Apple e Amazon são investigadas por e-books
O Digital Entertainment Content Ecosystem (DECE), grupo de 58 empresas formado por estúdios de Hollywood e companhias de tecnologia, está apostando suas fichas em um novo conceito para o futuro do mercado de entretenimento. A nova iniciativa tem o nome de UltraViolet e consiste em uma chave digital que permitiria ao consumidor adquirir, por exemplo, um filme e compartilhá-lo pela internet com outros dispositivos compatíveis, de graça.
O UltraViolet não seria uma loja, mas um formato, como o Blu-ray, o DVD ou o MP3. Dispostos a anunciar a novidade ainda este ano estão poderosos como os estúdios Sony Pictures, Paramount e Lionsgate, e empresas de tecnologia como a HP, LG, Intel, Panasonic, Philips e Toshiba, além de distribuidores como a Comcast e a Netfix.
Como o UltraViolet irá funcionar
No começo, o UltraViolet deve suportar apenas filmes e programas de TV, mas espera-se que, em pouco tempo, músicas e e-books também sejam incorporados. Ao comprar um Blu-ray ou um DVD com o logo do formato em seu encarte, o cliente receberá um token que comprove a compra.
Com o token, o consumidor poderá registrar o produto com a senha digital do UltraViolet. Assim, estará apto a enviar o vídeo pela internet para uma variedade de dispositivos, desde seu notebook ao smartphone de um amigo.
Perguntas sem respostas
Apesar de já se ter uma ideia geral de como funcionará, há poucas informações sobre o UltraViolet. Não se sabe onde os vídeos serão hospedados, ou quem os hospedará, se o usuário poderá transforma seu velho DVD em UltraViolet, ou mesmo com quantas pessoas o conteúdo poderá ser compartilhado.
Pode-se dizer o mesmo sobre o token. Inicialmente, as lojas mandariam as informações da compra para o dispositivo, mas não foi revelado se isso seria feito automaticamente ou se o usuário teria que fazer alguma coisa antes disso.
O preço também é um mistério. Tanto do próprio disco UltraViolet como dos set-top box compatíveis com o formato.
Ausências notáveis
Há dois conglomerados da indústria do entretenimento que não fazem parte do projeto do UltraViolet: Apple e Disney (e é interessante constatar que o CEO da primeira é o maior acionista da segunda). A Apple já conta com seu próprio modelo, o FairPlay, usado para filmes e programas de TV em sua loja virtual. Ele permite que o conteúdo seja compartilhado com até cinco dispositivos, ou um número ilimitado de iPods e iPhones, desde que pertencentes à mesma conta no iTunes.
A Disney, por sua vez, também está trabalhando em seu próprio formato, denominado KeyChest.
De qualquer forma, se o UltraViolet for um sucesso, a Apple se sentirá forçada a se juntar à aliança. Por enquanto, ela está em vantagem, afinal, controla a iTunes Store, modelo que domina a venda de conteúdo online no mundo.
