E-commerce perde US$ 10 bilhões/ano com crimes no mundo
Estima-se que as perdas mundiais decorrentes de fraudes no comércio eletrônico superem os US$ 10 bilhões ao ano. A projeção é da empresa CyberSource, especializada em pesquisas e soluções de segurança. Doug Schwegman, diretor de inteligência de marketing da CyberSource, apresentou nesta quinta-feira (6/5), durante o E-commerce Summit, em São Paulo, a 11ª edição do estudo intitulado Online Fraud Report.
O levantamento analisa basicamente os mercados dos Estados Unidos e Canadá e, a partir daí, projeta a perda global. Segundo a análise, a América do Norte perdeu entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em 2009 devido a fraudes de pagamentos online. O valor representa 1,2% da receita do setor de comércio eletrônico desses países.
Segundo Schwegman, esta foi a primeira vez desde 2003 que o índice de fraudes online caiu em relação ao ano anterior. Em 2008, esse fator era de 1,4%. O setor de eletrônicos é o que mais sofre com as fraudes em compras online, com 1,5% de perdas em 2009 – em 2008, perdeu 2%.
Na sequência aparece o segmento de roupas e jóias, que viu as perdas subirem de 0,9% em 2008 para 1,3% em 2009. O estudo revela que a taxa de fraudes nas compras internacionais – feitas a partir de putros países, que não Estados Unidos ou Canadá – é de 2%.
No Brasil, segundo Mariano Gomide Faria, sócio-fundador da Vtex e um dos idealizadores do E-commerce Summit 2010, o índice de fraude de pagamentos é de 1,2%, que equivale a perdas de US$ 500 bilhões por ano. “É muita coisa. Não podemos nos acomodar simplesmente porque alcançamos o índice registrado nos Estados Unidos”, alerta o executivo.
De acordo com ele, as empresas não podem ‘relaxar’ no que diz respeito à segurança e ao combate a fraudes online, apesar de virem crescendo entre 30% e 50% ao ano.Para 2010, 74% das empresas ouvidas pela CyberSource pretendem manter o orçamento dedicado a gestão de fraudes, 21% delas devem elevar o investimento e 5%, diminuí-lo.
A pesquisa da CyberSource indica que as empresas nos Estados Unidos e Canadá planejam investir não mais de 0,3% de seu faturamento online para gerenciar fraudes.”Esse é um valor médio. Há empresas que gastam mais e outras que investem menos”, explica.
“As companhias menores tendem a gastar uma porcentagem maior porque dependem mais de revisões manuais dos processos e porque tem faturamentos menores”, reforçou Schwegman.
Outro dado revelado pela pesquisa da CyberSource é que 26% desses investimentos devem ser destinados a ferramentas e sistemas internos, equanto 24% serão dedicados a ferramentas de terceiros e 51% em profissionais para analisar as compras.