Velocidade: requisito de sucesso para plataformas de e-commerce

| 30/10/2012 - 15:06 PM | Comentários (3)

Mundo virtual é sinônimo de velocidade. Quem acessa a internet quer agilidade na navegação e na busca por informação. Ao menos, essa deveria ser a proposta, mas não é o que vem ocorrendo ultimamente, como mostra o relatório sobre velocidade em páginas de lojas virtuais e performance de websites realizado pela Strangeloop Networks. Segundo o estudo, que analisou os dois mil sites de varejo mais acessados do mundo, o tempo de carregamento das páginas está 9% mais lento em relação a 2011. De acordo com a pesquisa, as páginas têm levado, em média, 6,5 segundos para carregar, sendo que, no ano passado, este número era de 5,94 segundos.

A lentidão da internet gera frustração no cliente virtual que busca justamente praticidade nas compras online. Para Rogério Pellegrino, diretor de desenvolvimento de negócios da Bring E-Commerce, voltada às soluções para comércio virtual, a própria inovação na internet tem impulsionado esta problemática. Isso porque, para se destacar frente à concorrência acirrada do meio virtual, as lojas têm implementado mais funcionalidades para melhorar a apresentação visual, resultando em páginas mais complexas que desafiam a internet de banda larga. “Estas alterações impactaram em uma redução de performance em muitos e-commerces que ainda não se preocuparam em resolver esta pendência. Diversos estudos demonstram que sites com conexões lentas ou tempos de downtime elevados sofrem consistentes perdas de vendas e queda na retenção de consumidores”, diz Pellegrino.

Segundo Vinicius Agostini, Diretor de Marketing da Exceda, companhia especializada em otimizar o desempenho de plataformas eletrônicas, outros diversos fatores interferem no tempo de carregamento de um site. Um deles é a própria hospedagem que, dependendo da qualidade, pode comprometer a velocidade de abertura da página. Picos de audiência também resultam na lentidão do acesso, pois sobrecarregam os servidores. Outro culpado é o ataque de um hacker, que pode direcionar muitos acessos a uma determinada página, fazendo com que ela fique lenta e até saia do ar. Plugins externos, como os de rede social, e o excesso de imagens e de scripts, também podem contribuir para a lentidão do site.

De acordo com Agostini, o tráfego da internet também influencia no carregamento de uma página. “Imagine um site hospedado nos Estados Unidos recebendo acessos do Brasil. A informação que é enviada passa por pontos de diferentes redes com todo tipo de qualidade, o que também acaba gerando um maior tempo de carregamento. Claro que, do lado do cliente, a velocidade da sua conexão, seu tipo de navegador e a própria capacidade do computador interferem na experiência na internet, mas por melhor que sejam estes pontos, se o site não está bem adequado, a experiência será afetada”, pontua.

Segundo o executivo da Exceda, a aposta dos principais sites de e-commerce e conteúdo do mundo para acelerar o acesso são as CDNs (Content Delivery Networks), redes com muitos servidores em diversos pontos do mundo que replicam o conteúdo original do site, diminuindo a “distância” para o usuário final. “É só você pensar que, ao invés de acessar as fotos do seu Facebook em um servidor nos Estados Unidos, você acessa o conteúdo ‘cacheado’ em um servidor em São Paulo ou em qualquer outra capital do país, reduzindo consideravelmente o tempo para a informação chegar até você”, explica Agostini. Por conta de seu tamanho (uma CDN, como a Akamai, chega a ter mais de dois mil servidores apenas no Brasil), as CDNs evitam problemas de congestionamentos em picos de audiência, protegendo os investimentos no site.

Vinicius Agostini conta que, no início, as CDNs eram baseadas em entrega de conteúdo estático. Com o tempo, elas tiveram novas funções de aceleração de conteúdo na internet, como o DSA (Dynamic Site Acceleration) ou FEO (Front-EndOptimization). O DSA é uma tecnologia de aceleração de conteúdo dinâmico, ou seja, não só entrega mais rápido requisições iguais de muitos usuários, como também acelera requisições individuais, como internet banking ou um carrinho de compras em um site de e-commerce. O FEO, por sua vez, é um complemento para as CDNs, pois atua no nível do browser, otimizando a forma como o conteúdo é lido. Basicamente, as técnicas de FEO consistem em entregar o conteúdo do site da forma mais otimizada para cada navegador e conexão, através de técnicas que compactam conteúdo da página, organizam o conteúdo da melhor forma para o carregamento e aceleram a renderização do conteúdo.

Para Rogério Pellegrino, da Bring E-Commerce, é preciso que o empreendedor virtual esteja atento a algumas medidas para evitar problemas de carregamento de páginas, como reduzir o número de requisições HTTP (isso é possível tanto simplificando o design do site de e-commerce como utilizando técnicas para a redução do número de componentes), implantar um sistema para efetuar o cache do HTTP (isso fornece uma cópia local dos principais recursos, proporcionando redução no tempo para carregar os dados), otimizar as imagens e visual gráfico (sites de e-commerce que contém muitas imagens ou um visual gráfico complexo precisam ser otimizados para a internet. Entre outras diversas soluções, por exemplo, pode-se comprimir as imagens ou salvá-las com uma palheta de cores limitada) e investir em um bom serviço de hospedagem (se você tem um serviço de hospedagem compartilhado, é fortemente recomendado migrar para um servidor virtual privado ou um servidor dedicado. Também, é importante buscar uma empresa de hospedagem que garanta, no mínimo, 99.9% de disponibilidade online).

Em relação aos scripts externos, outro fator que impacta profundamente na velocidade do site, é preciso que o lojista seja cuidadoso ao inserir estes pedaços de códigos em sua plataforma. De acordo com Mariano Quadrado, CTO da e-smart, especializada em viabilizar negócios para e-commerce, a procedência do código é a primeira questão a ser avaliada. “É prudente que algum desenvolvedor ou empresa de confiança avalie o código previamente. Um script pode não somente estar mal escrito e causar lentidão ou indisponibilidade da sua loja, como também pode ser malicioso e prejudicar a segurança tanto do site como dos clientes. Minha sugestão é que você contrate uma empresa especializada em e-commerce que possa auxiliá-lo nessas situações, caso você não tenha conhecimento técnico para avaliar todas as consequências do script.”

Para saber se o script externo está, de fato, causando lentidão no carregamento, a dica é, antes de alterar um código em produção, ter um plano B para voltar rapidamente à situação anterior da alteração. O ideal, segundo Mariano Quadrado, é ter um ambiente de homologação para testar o script antes de colocá-lo em produção. O profissional recomenda que o administrador da loja online trabalhe com os devidos monitoramentos e indicadores como tempo de carregamento do site, visitação, conversão, vendas, etc. “Ao conhecer os padrões e as sazonalidades dos dados da sua loja, fica mais rápido identificar um problema pós implementação de um script. Uma empresa especializada em e-commerce pode ajudar com essas questões e também com outras que tenham uma complexidade maior, como avaliar o tipo de conexão que o script faz, com o objetivo de aumentar a segurança da sua loja e evitar que os dados trafeguem sem segurança”, reforça.

Ivan Correa, diretor de relacionamento da EZ Commerce, especializada em soluções para comércio eletrônico, aponta outras formas de se precaver dos problemas de carregamento das páginas. “Há ótimas ferramentas de análise de performance gratuitas e bem completas. Dentre elas, o PageSpeed do Google e o Yslow do Yahoo são as mais conhecidas. Ambas são extensões para o Firebug do Firefox e são bem parecidas. Elas dão um relatório bem completo sobre cada aspecto a ser melhorado e informa o que deve ser feito para corrigir eventuais problemas.”

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Categoria: Pesquisas

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Comentário (3)

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  1. Flávio Maciel disse:

    Muito interessante o artigo e ótimas dicas ao final.

    Para complementar, um estudo da Unbounce de um tempo atrás revelou que a otimização do carregamento de uma loja virtual pode elevar as vendas em até 66%. Vejam aqui:
    http://www.ipagare.com.br/blog/conversao/tempo-de-carregamento-da-loja-virtual/

    Abraços

  2. Fabio Lima disse:

    Excelente artigo! Parabéns.

    Porém vale ressaltar que a opção de se hospedar um serviço em servidores fora do Brasil (de qualidade, é claro) ainda trás tempos de latência muitíssimo menores que os no Brasil.

    Recentemente tive problemas onde a 1ª resposta do servidor BR à requisição do browser levava até 6s para depois o site ser carregado e renderizado, mudei o server para um nos EUA e o tempo de resposta da 1ª requisição baixou para 0.4s.

    Com conexões cada vez mais rápidas em casa, o usuário espera no mínimo que o site que está visitando seja rápido.

  3. Fábio Mello S. Santos disse:

    Sensacional a materia – na minha empresa usamos uma CDN (AKAMAI) mas não conhecia as outras técnicas e os sites de testes principalmente o pagetest que é bem legal

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