Como a publicidade nativa pode salvar e evoluir marcas na era do AdBlock
O AdBlock nasceu como uma solução, mas que tornou-se algo bem perigoso, para os dois lados: quem usa e quem se prejudica com o uso. Uma pequena extensão para navegadores permitia bloquear anúncios invasivos, ou páginas que eram repletas deles, a ponto de prejudicar a navegação. Hoje, porém, a receita de diversas empresas, e o ecossistema econômico da web, a longo prazo, pode ser comprometida por conta desse tipo de “solução”, incluindo aí mega-marcas da web, como o YouTube, Facebook e Twitter.
Problema em duas vias
Com o tempo, o AdBlock tornou-se um grande problemas nas mãos de quem lida com publicidade na web. A extensão tornou-se extremamente popular e comum, a ponto de alguns navegadores mobile já serem lançados com a funcionalidade embutida, sem nem mesmo precisar instalar mais nada.
No YouTube, ele é capaz de bloquear propagandas que são exibidas antes dos vídeos, banners clicáveis e outras apresentações, nada invasivas, que beneficiam não apenas a plataforma de vídeos, mas quem produz conteúdo dentro dela. Bloqueadores de propaganda prejudicaram tanto o site, que a companhia se viu obrigada a criar um serviço em separado, YouTube Red, pago, para “compensar” as perdas com bloqueadores.
Publicidade nativa: uma solução?
Há uma série de soluções possíveis para que os AdBlocks tenham seu avanço contido e uma delas, por exemplo, envolve tentar conscientizar seus usuários e visitantes. Hoje, já existem sistemas capaz de detectar bloqueadores, o que dispara um aviso, pedindo que o usuário desligue-o para continuar navegando.
Alguns websites alternam em dois frontes: a primeira delas é permitir a navegação de quem entra com o AdBlock, mas exibindo o aviso. Outra, porém, é mais agressiva, e simplesmente não deixa que o usuário do bloqueador acesse o site ou consuma seu conteúdo. A segunda, é claro, pode criar alguma antipatia por parte de seu leitor ou consumidor, dada a abordagem de bloqueio – e ninguém gosta de ser impedido, em nada.
O termo “publicidade nativa” nasceu como outra alternativa contra o problema dos bloqueadores. Trata-se da inserção de um anúncio dentro da página que o usuário está lendo, mas sem interferência na navegação e nem mesmo totalmente disfarçado como conteúdo orgânico. Um anúncio nativo pode estar contido dentro de um post em um jornal, por exemplo, como notícia relacionada. Pode até mesmo ser uma novidade sem relação, mas respeitando o “layout” de navegação do site e não comprometendo a navegação do usuário.
Pode incomodar levemente os mais exigente, principalmente aqueles que visitam sites de jornais ou revistas – já que usuários mais críticos esperam imparcialidade e conteúdo real, não pago, entre as matérias disponíveis. Mas em locais estritamente comerciais, como lojas online e agregadores de comunidade, a publicidade nativa é uma opção dinâmica e atrativa.
Como é inserido ao lado de conteúdos, e não posicionado como anúncio no código das páginas, esse tipo de publicidade burla com efetividade os temíveis bloqueadores.
Vendas X Engajamento
Quem usa publicidade nativa, porém, tem que ter em mente que o objetivo não está na conversão direta de vendas, mas sim no engajamento. Uma inserção “natural” dentro do site pode fazer com que o usuário clique no seu anúncio e consuma seu conteúdo, mas possivelmente ele não vai pagar por ele de princípio – mas sim se envolver com a marca.
Com isso, o usuário também pode ser convertido a curto prazo, com a possibilidade de criar empatia pela sua empresa, e lidar com a compra de conteúdo ou produtos de sua loja, por exemplo. Empatia, atualmente, é um bem valioso e que muitas marcas esperam obter de seus clientes, para quem sabe até, no futuro, tornar-se uma “lovemark”, de forma natural e sem impedimentos.
A publicidade nativa pode fazer com que mais usuários sejam conquistados por sua marca, mesmo que usem AdBlock ou qualquer outro bloqueador de anúncio.
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