasil. Atualmente, 90% dos produtos vendidos têm preço fixo e 80% são novos.
O Mercado Livre estima que haja atualmente 52 mil pequenas empresas tilizando a plataforma como um canal alternativo de vendas, um complemento de renda efetivo. “Além dessas, existem mais empresas que fazem vendas ocasionais e não foram contempladas nesse número”, diz Lemos.
A pesquisa mostrou que também há vendedores profissionais utilizando a plataforma como canal adicional de vendas. Dentre os entrevistados, 20% disseram que as vendas feitas no Mercado Livre representam sua única fonte de renda, enquanto que para 80% as transações no site representam uma renda adicional ao salário (no caso de trabalhadores contratados).
Ao serem consultados sobre os motivos de ingresso no site, 27% desses vendedores afirmaram querer fazer uma venda ocasional (de um produto que não precisavam mais), enquanto 24% informaram que a intenção foi reforçar a renda.
Dos usuários entrevistados, 67% têm colaboradores e pretendem contratar 9 mil pessoas nos próximos seis meses. Apesar de grande parte dos usuários ter colaborador, apenas 13% afirmaram ter funcionários, pessoas contratadas. Desses, 54% são pequenas e médias empresas, 38% são comerciantes que trabalham por conta própria e 8% são grandes empresas.