Facebook é acusado de fraude em anúncios Pay-Per-Click

Um grupo de comerciantes está processando o Facebook alegando que a rede social não esta seguindo os padrões da indústria que garantem aos anunciantes serem cobrados apenas por cliques “legítimos”.

Nos documentos enviados como parte da ação movida contra o Facebook, se afirma que o site violou as diretrizes da indústria, incluindo as recomendações do Interactive Advertising Bureau’s 2009 em diversos pontos. Dentre eles, o site supostamente não permite a utilização de auditorias independentes e não publica a discrição de sua metodologia de contagem de cliques. Além disso, quando o processo foi aberto em 2009, o Facebook não estaria se utilizando das listas da indústria de bots e spiders para filtro de cliques questionáveis.

Comerciantes que compram anúncios pelo sistema de pay-per-click esperam pagar apenas por cliques “legítimos”, definido como os feitos por usuários que realmente estejam interessados em visitar seus sites de vendas. Eles não estão dispostos a pagar por cliques gerados por bots e outras origens suspeitas, ou por mais de um clique de um mesmo usuário em curto espaço de tempo. Determinar quais cliques são legítimos muitas vezes envolve julgamentos subjetivos. As empresas que estão processando o Facebook afirmam que o site muitas vezes vai contra as práticas da indústria neste quesito.

Por exemplo, os empresários alegam que o Facebook inicialmente excluía os cliques de um mesmo usuário que ocorriam dentro de dois segundos, mas posteriormente decidiu prolongar este tempo. Eles também alegam que a rede social “ se recusa a ser auditada com critérios da IAB, e “tem simplesmente se recusado a permitir que uma terceira parte teste seus processos internos para determinar a legitimidade de centenas de milhares de cliques que são cobrados dos anunciantes a cada mês”.

Os reivindicantes acrescentam que o Facbook “sabe que fracassaria” a uma auditoria. “Os próprios engenheiros do Facebook admitiram internamente que seu sistema de cliques não está de acordo com o IAB”, segundo descrevem em sua ação judicial se utilizando de comentários de um engenheiro a um colega. O litígio se iniciou em 2009, quando o Facebook foi processado em uma corte federal dos Estados Unidos por diversas empresas que alegavam fraude de cliques por parte da rede social.

Um empresário norte-americano alega que o Facebook faturou US$ 500 em anúncios que apareceram do dia 26 de maio a 21 de junho, mas os programas de análise do Google e do Statcounter.com mostraram que cerca de 2/3 dos cliques foram cobrados de maneira irregular. Ele afirmou que o Facebook reconheceu que tinha cobrado por cliques inválidos e que estaria a sua disposição US$105,01 em créditos que poderiam ser utilizados em outros anúncios. Em Abril, um magistrado da Corte Distrital dos Estados Unidos ordenou que o Facebook divulgasse o código fonte de seus sistemas utilizados para identificar e filtrar cliques inválidos. Na época, o juiz também ordenou que as informações obtidas fossem mantidas em sigilo.