Alibaba.com quer dominar e-commerce no mundo

| 13/09/2010 - 00:43 AM | Comentários (0)

Antes, dizíamos que o Alibaba era o eBay da China. Agora é o eBay que é o Alibaba dos Estados Unidos.” A comparação é exagerada e pode ter sido uma deferência a seu anfitrião, o fundador do Alibaba, Jack Ma. Mas, vinda de Arnold Schwarzenegger, revela a projeção global conquistada pela empresa de e-commerce chinesa desde sua fundação, em 1999.

O ator e governador do Estado no qual está a sede do eBay, Califórnia, foi a estrela do encerramento da convenção anual do Alibaba na cidade chinesa de Hangzhou e falou a uma plateia de pequenos e médios empresários de todo o mundo que usam a plataforma para vender ou comprar produtos online.

Com 53 milhões de usuários registrados em 240 países, o Alibaba se transformou em dez anos no maior portal mundial de negócios entre empresas e tem a pretensão de ser uma imensa plataforma global, onde pequenos e médios empresários possam se encontrar.

O uso da internet reduz custos e dá ao importador ou exportador acesso a produtos e mercados que seriam inacessíveis fora do mundo virtual. Com a maior população online do mundo – 420 milhões de pessoas – e a maior base industrial de bens de consumo, a China apresenta condições únicas para o desenvolvimento do e-commerce.

E ninguém está mais bem posicionado nesse mercado do que o grupo fundado por Jack Ma. A primeira de suas empresas foi o portal alibaba.com, que se concentra nas operações entre empresas (B2B) e obtém mais da metade do faturamento em negócios entre países.

Em 2003, Ma decidiu entrar no setor de vendas online ao consumidor final, o B2C, e fundou o Taobao, que domina 80% do comércio eletrônico da China, com 200 milhões de usuários e US$ 29,4 bilhões em transações em 2009.

Os jovens chineses são viciados em compras na internet, onde buscam roupas, eletrônicos, óculos, sapatos, lentes de contato, marcas de luxo e, claro, produtos pirata. Apesar do reiterado compromisso com a “integridade” dos dirigentes do grupo Alibaba, o comércio de falsificados é irrestrito no Taobao.

A expansão das duas plataformas ganhou impulso com a criação do Alipay, o sistema de pagamento online que também é o maior do mercado chinês, com US$ 146 milhões de transações por dia. Nas estimativas do Grupo Alibaba, em dois anos o Alipay vai superar o faturamento do PayPal, ferramenta semelhante do eBay.

O comércio online na China teve crescimento explosivo nos últimos anos e deverá dobrar de tamanho de novo em 2010, quando poderá movimentar US$ 560 bilhões, segundo o Ministério do Comércio. Cerca de 90% dessas transações ocorrem entre empresas, principalmente de fabricantes ou atacadistas para varejistas, que vendem os produtos ao consumidor final.

Futuro. A grande aspiração de Ma para seu império na próxima década é abarcar toda a cadeia de vendas online, do fabricante ao comprador individual, numa estratégia chamada B2B2C. “Dentro de dez anos, 80% do comércio será feito pela internet”, disse Ma. “90% dos nossos clientes vendem online, mas compram offline, e todo mundo sabe quão difícil comprar fora da internet pode ser. E há outros que compram online e vendem offline”, exemplificou o presidente do grupo Alibaba, David Wei.

Apesar de acreditar no B2B2C, Wei ressalta que ele não pode ser feito em uma única plataforma, porque atacado e varejo têm necessidades distintas. Além disso, ao utilizar um site voltado para o atacado, os consumidores acabariam conhecendo as margens de lucro dos vendedores. “É por isso que temos o Alibaba para negócios entre empresas e o Taobao para consumidores finais”, observou.

Fora da China, o Grupo Alibaba pretende construir o B2B2C por meio de aquisições, parcerias com outras empresas ou novos negócios próprios. A ofensiva começou nos EUA, onde a companhia chinesa comprou neste ano duas empresas californianas -Vendio e Auctiva -, dentro de uma estratégia de investimentos de US$ 100 milhões no país.

Realizadas em junho e agosto, deram ao Alibaba acesso direto a 250 mil clientes americanos que vendem produtos no eBay. A ideia não é “roubá-los” do portal, mas sim conectá-los com fornecedores na China, por meio do Alibaba.

Apesar da comparação de Schwarzenegger, Alibaba e eBay não são exatamente competidores. Enquanto o portal chinês se concentra em negócios entre empresas (B2B), o americano faz a ponte entre vendedores e consumidores (B2C).

Com a aquisição da Vendio e da Auctiva, Jack Ma pretende fazer a ponte entre seus clientes chineses e os compradores dos Estados Unidos. Um dia antes de Schwarzenegger, o próprio CEO do eBay, John Donahoe, participou do evento do Alibaba, em outra demonstração do rápido avanço do alcance global da companhia.

Donahoe afirmou que o eBay não tem intenção de competir no mercado chinês – algo que a empresa já tentou, mas desistiu em 2006 diante do sucesso do Taobao. “O que nós estamos tentando fazer é conectar vocês, vendedores chineses, aos consumidores ao redor do mundo”, ressaltou.

Artigo escrito por Cláudia Trevisan

Tags: , ,

Categoria: Destaques

Sobre E-Commerce News: Fundado no ano de 2009, o E-Commerce News é um site projetado para profissionais de todas as áreas, interessados nos mais recentes conteúdos sobre o e-commerce no Brasil e no mundo. Ver mais artigos deste autor.

  • Todos Fornecedores
  • Plataformas
    • Gestão de Anúncios
    • Atendimento ao Cliente
    • E-Mail Marketing
    • Sistema de ERP
    • Pagamento Online
    • Plataforma de E-Commerce
    • Precificação Dinâmica
  • Serviços
    • Escola Espelicializada
    • Agência Especializada
 
 

Comente esta Matéria




Para incluir uma imagem ao lado do seu comentário, registre-se em Gravatar.