Varejistas ainda não entenderam o poder da internet, afirma executivo
Preços elevados, entregas não efetuadas, má reputação na imagem, reclamações juntos aos órgãos dos consumidores, exposição negativa nas redes sociais, etc… Esses são alguns riscos para aqueles varejistas que preferem maquiar os preços e inflacionar os valores durante mega promoções como foi Black Friday aqui no Brasil. Apesar de neste ano as vendas terem movimentado R$217 milhões no e-commerce, 117% acima do faturamento do ano passado, as reclamações foram tão elevadas quanto, tendo o Procon notificado sete lojistas adotando esta prática.
De acordo com estudo realizado pelo Programa de Administração de Varejo – Provar -, ao invés de terem os preços reduzidos, os consumidores encontraram produtos mais caros do que o normal, apresentando em média, alta de 8,5%, poucos dias antes do evento.
Em tempos em que o foco deve estar na fidelização e na possibilidade de oferecer a melhor experiência ao cliente, alguns varejistas ainda insistem em optar pelo caminho contrário. “Acredito que os gestores de marcas ainda não entenderam o poder da internet. As pessoas, mesmo que poucas, sabem que a grande maioria das liquidações de shopping fazem o mesmo negócio – aumentam em 50% do preço e dão, por exemplo, 70% de desconto. Porém, antes da web, poucas pessoas sabiam e contavam a outras poucas pessoas. Hoje, são mais de 63 milhões de pessoas no Facebook que ficam pesquisando e tentando achar erros das marcas para divulgar, e isso se torna viral de forma muito fácil, entretanto, como os varejistas e gestores ainda não perceberam o poder da web, acreditam que podem enganar o consumidor como feito antes, mas as coisas mudaram…”, analisa Felipe Morais, Diretor de E-commerce da Giuliana Flores e autor do livro Planejamento Estratégico Digital.

Felipe Morais, Diretor de E-commerce da Giuliana Flores
Como toda ação tem sua reação, as consequências não são das melhores para os comerciantes que preferem lesar o consumidor, a criar situações para fidelizá-lo. Ações como essa podem denegrir a imagem da marca no mercado, e muitas vezes de forma irreparável. “Enganar o consumidor nunca foi uma boa prática, mas, de uns tempos para cá ficou perigoso. As pessoas pesquisam, vão atrás. Costumamos brincar que nas redes sociais têm muita gente sem ter o que fazer e fica pegando erros das marcas. Bom, isso realmente acontece, mas só acontece por que as marcas dão motivos. Acaba ficando chato para a marca, ela vai perdendo clientes aos poucos e tem que investir ainda mais em mídia para recuperar. Infelizmente, esse ciclo não é claro para muitos gestores”, reforça o executivo.
Segundo ele, o Black Friday é um evento que tem tudo para crescer ano a ano, mas, para se tornar uma estratégia de venda de impacto e que surta em bons negócios no e-commerce para varejistas e consumidores, é necessário que os gestores das empresas entrem no negócio da maneira correta e honesta. “Infelizmente o brasileiro além de querer tirar vantagem em tudo, tem memória fraca, mas cabe aos gestores de e-commerce terem a consciência de que se é para entrar, tem de entrar direito, de forma honesta, por que a conta a ser paga pode ser mais cara”, orienta.
Ele acrescenta ainda que, para as próximas edições do Black Friday, estima-se que os consumidores estejam com os olhos mais atentos antes de efetuarem as tradicionais compras por impulso, sem realizar uma pesquisa prévia nos preços antes e durante o evento. ”Vivemos a ditadura da promoção e o Busca Descontos, dono da marca, vai continuar fazendo essa ação, pois, ela é muito bem feita. O que vai acontecer é que alguns dias antes do evento, que o brasileiro já sabe quando será, as pessoas vão pesquisar diversos itens e anotar os preços ou tirar print da tela. No dia, os varejistas de má fé serão detonados com essas pesquisas e ficará ruim para eles, mas a ação em si, eu acho muito válida e os honestos terão bons resultados”, garante Morais.
Categoria: Pesquisas
Entendo, o poder de penetração e a repercussão de cada ação na rede tomam dimensões muito grandes, difíceis de mensurar. A transparência, a objetividade e a qualidade do serviço são primordiais para a manutenção de clientes e atração de outros tantos.
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