Apertem os cintos…o cara do site sumiu!
Um dos maiores problemas das pequenas e médias empresas que fazem sua entrada na internet é o de ter seus sites abandonados em pleno desenvolvimento pelo “cara do site” (uso o termo para diferenciá-los dos verdadeiros webdesigners e profissionais sérios e comprometidos com os clientes). A quantidade de reclamações em relação ao problema sempre me surpreende. “O cara do site sumiu, tento ligar e ele nunca está”. “Arranjou um emprego e não tem mais tempo de me atender.” “Deixou de fazer sites e me largou” são algumas das reclamações que ouço com freqüência.
Embora esta realidade esteja mudando com o avanço da tecnologia, muitos sites ainda são feitos de maneira praticamente artesanal. Cada webdesinger possui um “estilo”, tem uma linguagem de programação preferida, gosta de incluir este ou aquele recurso. É como um cozinheiro que prepara suas próprias receitas.
Imagine então que este cozinheiro suma do restaurante em que trabalha deixando todos os pratos pela metade. Por mais preparado que seja seu substituto, dificilmente conseguirá concluí-los da mesma forma. Primeiro porque não tem a receita e depois por ter ele também o seu “estilo”. Será mais fácil, e menos arriscado, jogar tudo fora e começar de novo.
É mais ou menos isso que acontece quando um novo profissional ou agência é contratado para dar continuidade a um site abandonado durante a construção. É também o motivo que dá tanta dor de cabeça e prejuízo às empresas que optam por esse tipo de “profissional”.
As PMEs podem se prevenir tomando as precauções na hora de escolher a agência ou webdesigner responsável pelo desenvolvimento do site. Destaco algumas das principais a seguir:
1. Há designers que trabalham em agências fazem sites “por fora” ou, quando desempregados, como bico enquanto não conseguem recolocação. Como não se trata da sua principal fonte de renda, podem oferecer preços abaixo da média de mercado. Nada contra esse tipo de trabalho, desde que seja feito com profissionalismo e responsabilidade. E este é o ponto.
Quando o serviço na agência começa a apertar ou um emprego aparece, esses designers simplesmente somem e deixam os clientes na mão. Para evitar esse problema, entre em contato com os clientes atendidos por ele para saber se houve interrupções ou “sumiços”.
2. Exija sempre um contrato, que é uma forma de garantia e comprometimento em cumprir o que está sendo proposto. O documento detalha o que será executado e o que está fora do escopo, etapas, prazos e a responsabilidade do desenvolvedor e do cliente no processo, o que também é de interesse do webdesigner. Por isso, desconfie se ele “enrolar” ou se recusar a formalizar o seu trabalho.
3. Lembre-se que o site é seu (da sua empresa). O webdesigner/agência é apenas o responsável pelo desenvolvimento. Então sempre exija que os logins e senhas para acesso a gerenciadores, contas no Google e outros serviços necessários durante a produção sejam feitos em nome da empresa e repassados. Caso contrário há o risco de você se tornar um “refém”, tendo de depender dele para qualquer coisa que queira fazer no site. Essa situação é tão insólita quanto uma construtora querer ficar com todas as chaves depois de construir a sua casa e só ela controlar o seu acesso.
Pior ainda se o webdesigner sumir. Conheço casos de empresas que tiveram de fazer outro site simplesmente porque decidiram não trabalhar mais com um determinado profissional de internet e este se recusou a fornecer as senhas. Repare novamente a importância de um contrato que especifique estas questões.
4. Em outros casos, o webdesigner faz uso de conceitos antigos de desenvolvimento e programação, que acabam por tornar seus clientes compulsoriamente “amarrados” a eles. Até simples alterações, como a atualização de uma foto ou do perfil da empresa, tem de ser feita por ele, já que as mudanças tem de ser feitas diretamente na programação e só próprio webdesigner sabe como fazer isso. E quando ele some? Muitas empresas que enfrentaram essa situação simplesmente passaram anos com sites desatualizados por causa desse problema.
Para evitar passar por situação semelhante, saiba que hoje é comum o desenvolvimento de sites com gerenciadores de conteúdo (também CMS – Content Management System) que permite fácil atualização das principais informações (textos, imagens, etc.). Existem vários tipos de CMS, sendo o WordPress (http://br.wordpress.org/) um dos mais populares por sua simplicidade de uso e por ser uma plataforma aberta (é livre para que qualquer pessoa utilize seus recursos para desenvolver um site). Além de fácil de atualizar, a vantagem de ter um site em WordPress é que hoje há muitos desenvolvedores que utilizam esta plataforma. Então você não terá dificuldade em encontrar outro profissional que possa assumir a manutenção e atualização em caso de emergências.
5. É comum o empresário ou gestor se preocupar apenas com o desenvolvimento do site para atender a necessidades imediatas, o que é um risco. O site pode cumprir o combinado, mas é preciso lembrar que a internet é altamente dinâmica e a cada momento surgem novas funcionalidades importantes que precisam ser agregadas . Então, é necessário se certificar se o webdesigner seja capaz de realizar atualizações e estabelecer como elas serão executadas. O mesmo procedimento vale também para eventuais problemas de funcionamento que possam ocorrer ao longo do tempo, algo perfeitamente normal mas que também precisa ser previsto em um planejamento e, de preferência, em um contrato (olha ele aí de novo!)
Categoria: Cases
Olá Silvio, interessante seu artigo, realmente não da para ficar na mão de desenvolvedores. Pessoalmente já tive problemas semelhantes.
No entanto, creio que o termo “web designer” poderia seguramente ser substituído por “webmaster”. O web designer não é programador e nem tem competências para tal, apesar de ele possuir conhecimentos básicos sobre o assunto, seu dever é CRIAR, seja em relação à estética ou usabilidade de um web site.
Já o webmaster, um termo ressuscitado pelo Google com a ferramenta webmaster tools, é um sujeito que não é programador e nem designer, possui conhecimentos básicos sobre ambas as modalidades que são completamente opostas uma da outra. Em outras palavras, é um tipo de profissional que não é mais absorvido pela indústria.
Além disso, o verdadeiro web designer projeta baseado no briefing que lhe foi fornecido e nos conhecimentos adquiridos ao longo de sua trajetória, e não em estilos como no campo das artes, por exemplo, que também possui competências muito distintas do Design, ao contrário do que muitos imaginam, incluindo alguns colegas de profissão.
De toda forma, parabéns pelo artigo!
Meus caros o texto acima é nada mais é sobre alguem que passou raiva com sobrinhos(Individuo Amador).
Uma Observação…
Interessante a visão que alguns tem sobre os famosos CMS (Word Press, Joomla, Drupal e tanto outros). Caso não queira ser mais um entre tantos, vão depender novamente de um profissional com conhecimento na área para fazer qualquer modificação pois suas administrações e alterações dependendo do projeto são até mais complexas.
O segredo é de valor ao seu investimento e para com as choradeiras.
Com relação aos CMS`s da vida, dou bastante atenção ao WordPress, pois, com ele o desenvolvedor tem muito mais facilidade em configurar a plataforma a fim de tornar a interface do admin mais fácil de se editar. Acho que o importante para alguém que quer contratar algum desenvolvedor free-la é analisar qual a ferramenta vai ser utilizada e se ele irá deixar o trabalho totalmente em suas mãos e em uma linguagem que qualquer outro profissional entenda. Sem querer fazer merchandising, mas em nossa agência trabalhamos dessa forma. Assim, o cliente não tem com o que se preocupar. Ah, e não esquecer de colocar tudo isso no contrato!