O ano de 2016 na visão de quatro empreendedores
Que o ano foi cheio de adversidades para os empresários brasileiros, isso não há dúvidas. O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) registrou no quarto trimestre deste ano o menor valor da série histórica, iniciada em 2008. Apesar disso, muitos empreendedores conseguiram passar ilesos no ano, com vista aos desafios de 2016. Listamos abaixo a avaliação de quatro empreendedores. Veja:
‘Nos sentimos preparados’
“Não foi fácil, mas os obstáculos e restrições que tivemos que enfrentar ao longo de 2015 fortaleceram ainda mais nosso time”, afirma Vincenzo Papariello Júnior, sócio-fundador da VP Concursos, startup especializada em coach e preparação para concurseiros. “Amadurecemos muito pessoalmente e como empresa”, diz. “Nos sentimos preparados para enfrentar os desafios que nos esperam em 2016.” A VP Concursos esperava faturar R$ 4 milhões neste ano, mas teve um pequeno decréscimo em razão da suspensão dos concursos públicos pelo Governo Federal. “Terminaremos o ano de 2015 com um faturamento de R$ 3,8 milhões. Isso representa um crescimento de 81% em relação a 2014, mesmo em um momento de forte crise econômica”, afirma Papariello.
‘Será um ano duro’
“Foi um ano desafiador, com o cenário econômico turbulento. Mesmo com dificuldade nós conseguimos crescer dentro do planejado”, afirma Luan Gabellini, sócio-fundador da Betalabs. Especializada em plataforma de gestão para comércio eletrônico, a empresa espera fechar o ano com crescimento de 80% sobre o faturamento de 2014, que foi de R$ 4 milhões. O empreendedor também espera um ano de desafios para 2016, mas se mantém cautelosamente otimista. “Acreditamos que será também um ano duro, com muita inadimplência. Mas acreditamos também que podemos ter um melhor segundo semestre se os problemas políticos do Brasil diminuírem”, afirma Gabellini. “Nosso objetivo é seguir com forte crescimento no próximo ano”, diz, sem detalhar projeções.
‘Vemos perspectiva no momento de crise’
“O ano foi surpreendentemente bom para nós”, diz Thoran Rodrigues, sócio-diretor da BigData Corp, startup que oferece análise de grande quantidade de informações para outras companhias. “Apesar da crise, conseguimos bater todas as nossas metas de faturamento e crescimento, conquistando novos clientes significativos.” Para 2016, Rodrigues mantém a expectativa de seguir com crescimento. “Contamos com algumas vantagens: primeiro, somos uma empresa de tecnologia, setor que normalmente funciona descolado dos ciclos de crescimento do PIB”, diz o executivo. “Segundo, oferecemos no mercado produtos que tem dois objetivos claros: otimizar processos – o que geralmente resulta em reduções de custo – e aumentar vendas”, complementa. “Esses dois objetivos são especialmente importantes em momentos de crise, o que melhora ainda mais nossas perspectivas.”
‘A crise não nos assusta’
“A retração econômica sinceramente não nos assusta”, afirma Jonathan Lima, diretor de Tecnologia da Pagar.me, empresa fornecedora de infraestrutura de meio de pagamentos. “Vendas on-line é uma excelente alternativa para reduzir custos e ampliar o base de clientes. Então o próximo ano a expectativa é continuar a crescer dois dígitos ao mês, e diversificar nossa base de clientes ainda mais”, complementa. A Pagar.me também aumentou a base de funcionários em cerca de quatro vezes, passando de nove para 40 pessoas e a expectativa é que esse número aumente em 2016. Além disso, a empresa esperar continuar realizando investimento para aumentar sua receita. “Nossa missão é crescer. Vamos realizar os investimentos necessários para multiplicar nosso faturamento por dez novamente, como aconteceu em 2015”, ressalta Lima, sem revelar o valor atingido no ano.
Categoria: Balanços