A importância do parceiro tecnológico

| 10/03/2011 - 02:43 AM | Comentários (2)

Antes de determinar quem será o seu parceiro, como tudo na vida, tenha o seu objetivo muito claro. Se você já possui uma loja física e sua marca já é reconhecida pelo público, não dá para começar na internet com uma lojinha alugada, repleta de restrições. Você precisa oferecer ao seu cliente o mesmo nível de serviço que ele já está acostumado. Agora, para quem está começando do zero, com um produto relativamente simples (ex: livros), aí uma loja alugada pode cair muito bem! Perceba que não há ferramenta ou modelo perfeito, existe aquele que é adequado para a sua realidade.

1. Desenvolvimento próprio

Se você é um desenvolvedor/empreendedor e domina boa parte do que pretende fazer no seu negócio quando falamos de tecnologia, levante as mãos para o céu! Isso mesmo! São raros os casos em que o dono da empresa possui domínio da sua ferramenta de vendas, quando utiliza a internet como canal. São mais raros ainda os casos em que o dono da empresa desenvolve seu próprio sistema de gestão. Por mais que o dono da empresa não tenha que ficar preso a isso, afinal ele precisa ser dono (ou seja, vender o seu peixe), ao delegar para sua equipe, ao menos ele tem noção de quando e como está sendo enrolado. Acreditem: esta é uma vantagem valiosíssima! O Fabio Seixas da Camiseteria e a dupla Flávio e Renato do byMK podem confirmar isso! Grande parte do sucesso destes dois cases deve-se ao fato deles terem colocado a mão na massa desde o começo e terem construído todo o código dos seus respectivos sistemas na unha. Isso ofereceu a liberdade que o negócio deles tanto precisava para se desenvolver e independência em relação a “picaretas” que existem por aí. Se este NÃO é o seu caso, MUITO cuidado ao optar por desenvolver seu sistema “dentro de casa”. Selecione ÓTIMOS profissionais, os mais bem recomendados possíveis e um gerente de projetos espetacular. Não economize nisso! Quer uma dica? Tenho uma amiga, que trabalha com recrutamento deste tipo de profissional há 6 anos. Ela que me selecionou para trabalhar no BuscaPé, para vocês terem uma idéia.

2. Plataforma alugada

São plataformas prontas. Algumas com mais de 10 anos de mercado, como a FastCommerce, já possuem um nível de desenvolvimento bem apurado. Quando trabalhava na Flytex e logo que entrei na Netshoes, usei bastante a ferramenta deles. É uma das mais completas e baratas, maaaaaas não é lá muito amiguinha do Google. A otimização dos seus códigos para facilitar a indexação nas ferramentas de busca é péssima! Em outros modelos a coisa não muda muito, tá pra nascer uma plataforma boa nisso, mas pelo menos quando você compra o código, pode “otimizá-lo” sozinho. Na plataforma alugada o código é deles e você não pode mudar nada. Como faz tempo que não trabalho com este modelo, posso estar equivocada, portanto se algum amigo do mercado puder, me corrija. A outra parte chata é que seu negócio fica engessado… não é possível efetuar customizações apenas para atender ao seu negócio, simplesmente porque é uma ferramenta só, para atender a um grande número de lojas. Há outras empresas no modelo de aluguel que customizam a loja para você, de acordo com o que o seu negócio precisa e neste modelo bato palmas para a Ikeda. Além da ferramenta ser muito boa, o nível de serviço é ótimo. Fui muito bem atendida quando contratei eles na Shoestock. Dizem as más linguas que o nível de serviço caiu um pouco por conta da alta demanda… mas nenhuma empresa é perfeita e mesmo assim a Ikeda se destaca por contribuir muito para a educação do setor através do seu blog, webseminários e presença marcante em diversos eventos. Detalhe: se você precisar mudar de plataforma, esquece… o preju e a dor de cabeça é gigante… uma vez que você começa com uma plataforma alugada é bom gostar dela, porque a migração é terrível. É como construir uma casa nova, porém deixando para trás TUDO o que seu negócio conquistou em relação a links, recomendações… é voltar a estaca zero no Google.

3. Plataforma comprada

São plataformas feitas sob medida, feito um terno no alfaiate. Neste caso o código é todinho seu, para você continuar desenvolvendo como quiser, se tiver equipe interna para isso ou se quiser contar com a própria empresa que o desenvolveu. São raras as empresas capacitadas  e confiáveis para isso, tanto as que desenvolvem, quanto aquelas que prestam manutenção. Porque nem todas utilizam os padrões corretos de desenvolvimento. E quando isso ocorre você fica com um mico na mão, afinal empresa alguma vai querer mexer no código simplesmente porque não vai entendê-lo! Um grande case positivo neste setor é a Giran que cuida da loja virtual da Wine (maior varejista de vinhos do Brasil). Tiro o chapéu para eles e pude conhecê-los pessoalmente no #bpecommerce de Vitória. Detalhe: ouvi elogios sobre eles do próprio dono da Wine, o Rogério Salume. Além da Giran, também admiro muito o trabalho da equipe da WX7. Eles atendem empresas de grande porte, são super competentes e também contribuem muito para a educação do nosso setor. Além de passarem algo que valorizo muito: confiança. Sempre que converso com o @asoncini e seu sócio Rafael, sinto que são pessoas do bem.

4. Plataforma open source

São plataformas abertas e gratuitas, desenvolvidas por várias pessoas de diferentes locais. Na Europa empresas grandes se arriscaram a utilizá-las (ex. QuikSilver), mas aqui no Brasil conheço poucos casos (ex: Garimpo Urbano e Foto na Parede) com o apoio da Indexa. Conheço tb a AllDreams que customiza plataformas como essas e fazem um trabalho muito legal. Aí falamos de Magento, OsCommerce e etc. Sei pouco sobre isso, confesso. Fica aqui um pedido para quem manja: conte mais sobre cases pra gente.

Bom, espero ter ajudado um pouco.

Tags: , , ,

Categoria: Cases

Sobre Lígia Dutra: Lígia é administradora, especialista em e-commerce, palestrante, professora da ESPM/SP, idealizadora do projeto Bate Papo sobre E-commerce, e responsável pela comunidade no site http://www.batepapoecommerce.com.br. Ver mais artigos deste autor.

Comentário (2)

Trackback URL | Comentários RSS Feed

  1. Eduardo disse:

    Lígia.
    Quanto às limitações da plataforma alugada, eu poderia discordar.
    Há pouco tempo (cerca de 18 meses) assumi o gerenciamento de uma pequena loja virtual de autopeças que alugava uma das plataformas mais baratas do mercado. Desbravando a tal ferramenta, consegui ótimos resultados no Google, mesmo com termos de busca bem amplos.
    Isto me fez acreditar que o problema não está na ferramenta, mas no suporte técnico: os atendentes é que não sabem orientar os clientes a usar a plataforma na sua plenitude.
    Mas também acredito que, se tivesse autonomia sobre o código, o resultado poderia ser ainda melhor não no Google, mas nas possibilidades de adaptação do layout para o target da loja.

  2. Fernando Schimming disse:

    Lígia,
    Posso falar sobre o Magento que utilizo a praticamente um ano não tenho do que reclamar. Atende muito bem minhas necessidades, tanto em desenvolvimento, quanto à segurança do software. Uma prova disso é o grande número de empresas de grande porte que utilizam esse open source.

    Parabéns pelo Artigo.

Comente esta Matéria




Para incluir uma imagem ao lado do seu comentário, registre-se em Gravatar.