Apesar dos heatmaps, gerentes de e-commerce atuam igual dez anos atrás

Nas primeiras lojas online que ajudei a lançar, há dez anos, o ponto crítico para o sucesso do projeto era se os pagamentos funcionariam. Nessa época, uma loja virtual com diversos meios de pagamento era algo realmente belo. A venda automática, 100% online, “sem custos”, era o sonho dos empresários que ali se aventuravam.

A Internet ainda engatinhava por aqui nesse período e as pessoas ainda estavam se habituando a comprar e pagar pela web. Só para termos ideia, em 2004 o e-commerce brasileiro era uma fração do de hoje – R$1.8 bi contra os R$39 bi previstos para 2014.

Contudo, o tempo passou e o mercado, agora vinte vezes maior, trouxe uma variedade absurda de ferramentas para os gerentes de e-commerce conseguirem vender mais. Ainda assim, algumas PMEs ainda atuam daquele mesmo jeito, de 10 anos atrás: um google analytics básico e muita adivinhação.

A ferramenta mais útil para reduzir a adivinhação e melhorar as conversões ainda é desconhecida de muitos gestores, talvez como você, que normalmente não tem tempo para entender de tudo. Mas essa ferramenta existe, e se chama Heatmap. O Heatmap é um recurso que mostra exatamente onde os usuários clicam no seu site: ou seja, é um “mapa de calor” (Heatmap) que exibe as áreas com maior clique no site, não importando se são textos sem links, imagens ou mesmo áreas vazias.

Por que ela é útil?

Porque é a maneira mais simples de entender o que seus clientes fazem em cada página da sua loja virtual e, dessa forma, obter insights que vão ajudá-lo a melhorar a conversão de suas páginas. Ainda por cima, é o Heatmap é super simples de implantar, bastatando colar um script no código do site.

Exemplos de uso do Heatmap

Quando apresentei o Heatmap ao Weverson, da loja virtual Taquilla Calçados, ele instalou e descobriu um problema no carrinho que atrapalhava as vendas. Havia uma estranha quantidade de cliques no botão de “remover produto”. Descobriu-se, assim, que os cliques eram consequência de um problema de cálculo no carrinho, que estava custando vendas ao lojista.

Na TT Operadora Lufthansa City Center, um misto de e-commerce B2B e B2C, descobrimos que, em determinados pacote de feira internacional, muita gente clicava no link de passagens aéreas do menu. Então, bastou incluir e esclarecer os valores de passagens aéreas no produto para que o cliente visse suas conversões aumentarem.

Na página inicial da Action182 Shop o Heatmap tornou evidentes os banners e categorias mais clicados, permitindo limpar a página e priorizar os destaques que realmente ajudam os clientes a encontrarem o que buscavam.

Chega de adivinhar

Com o Heatmap você consegue eliminar os chutes de seu e-commerce, passando a utilizar informações objetivas para a tomada de decisões. É incrível verificar como muitos clicam de forma reflexa em qualquer coisa que desperte a atenção enquanto examinam uma página e, principalmente, como isso nos ajuda a criar páginas mais amigáveis e vendedoras.

Se você não quer perder tempo, recomendo a ferramenta CrazyEgg, uma das mais conhecidas e econômicas, com custo mensal de US$ 9 e fácil instalação. Mas há outras inúmeras alternativas: como MouseStats, Inspectlet, Lucky Orange, SessionCam, ClickTale… A maioria possui muitos recursos além do Heatmap, como gravação de sessão, análise de funil, de formulários e de movimento do mouse, que podem torná-las menos amigáveis de início.

E agora?

Sugiro que você instale agora mesmo o Heatmap nas áreas mais críticas da sua loja, como carrinho de compras e checkout. Os resultados serão reveladores.