Executivo fala sobre os desafios da venda de óculos pela web
Um dos segmentos mais expressivos do comércio eletrônico no Brasil, representando 20% das vendas de acordo com a pesquisa “O cenário do eCommerce no Brasil”, o comércio online de produtos de moda e acessórios vem crescendo ano após ano. No entanto, em um relatório recente produzido pela e-bit, esta mesma categoria liderou ranking de intenção de trocas e devoluções, o que impõe um desafio para empresas que atuam neste segmento.
De acordo com Arthur Blaj, sócio fundador da LIVO Eyewear – loja virtual de óculos presente no mercado desde 2012, essa rejeição do usuário a itens de moda é grande, justamente por não ser exatamente o que pensavam do produto, não servir corretamente ou outros motivos. “A compra desses produtos envolve emoções e, muitas vezes, situações que estão fora controle da empresa, como o caimento de uma peça que pode desagradar o cliente. A relação comercial que o consumidor tem com suas lojas preferidas de roupas e acessórios é diferente de como ele se relaciona com sua loja preferida de eletrônicos”.
Em relação ao segmento da LIVO, de óculos, o executivo explica que já existem diversas tecnologias que visam romper esta barreira, como a implantação de um sistema onde é possível provar os óculos digitalmente. “Além desse tipo de provador, que implementamos na LIVO, o Guia de Rosto, que substitui um vendedor de ótica apontando qual tipo de rosto o comprador tem e o que fica melhor para ele, é outra alternativa interessante para o consumidor online”, comenta. Blaj também menciona programas de trocas, para caso o cliente não goste ou não se adapte aos óculos adquiridos via web: “Na Livo permitimos que o cliente devolva os óculos em até 30 dias caso não goste ou não se adapte, e também mantemos um programa, chamado ‘LIVO vai até você’, em que um ciclista pode levar os óculos para experimentar se o cliente residir na cidade de São Paulo”, completa.
Contudo, o executivo afirma que este mercado também precisa avançar culturalmente. “Ainda temos um comportamento um pouco antiquado nesse segmento. Aqui, optometristas não podem dar prescrições para óculos, as grandes redes de óticas ignoram o setor, fatores que contribuem para que o consumidor não seja educado a comprar online”. Por isso, o sócio fundador defende que os lojistas online devem focar na educação de compra dos clientes para que essa barreira seja vencida. Outra solução para o segmento apontada pelo executivo é a adoção de estratégias omnichannel: “Através de outros canais, até offline em vezes, é possível corroborar a captação de clientes justamente para educá-los sobre como fazer tudo online”, conclui o sócio fundador da LIVO Eyewear.
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