Há 50 milhões de internautas viciados em web

| 04/11/2009 - 23:06 PM | Comentários (0)

Com as últimas baixas momentâneas que a Internet vem sofrendo nos últimos dias, como por exemplo o Google que ficou fora do ar por algumas horas, as inúmeras panes do Speedy que deixaram vários usuários com conexões instáveis ou inexistentes e a mais comentada, que foi a do Twitter que parou de funcionar deixando em pânico seus milhares de usuários trouxe a tona a existência de viciados em Internet, pessoas que dedicam tempo integral das suas vidas para ficar conectado, afastando-se de amigos e família, ou seja, trocando a vida real pela vida virtual.

A Universidade de La Salle divulgou recentemente um estudo que aponta a existência de 50 milhões de viciados em Internet. A entidade britânica Advances Psychiatric Treatment divulgou um relatório mostrando que entre 5% e 10% de internautas no mundo são compulsivos, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, segundo o Internet World Stats.

Atualmente, a web ocupa um significativo espaço na vida de todas as pessoas e tornou-se necessária para o desenvolvimento das atividades cotidianas.  “A Internet tornou a vida de qualquer pessoa mais simples e ágil. Compras, pagamentos, notícias, informações sobre clima, estradas, e tantas outras atividades, tornaram-se disponíveis a qualquer hora em qualquer lugar graças à Internet e ao celular”, afirma Abel Reis, presidente da Agência Click.

Mas a questão é: o que você faz quando a Internet cai? Continua suas atividades normalmente ou se desespera com a impossibilidade de navegar na web? “Eu fico desesperado. Fico com a sensação de que o mundo pode estar acabando e eu não saberei. Eu me sinto totalmente excluído se estou sem a possibilidade de entrar na Internet. Claro que eu consigo ter meu dia-a-dia offline normalmente, mas se eu estou em casa, no ritmo normal, eu preciso estar conectado”, diz Augusto*, estudante.

Para Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo e coordenador do programa Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP, depressão, fobia social e introspecção são fatores que podem desencadear o vício. “Quando o indivíduo prefere a Internet do que as atividades no meio físico, troca a vida real pela conexão, é preciso ficar atento”.
Segundo Nabuco, a dependência não pode ser medida pelo tempo que o usuário fica on-line ou considerar apenas as horas que uma pessoa dedica à leitura e-mails e notícias na web, mas sim quando ela deixa de viver sua vida por causa da Internet, desmarca compromissos, deixa de conviver com sua família. “Mas a partir do momento que você deixa de ter contato real, sair, passear, conversar para ficar on-line é sinal de que algo está errado”, ressalta Augusto.

O vício pode atingir diferentes graus (leve, moderado, abusivo, pesado) e somente o diagnóstico do médico vai definir se a pessoa realmente é compulsiva e qual tratamento deve ser feito. Mas as próprias pessoas encontram dificuldades para reconhecer a doença. “Muitas vezes, a pessoa não reconhece o vício. Assim, família ou amigos busca ajuda e procuram tratamentos”, diz o psicólogo.
Compras, bate-papo, jogos são alguns exemplos de dependência. Entre as opções de tratamento estão: psicoterapia, terapia presencial, terapia em grupo e atendimento por e-mail. O HC, a PUC e a Unifesp oferecem tratamentos gratuitos para dependentes. Dependência a Internet é tão prejudicial quanto qualquer outro tipo de dependência, mas também tem tratamento.

* O nome foi trocado para preservar a identidade do entrevistado

Fonte: Pámela Nunes        www.adnews.com.br

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Categoria: Notícias

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